A nova gestão privada dos 26 terminais integrados de ônibus e metrô e das 44 estações de BRT dos Corredores Norte-Sul e Leste-Oeste, na Região Metropolitana do Recife, que teve o start dado nesta terça-feira (14/12), com a assinatura do contrato da concessão pública pelo governador Paulo Câmara, começará por etapas. E a primeira delas inclui a requalificação de sete TIs e de 18 estações do Sistema BRT. Os terminais são, como já esperado, os de maior demanda de passageiros e os mais problemáticos, seja pela infraestrutura precária ou o restrito espaço físico.
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Os TIs que serão atacados a partir de janeiro - segundo previsão da Nova Mobi Pernambuco, a nova concessionária pública - são: Macaxeira, Joana Bezerra, Camaragibe, Xambá, Pelópidas Silveira, PE-15 e Caxangá. Já em relação ao sistema BRT, as primeiras estações a serem requalificadas serão as do Corredor Leste-Oeste, o menos degradado dos dois existentes no Grande Recife e o que liga o Centro do Recife ao município de Camaragibe, na área Oeste da RMR. Segundo o que foi acordado entre a Nova Mobi Pernambuco e o governo do Estado, o Corredor Norte-Sul - o maior e mais destruído - ficou para depois do Leste-Oeste porque ainda tem muitas estações fechadas e sendo reestruturadas para serem reabertas. Das 26 estações do Norte-Sul, apenas oito estão funcionando atualmente.
“Temos uma expectativa positiva com essa parceria público-privada e com todos os investimentos que serão feitos nos próximos 35 anos para a melhoria do sistema público. Teremos, já em 2022, condições de ver melhorias significativas. É um sistema muito grande, que envolve toda a Região Metropolitana do Recife, e garante que as pessoas utilizem o transporte pagando apenas uma passagem, graças a todas essas logísticas”, afirmou Paulo Câmara.
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A Nova Mobi Pernambuco, empresa do Grupo Socicam criada para o novo contrato, foi a única a participar da licitação pública lançada em maio deste ano. A Socicam começou a atuar em Pernambuco em 2008, quando foi a escolhida para administrar e operar o TIP e outros 11 terminais rodoviários. Menos de dois anos depois, entretanto, a empresa pediu para rever o modelo de negócio e atualmente segue com o TIP e apenas as cinco maiores e mais rentáveis rodoviárias do Estado: Caruaru e Garanhuns, no Agreste, e Arcoverde, Serra Talhada e Petrolina, no Sertão do Estado. A gestão das rodoviárias pela Socicam é por 30 anos.
TECNOLOGIA E SEGURANÇA
São muitas as promessas de melhorias feitas pelo novo gestor e validadas pelo governo do Estado. Entre elas, a chegada da tecnologia - algo extremamente atrasado no transporte público do Grande Recife. A garantia é de que os TIs e as estações de BRT terão, em muito breve, uma comunicação em tempo real com o passageiro. Será possível saber quando os BRTs passarão nas estações e os ônibus chegarão e sairão dos terminais. Algo que o sistema pernambucano chegou a ter por um curto período, ainda em 2014, mas que foi retirado posteriormente por problemas administrativos.
Um Centro de Controle Operacional (CCO) será implantado no Terminal Integrado CDU, na Cidade Universitária, Zona Oeste do Recife, para monitorar toda a operação dos TIs e estações de BRT. A tecnologia garantirá a segurança dos equipamentos, que também terão a vigilância patrimonial permanente. A previsão é de que o CCO fique pronto entre os meses de abril e maio de 2022. Em quatro anos, todos os equipamentos terão que ter sido reformados e requalificados. “Esse pacote de concessões tem três premissas. A primeira é a melhoria imediata dos equipamentos, com reformas e zeladoria. Uma arrumação logo no início. A segunda é a requalificação dos espaços, com adoção de novos equipamentos, como bicicletários nos sete primeiros TIs e paraciclos em todos os outros, além de teto verde, por exemplo. E a terceira, que será após os quatro anos iniciais, é o estudo de vocação dos TIs, identificando os potenciais de cada um para tentar agregar serviços e produtos”, explicou Marcelo Bruto, secretário executivo de Parcerias e Estratégias de Pernambuco, pasta que cuida das PPPs do Estado.
IDEIAS INOVADORAS E NOVOS SERVIÇOS
A nova modelagem é uma Parceria Público-Privada (PPP) no formato de concessão administrativa, ou seja, há aporte financeiro durante a vigência do contrato, mas sem cobrança dos usuários - já que o passageiro paga a tarifa do transporte e acessa as unidades com ela. Além de prever amplas reformas física, administrativa e operacional, a proposta do governo de Pernambuco é uma reformulação conceitual dos TIs, com uma estratégica exploração comercial dos possíveis potenciais das unidades. Está buscando a inserção dos terminais às cidades onde estão localizados para que sejam vistos além de uma simples estação de embarque e desembarque. Que possam incorporar os chamados empreendimentos associados - modelo já adotado com sucesso em muitos sistemas de transporte, inclusive no Brasil. E que geram uma razoável renda extra tarifária para o transporte - tão dependente da passagem paga pelo usuário.
Ao longo de 35 anos, estão previstos mais de R$ 1,5 bilhão de investimentos na operação, conservação e manutenção dos equipamentos, além da possibilidade de investimentos adicionais na realização de empreendimentos associados aos terminais integrados, revitalizando o espaço e respeitando os padrões de Desenvolvimento Orientado ao Transporte Sustentável (DOTS) .
Em vídeo, a promessa de mudança feita pela Nova Mobi Pernambuco. Agora, é esperar para conferir se tudo isso irá virar realidade: