Após três meses seguidos de aumento, Pernambuco conseguiu alcançar uma redução no número de mortes violentas. No mês de outubro, 273 pessoas foram vítimas de assassinatos. No mesmo período do ano anterior, foram 295. A queda foi de 7,4%.
De acordo com as estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS), a redução das mortes violentas no Estado foi possível graças à queda registrada nos municípios do interior. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), os crimes contra a vida seguem em alta desde julho - elevando o alerta para a necessidade de ações que interrompam o avanço da criminalidade.
A redução mais expressiva aconteceu na região do Agreste, onde a polícia somou 53 assassinatos em outubro deste ano. No mesmo período de 2022, foram 80.
No Sertão, 33 mortes foram registradas. Somente duas a menos. Já na Zona da Mata, o número caiu de 54 para 50.
Na RMR, a polícia somou 137 assassinatos. O aumento foi de 8,7% em relação a outubro de 2022, quando 126 pessoas foram mortas.
Quando se fala em mortes violentas, como elas atualmente são classificadas pela SDS, estão sendo englobados os crimes de homicídios, latrocínios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de intervenções policiais.
MORTE DE JUIZ AINDA NÃO FOI ESCLARECIDA
O crime de maior repercussão registrado em outubro foi a morte do juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), no bairro de Candeias, em Jaboatão dos Guararapes. O caso ainda não foi esclarecido pela Polícia Civil, mas três suspeitos foram presos preventivamente, além de um adolescente apreendido.
De acordo com as investigações, o magistrado dirigia o carro a cerca de 300 metros de casa quando foi abordado pelos criminosos. Ele teria reagido e, ao dar ré, foi atingido por um tiro na cabeça e morreu em seguida. O crime ocorreu na noite do dia 19 de outubro. Os investigadores trabalham com a hipótese mais forte de latrocínio (roubo seguido de morte) e associação criminosa.
ATRASO NO ANÚNCIO DE AÇÕES DO JUNTOS PELAS SEGURANÇA
Apesar da queda registrada em outubro, Pernambuco permanece com altos índices de violência no acumulado do ano. De janeiro a outubro, 2.994 mortes violentas foram contabilizadas. No mesmo período de 2022, foram 2.839. O aumento, até agora, é de 5,45%.
Ao mesmo tempo, o governo do estado atrasou novamente o anúncio das ações que vão compor a política do Juntos pela Segurança, lançada pela governadora Raquel Lyra no dia 31 de julho.
No evento, no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda, a chefe do Executivo estadual apresentou um calendário com datas em que seriam realizadas oficinas com especialistas, academia e sociedade civil. Além disso, garantiu que as novas ações, em substituição ao Pacto pela Vida, seriam apresentadas no dia 28 de setembro, o que não ocorreu.
Posteriormente, o governo estadual disse que o detalhamento seria feito até o final de outubro. Não houve anúncio, nem divulgação de nova data.
SEM DIÁLOGO, DELEGADOS ENTREGAM PLANTÕES
Em assembleia realizada em 31 de outubro, os delegados da Polícia Civil de Pernambuco decidiram parar de participar dos plantões como forma de pressionar o governo estadual para que seja discutido o reajuste salarial da categoria, além de melhores condições de trabalho.
Ficou decidido que os delegados não participarão mais dos plantões virtuais, criados recentemente para que delegados à distância possam realizar autuações em flagrante sem o contato presencial com o preso.
O passo seguinte é a entrega dos plantões extraordinários a partir de janeiro de 2024. Caso os delegados se neguem a participar desses plantões, ocorrências de crimes à noite/madrugada e nos fins de semana devem ser drasticamente afetadas.