Os bastidores da política nacional, com Romoaldo de Souza

Política em Brasília

Por Romoaldo de Souza
OPINIÃO

Levantamento do TCU calcula que cerca de R$ 30 bilhões de auxílio emergencial foram pagos indevidamente em 2020

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Romoaldo de Souza

Publicado em 07/04/2021 às 7:30 | Atualizado em 07/04/2021 às 7:31
O empréstimo consignado do Auxílio Brasil foi aprovado no dia 17 de março de 2022 - MARCOS SANTOS/USP IMAGENS

O pagamento do auxílio emergencial foi retomado nesta terça-feira e deve beneficiar perto de 46 milhões de brasileiros carentes com valores de R$ 150 (cento e cinquenta reais) para famílias com apenas uma pessoa; R$ 250 (duzentos e cinquenta reais) para as mais numerosas e R$ 375 (trezentos e setenta e cinco reais) para famílias chefiadas por mulheres.

Sem entrar no importante mérito de que os valores são irrisórios, insignificantes, para quem está desemprego ou vivendo de bico, o meu comentário de hoje é com relação à negligência do governo federal pode ser somente da Caixa Econômica, pode ser só do Ministério da Cidadania, e os dois: Caixa e Ministério.

Levantamento ainda inconcluso realizado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) calcula que em torno de R$ 30 bilhões foram pagos indevidamente, no ano passado, e até aqui não foi possível chegar no nome do responsável ou dos irresponsáveis que deixaram brechas no sistema do banco de dados e na checagem das informações dos beneficiários.

Pessoas mortas, famílias abonadas, candidatos a cargos políticos, servidores públicos, militares e uma dezena de outras categorias que receberam indevidamente os benefícios e até aqui sequer foram intimados para devolver o dinheiro aos cofres públicos.

Um comunicado da Polícia Federal no Paraná informou ontem que a “Operação Checker” desarticulou um esquema de fraudes no Paraná. “De acordo com as investigações, para efetuarem as fraudes, os investigados faziam uso de programas de computador geradores de CPFs e softwares chamados “checkers”, que indicavam os titulares aptos a receberem o Auxílio Emergencial. Os saques eram realizados diretamente no caixa eletrônico, na agência bancária, ou então, quando em valores maiores, por meio de transferência através do sistema PIX”.

Acontece que a ação no Paraná é irrisória para desmontar toda a imensa quantidade de quadrilhas que agiram para receber indevidamente o benefício. Se os números do TCU estiverem corretos, em torno de R$ 30 bilhões foram pagos indevidamente. Daria, no mínimo para ter mais uma parcela do benefício.

Como diz o repentista potiguar, Antônio Lisboa, “o dinheiro público é feito um saco sem fundo que quanto mais se mete a mão, mais se parece longe se fica mais perto da corrupção”.

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