'Vai ser ruim pra ele', diz Humberto se FBC aceitar convite para liderança do governo

O emedebista pernambucano já sinalizou que aceitaria o convite para ser líder do governo Bolsonaro no Senado Federal
Da editoria de Política
Publicado em 08/02/2019 às 10:11
O emedebista pernambucano já sinalizou que aceitaria o convite para ser líder do governo Bolsonaro no Senado Federal Foto: Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem


Questionado sobre o que achava do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) aceitar o convite de ser líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL), o também senador Humberto Costa (PT) afirmou que a decisão de aceitar seria ruim para o próprio emedebista. 

"Eu fiquei até estranhando de isso ter sido ventilado. A forma como o governo (de Bolsonaro) vem se colocando, como vem se colocando sobre o MDB, eu acho isso estranho. Eu acho que se ele aceitar essa proposta vai ser ruim pra ele. Mas se isso vier a acontecer, paciência, isso acontece na politica. Se acontecer, que seja até bom para Pernambuco", cravou o petista, que assumiu o cargo de líder do PT no Senado. 

O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB) está sendo cotado para assumir a liderança da bancada do governo Jair Bolsonaro (PSL) no Senado Federal. A articulação está sendo feita pelo novo presidente da Casa Alta, Davi Alcolumbre (DEM), e tem aval do líder do MDB, o senador Eduardo Braga (MDB). O emedebista pernambucano já sinalizou que aceitaria o convite. 

Na próxima segunda-feira (11), o senador se reúne com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM). “Não houve convite, tem uma sondagem feita e tem uma conversa marcada”, disse FBC. 

MDB

Eduardo Braga e Davi Alcolumbre encontraram-se na última terça-feira (5) para discutir sobre o espaço do MDB na Mesa Diretora. Na ocasião, Alcolumbre sondou a possibilidade de indicação do nome de Bezerra Coelho. Braga, então, consultou a bancada no fim da tarde de terça, que assinalou positivamente. “(Eduardo Braga) voltou a se encontrar com o Davi na quarta-feira antes da sessão e o Davi, então, disse que iria conversar com o ministro Onyx sobre essa questão”, contou FBC. 

O emedebista disse acreditar que, caso seja concretizado, o convite deverá ser feito por Onyx na segunda. “Deixa acontecer, se é que vai acontecer. Nós tivemos os indícios de que isso deve evoluir, mas em política você não pode se precipitar, vamos aguardar”, disse.

A pneumonia de Bolsonaro, diagnosticada nessa quinta-feira (7), pode adiar as tratativas para a escolha da liderança, uma vez que ela só deve ser sacramentada pelo presidente. 

Histórico 

A indicação de um senador do MDB como líder faz parte dos planos de aproximação do governo com o partido, após a confusão em torno da eleição da presidência e os atritos entre Davi Alcolumbre e o grupo do senador Renan Calheiros (MDB). A vitória de Alcolumbre tirou os emedebistas de uma hegemonia de 18 anos no comando da Casa. O MDB possui a maior bancada do Senado, com 13 parlamentares, e pode ser um aliado essencial para a aprovação de pautas como a reforma da Previdência e o pacote anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. 

No fim das contas, o MDB ficou apenas com o comando da terceira-secretaria na Mesa Diretora, com o senador Eduardo Gomes (MDB-TO). A composição dos cargos na Mesa Diretora não seguiu pela primeira vez, desde a redemocratização, a proporcionalidade partidária, que reserva o maior número de cargos para as maiores bancadas. 

Fernando Bezerra foi um dos maiores entusiastas da candidatura de Renan para o comando da Casa Alta. O senador alega que esse fato não causou resistência para a sua indicação. 

Fernando Bezerra já liderou a bancada governista de Michel Temer (MDB) de agosto até dezembro de 2018, quando ele deixou a Presidência da República. No primeiro governo da ex-presidente Dilma Roussef (PT), foi ministro da Integração Nacional. 

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