Após fim da greve dos professores, Sindicato quer retomar negociações com o governo

Na terça-feira (27), seguindo o calendário divulgado pelo governo, é a vez dos alunos do 2º ano voltarem às atividades presenciais
JC
Publicado em 25/10/2020 às 15:22
Trabalhadores da educação começaram a ser vacinados em Pernambuco, de acordo com o cronograma de cada prefeitura, na sexta-feira da semana passada Foto: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM


Com o fim da greve dos professores da rede estadual, encerrada na última sexta-feira (23), o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) quer retomar as negociações com o governo. A pauta de reivindicação chegou a ser enviada à Secretaria de Educação do Estado (SEE) através de um ofício ainda na sexta, mas a entidade sindical não recebeu resposta até o momento. Nesta segunda-feira (26), os cerca de 81 mil estudantes do 3º ano do ensino médio das escolas estaduais terão o primeiro dia de aula após o fim da paralisação dos professores, que teve início na quarta-feira (21), data de reabertura das instituições. Na terça-feira (27), seguindo o calendário divulgado pelo governo, é a vez dos alunos do 2º ano voltarem às atividades presenciais.

"No mesmo ofício em que comunicamos ao governo o fim da greve, solicitamos a retomada da negociação que foi suspensa. Alguns pontos ainda precisam ser dialogados, como a continuidade das comissões regionais, o envio, pelo governo, dos dados da covid-19 no Estado, já que estamos fazendo um acompanhamento, e questões pedagógicas e de relações de trabalho", explica o presidente do Sintepe, Fernando Melo. Segundo ele, a instituição está visitando as escolas estaduais que possuem ensino médio, para verificar se os protocolos determinados pelo governo estão sendo seguidos mesmo após o retorno das atividades.

"Até o dia 19 de outubro, tínhamos visitado 440 das 750 escolas. Precisamos retomar as visitas para concluir esse quantitativo que falta. Não é só iniciar as atividades, mas prosseguir com o cumprimento do protocolo", ressalta. Está marcada para a próxima sexta-feira (30) uma nova assembleia da categoria. Nela, será feita uma avaliação da primeira semana de volta às aulas, além do repasse para os professores das respostas enviadas pelo governo em relação à negociação. Questionada sobre o recebimento do ofício enviado pelo Sintepe, a SEE declarou que deve se pronunciar nesta segunda-feira (26), já que não há funcionamento da secretaria durante o fim de semana.

De acordo com o órgão, não há alteração no calendário do governo, já que a greve dos professores não interferiu na retomada das aulas. Sendo assim, na terça-feira (27) voltam à modalidade presencial de ensino os estudantes do 2º ano, enquanto os do 1º ano do ensino médio, do Ensino Técnico Concomitante e Subsequente e da Educação de Jovens e Adultos (EJA) estarão nas escolas no dia 3 de novembro.

A reportagem perguntou ao presidente do Sintepe quantos professores voltam ao trabalho após a greve. Fernando Melo disse não poder divulgar o quantitativo porque os representantes do sindicato foram impedidos de entrar nas escolas.

“Tivemos dificuldade de fazer levantamento da adesão porque a SEE adotou uma postura antissindical, que fere os princípios democráticos, proibindo a entrada do Sintepe das escolas”, declarou. Esta não é a primeira vez que o Sintepe faz a acusação, já que na quarta-feira (21), o sindicato enviou uma carta à sociedade e à categoria, afirmando que alguns professores sofriam "pressão psicológica e ameaças". A SEE nega as acusações.

Entenda o caso

Inicialmente, a gestão estadual previa que o calendário de retorno às aulas presenciais acontecesse no dia 6 de outubro. Na data, o Sintepe conseguiu, na Justiça, uma liminar suspendendo a reabertura. Os alunos chegaram a ter aula no dia previsto, mas o funcionamento das escolas foi suspenso. Em 9 de outubro, a liminar foi cassada, a pedido da Procuradoria Geral do Estado. A Justiça exigiu que o retorno ocorresse em 16 de outubro ou em data acordada entre Sintepe e governo, que decidiram que a data de volta seria 21 de outubro.

Na véspera, a categoria decidiu, em assembleia, decretar nova greve, por considerar que não há segurança sanitária para a volta, devido à pandemia do novo coronavírus. Na última sexta, o Sintepe comentou que tomou a decisão de encerrar a greve depois de a assessoria jurídica do órgão considerar que a paralisação chegou "ao limite", já que, desde 6 de outubro, a classe está em embate pela manutenção das aulas apenas virtuais e acumula multa de mais de R$ 1 milhão.

Estado na etapa 10 do plano de convivência com a covid-19

Com a autorização do governo de Pernambuco para que as Gerências Regionais de Saúde (Geres) 9 e 10, que têm Ouricuri e Afogados da Ingazeira como cidades-polo, avancem para a etapa 10 do Plano de Convivência das Atividades Econômicas com a Covid-19, todo o Estado está nivelado nesta fase. Sendo assim, está permitido o aumento da capacidade de eventos (cinema, teatros e eventos sociais e culturais) para 300 pessoas, ou 50% da capacidade do estabelecimento.

Em Pernambuco, também de acordo com a etapa 10 do plano, podem funcionar parques de diversão, temáticos e similares, com novos protocolos. O limite de horário é das 6h até meia-noite. Na etapa 11, são gerados novos protocolos para autorizar a reabertura do serviço público, salões de beleza, comércio varejista, serviços médicos, odontológicos, veterinários; serviços de alimentação, feira e polo de confecção; shoppings, centros comerciais e praças de alimentação; museus, cinemas e parques de diversão, além de locais para prática esportiva.

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