OPINIÃO

Habituado a ditar regras, Rodrigo Maia deveria dar uma olhada em seu próprio terreiro

Em sua coletiva diária, o Presidente da Câmara distribui recados e ameaças e faz pose de "primeiro-ministro", projeto de vida dele

Cláudio Humberto
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Cláudio Humberto
Publicado em 13/04/2020 às 8:30 | Atualizado em 13/04/2020 às 8:35
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Maia disse que é preciso encontrar preciso encontrar "soluções para que pelo menos no curto prazo a gente possa manter o valor e depois fazer uma escadinha reduzindo esse valor." - FOTO: Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

Na reta final

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, já não aguentava perder a disputa por manchetes com o presidente, com suas declarações à saída do Palácio Alvorada, na grade, com o governador paulista, ao meio-dia, e o ministro da Saúde no fim da tarde, sobre coronavírus. Morto de inveja, criou uma coletiva diária para chamar de sua, na hora do almoço, sem coincidir com qualquer outra. Ali distribui recados e ameaças e faz pose de “primeiro-ministro”, projeto de vida que ele já confessou a esta coluna. Nas coletivas, Maia dribla temas incômodos, com a tara por jatinhos da FAB, e joga para a plateia à espera de aplausos sempre insuficientes.

Com sua presidência na reta final, Maia tenta evitar o “cafezinho servido frio”, fazendo exibições de poder como engavetar projetos importantes.

Malvado favorito

Para retaliar Bolsonaro, que conversa com o “blocão”, Maia descartou o projeto Mansueto e inventou outro que agrava o rombo no Tesouro.

Passado

Um ministro-general diz que o presidente quer manter relação respeitosa, mas sem dar muita bola a Maia: “Ele prefere se preocupar com o futuro”.

Dívidas

Um dos estados mais afetados pelo coronavírus e com recursos públicos escassos para combater a pandemia, o Amazonas dá mais importância ao passado que ao presente e futuro: pagou dívidas de quase R$ 750 milhões, cerca de 60% do previsto para o ano inteiro. Parlamentares apontam o vice-governador Carlos Almeida Filho, eminência parda do governo, como o responsável pela opção por pagar dívidas antigas em vez de investir em respiradores e máscaras de proteção ao Covid19.

Muito suspeito

Deputados locais estranham o pagamento, feito após o governador Wilson Lima pedir a eles o reconhecimento do estado de calamidade.

Dava e sobrava

O valor gasto com dívidas que poderiam ser pagas ao longo de todo o ano seria suficiente para comprar 15 mil respiradores, pagando caro.

Migalhas

Em vez disso, sem recursos, a população amazonense precisou se contentar com os 15 aparelhos enviados pelo Ministério da Saúde.

Alô, MPF, alô, PF

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) até parece entidade de defesa dos interesses de distribuidores. Mantém o cartório que criou para esses atravessadores, negando a produtores e postos de combustíveis o direito à livre concorrência, previsto na Constituição. Muito, muito estranho.

Frase

É preciso resolver o hoje pensando no amanhã” Senador Arolde Oliveira sobre o “dilema” Saúde vs. Economia, na crise do Covid19.

Alma penada

Com dependências da Câmara vazia, nos últimos dias, o único deputado que chega cedo para cuidar das pautas do dia foi Hildo Rocha (MDB-MA). Primeiro a chegar e último a sair.

Gestão

Habituado a ditar regras, o presidente da Câmara, deveria dar uma olhada em seu próprio terreiro, zelar para que os recipientes com álcool gel, sempre vazios, fossem mantidos abastecidos.

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