Trânsito, transportes e mobilidade urbana, com Roberta Soares

Mobilidade

Por Roberta Soares e equipe
COLUNA MOBILIDADE

Metrô do Recife teve 132 falhas, paralisações e evacuações em um ano e meio, mas CBTU diz que está na média do País

15 trens estão parados sem condições de rodar e intervalos mesmo nos horários de pico está quase em 10 minutos

Cadastrado por

Roberta Soares

Publicado em 17/06/2021 às 16:28 | Atualizado em 18/06/2021 às 12:32
O Metrô do Recife segue vivendo seu calvário. Sistema deve ser concedido à iniciativa privada - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

O Metrô do Recife segue vivendo seu calvário. A já histórica ausência de investimentos - os recursos federais cortados pela metade nem cobrem mais o custeio do sistema - tem cobrado sua conta cada vez mais. Dados informados oficialmente pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) em Recife mostram que o sistema registrou 132 falhas, paralisações e, consequentemente, evacuações entre 2020 e maio deste ano. Além disso, 15 dos 40 trens que compõem a frota metroferroviária estão parados sem condições de voltar a operar pela ausência de peças.

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Em 2020, segundo a CBTU, foram 90 falhas nos trens com evacuações e 12 paralisações no sistema - muitas delas, vale ressaltar, provocadas por atos de vandalismo e furtos de cabos. Em 2021 (até maio), aconteceram 25 falhas e evacuações e 5 paralisações. Apesar de o número de problemas impressionar, o Metrô do Recife alega que a proporção do número de evacuações em relação ao número de viagens realizadas é muito baixa (0,08% para 2020 e 0,07% para 2021). E que esses percentuais estariam dentro das praticadas nos melhores metrôs do Brasil. No total, as linhas Centro e Sul realizaram 113.906 viagens em 2020 e 58.707 viagens em 2021.

Situação segue crítica apesar de a tarifa ter subido de R$ 1,60 para R$ 4 em março de 2020. E, um ano depois, ter aumentado novamente em 6,13% - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

A CBTU em Recife ponderou, ainda, que quase a totalidade das evacuações registradas foram realizadas nas plataformas, minimizando os transtornos para os passageiros porque não há a necessidade de descer do trem no meio da via.

A CRISE DE ORÇAMENTO DO SISTEMA PERNAMBUCANO

INTERVALO

Outra informação que confirma as dificuldades enfrentadas pelos funcionários do Metrô Recife para fazer o sistema funcionar e atender aos 200 mil passageiros diários atuais - praticamente metade de antes da pandemia - é o longo intervalo entre os trens. Mesmo nos horários de pico.

Os intervalos atuais entre os trens são:

No horário de pico (das 6h às 8h30 e das 17h às 19h30):
• 8 minutos na Linha Centro
• 9 minutos na Linha Sul

Fora dos horários de pico (horário de vale):
• 10 minutos na Linha Centro
• 12 minutos na Linha Sul

Intervalos de quase 10 minutos mesmo nos horários de pico são resultado da ausência de trens para rodar. População é quem sofre - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

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Os intervalos dos trens antes da pandemia:

No horário de pico (das 6h às 8h30 e das 17h às 19h30):
• 6 minutos na Linha Centro
• 7,5 minutos na Linha Sul

Fora dos horários de pico (horário de vale):
• 8,5 minutos na Linha Centro
• 10 na Linha Sul

 

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