Turismo de Pernambuco recua 33,1% em março sob a pandemia do coronavírus

Dados divulgados nesta terça-feira (12) pelo IBGE apontam que Estado ficou abaixo da média nacional (-30%) e teve quinto pior desempenho entre as 12 unidades da Federação avaliadas
Mona Lisa Dourado
Publicado em 12/05/2020 às 13:34
Queda nas atividades turísticas de Pernambuco é a quinta maior do País Foto: FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM


Em meio à pandemia do novo coronavírus, a suspensão das operações de hotéis e restaurantes, a redução drástica do número de voos e as restrições às viagens rodoviárias fizeram o Índice de Atividades Turísticas do IBGE ter o seu pior desempenho histórico desde janeiro de 2011 em todas as 12 unidades da Federação avaliadas. No Brasil, a queda do turismo foi de 30% em março deste ano, comparado a fevereiro. Pernambuco ficou abaixo da média nacional e teve quinto pior desempenho, com recuo de 33,1%. 

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A gerente de planejamento e gestão do IBGE, Fernanda Estelita, analisa que o mês de março naturalmente apresentaria um resultado inferior ao de fevereiro, marcado pelo Carnaval e por toda a cadeia de serviços, como hospedagem e alimentação, relacionados à festa. A queda inédita, no entanto, era impensável. Só mesmo possível diante de uma crise como a desencadeada pela covid-19.

Vistos isoladamente, os segmentos que mais perderam no Brasil foram os de hospedagem e alimentação (-33,7%), além de transporte aéreo (-27,5%).

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De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do IBGE, o setor em geral no Estado também tem perda mais significativa que a do País, com recuo de 8,7%, ante 6,9% da média nacional.

Com peso de 75,8% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e de 75,3% do pernambucano, o setor é o de maior impacto na economia e o que mais emprega, por ser altamente dependente de contato humano. Mas é também o mais frágil. O grande problema é que em geral as perdas são irrecuperáveis. A viagem, o passeio ou a ida ao restaurante não realizados no último mês, por exemplo, dificilmente serão compensados com o dobro de vezes no mês seguinte. Ou, no contexto da pandemia, quando for possível.

REPRODUÇÃO - IBGE - Serviços - Brasil

PERDA MAIOR NO TURISMO DE PERNAMBUCO

Quando confrontado com o mês de março de 2019, o turismo de Pernambuco repete o cenário, amargando uma queda mais acentuada que a do Brasil: -29%, contra -28,2% no País.

Com o resultado, nesse parâmetro, o índice brasileiro interrompe seis taxas positivas seguidas, pressionado pelo recuo de 7,3% na receita nominal dos principais segmentos turísticos em março. Em Pernambuco, a perda é de 9,4%.   

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"As medidas preventivas contra a covid-19 atingiram de forma mais intensa e imediata boa parte das empresas que compõem os setores correlatos ao turismo, principalmente restaurantes, hotéis e transporte aéreo de passageiros", aponta o IBGE.

No sentido oposto, diz o instituto, o segmento de locação de automóveis apontou a maior contribuição positiva sobre a atividade turística.

REPRODUÇÃO - IBGE - Serviços - Pernambuco
 

Em março ante fevereiro, Pernambuco só não fica atrás de Rio de Janeiro (-36,6%), Distrito Federal (-36,1%), Rio Grande do Sul (-34%) e Santa Catarina (-33,7%). 

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Minas Gerais e São Paulo foram outras unidades da Federação que registraram quedas importantes, de 30,8% e 28,8%, respectivamente. 

RECUO ACUMULADO

No acumulado do ano, as atividades turísticas no Brasil caíram 6,2% frente a igual período de 2019, pressionado, mais uma vez, pelos ramos de restaurantes, hotéis, transporte rodoviário coletivo de passageiros e catering, bufê e outros serviços de comida preparada. Mas o segmento de locação de automóveis teve, de novo, o maior impacto positivo. Já em 12 meses, o índice é positivo em 0,3%.

Em Pernambuco, a queda acumulada em 12 meses é de 1,6% e tende a piorar. Isso considerando a curva ainda acentuada de contaminação pelo novo coronavírus, que levou o governo do Estado a adotar restrições mais rigorosas de circulação, e a perspectiva de que o turismo deve ser o último setor a conseguir sair da crise.

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No Estado, a atividade turística representa 3,9% do Produto Interno Bruto, tendo faturado R$ 9,5 bilhões no ano passado, enquanto no Brasil essa participação é de 8,1%, com movimentação de R$ 238,6 bilhões. Com a atividade praticamente parada, dá para se ter uma dimensão das perdas que ainda estão por vir. 

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