Nesta quinta-feira (28), mais de R$ 248 milhões serão pagos para 196 mil pessoas que tiveram o Auxílio Emergencial suspenso e realizaram contestação. Os recursos serão depositados na poupança social digital da Caixa e já estarão disponíveis, tanto para movimentação por meio do aplicativo Caixa Tem, como para saques e transferências para outros bancos. O anúncio deste pagamento foi feito na terça-feira (26), através do Diário Oficial da União, e esta será a última liberação de benefício, já que o governo federal ainda não sinalizou a sua prorrogação.
>> Pernambuco e outros Estados pedem ao Congresso retomada do auxílio emergencial
O grupo de beneficiários inclui cerca de 191 mil pessoas que contestaram a suspensão do benefício no site da Dataprev, entre 7 e 16 de novembro e entre 13 e 31 de dezembro de 2020, além de outras cinco mil pessoas que tiveram os pagamentos reavaliados em janeiro de 2021. Eles receberão de uma só vez todas as parcelas a que têm direito.
De acordo com o ministério, entre as 196 mil pessoas, há 8,3 mil que receberão a segunda, a terceira, a quarta e a quinta parcelas do Auxílio Emergencial. Outras 40,9 mil pessoas receberão as três últimas parcelas. Uma terceira faixa, de quase 68,1 mil cidadãos, receberá a quarta e a quinta parcelas. Por último, 78,3 mil vão embolsar somente a quinta parcela.
Nesta quinta, os beneficiários podem sacar, transferir ou realizar transações com as quantias de R$ 600 ou R$ 300 (a depender do número de parcelas já recebidas).
Aqueles que optarem por realizar o saque em espécie precisarão fazer o login no App Caixa Tem, selecionar a opção “saque sem cartão” e “gerar código de saque”. Depois, o trabalhador deve inserir a senha para visualizar o código de saque na tela do celular, com validade de uma hora. O código deve ser utilizado nos caixas eletrônicos da Caixa, nas unidades lotéricas ou nos correspondentes Caixa Aqui. Também é possível sacar o dinheiro nas agências.
Os beneficiários também tem a opção de utilizar dos recursos creditados na Poupança Social Digital para a realização de compras, por meio do cartão de débito virtual e QR Code, pagamento de boletos, contas de água, luz, telefone, entre outros serviços.
Lançado em abril de 2020 como forma de minimizar os impactos econômicos causados pela pandemia do novo coronavírus, o programa socorreu cerca de 68 milhões de brasileiros, mas, agora, após o fim do último ciclo de pagamentos, não há qualquer indicação de prorrogação ou de criação de algum outro benefício capaz de substituir o auxílio em 2021.
- Baleia Rossi diz que Paulo Guedes pode propor volta do auxílio emergencial
- Veja quem recebe a liberação para saques do auxílio emergencial nesta quarta-feira (20)
- Veja quem recebe a liberação para saques do auxílio emergencial ainda nesta semana
- Veja quem recebe a liberação para saques do auxílio emergencial nesta sexta-feira
- Pernambuco e outros Estados pedem ao Congresso retomada do auxílio emergencial
- Veja quem recebe a liberação para saques do auxílio emergencial nesta segunda-feira
- Se endividamento for menor, pode debater (auxílio) de até 6 meses, afirma Maia
Fim do auxílio emergencial?
Ainda em 2020, o Ministério da Cidadania, em comunicado, disse que em 2021 só seriam efetuados pagamentos do auxílio emergencial resultantes de contestações administrativas e extrajudiciais e de decisões judiciais.
Alguns deputados e senadores, no entanto, defenderam a prorrogação do benefício por mais dois ou três meses, através da ampliação do estado de calamidade pública. Já o ministro da Economia, Paulo Guedes, negou a hipótese na época. De acordo com ele não havia possibilidade de estender o benefício "do ponto de vista do governo".
Para tapar o buraco criado com o fim do auxílio, a criação de um novo programa social vinha sendo estudada por integrantes do governo. Entretanto, o inicialmente chamado de "Renda Brasil", e posteriormente "Renda Cidadã", ainda é apenas uma possibilidade cheia de obstáculos, já que ainda não foi encontrada uma fonte de receita capaz de financiar o novo programa sem furar o teto de gastos.
Em entrevista concedida ao jornal "Valor Econômico", no entanto, o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), disse que o governo deverá avaliar a implementação de um novo programa social ou uma retomada do auxílio emergencial após o recesso parlamentar, que termina em fevereiro.
Pernambuco e outros Estados pedem retomada do benefício
O secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha, junto com representantes de outros dezessete estados brasileiros, encaminharam carta ao Congresso, pedindo ao Poder Legislativo a prorrogação do auxílio emergencial e também do Estado de Calamidade pública por mais seis meses. No documento, os secretários das pastas de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados salientaram que a pandemia já tirou 210 mil vidas no País e que o distanciamento social é a forma mais segura de reduzir a taxa de contágio da doença.
>> Baleia Rossi diz que Paulo Guedes pode propor volta do auxílio emergencial
Também argumentaram sobre os impactos econômicos em todo o mundo e a criação de pacotes econômicos por países como EUA, Alemanha, Reino Unido, Japão e Coreia do Sul para apoiar empresas, cidadãos e entes subnacionais durante o período.
"Acompanhando o movimento global e a urgência de ações econômicas, sociais e de saúde pública que a pandemia requer, o Brasil também adotou medidas significativas em apoio a sociedade como um todo. Em nosso país, vimos o aumento explosivo do desemprego e da pobreza, de modo que o auxílio renda emergencial foi essencial para garantir que milhões de brasileiros não passassem fome e tivessem condições básicas de sobrevivência. A transferência direta de renda às famílias mais pobres, com maior propensão a consumir, impulsionou o comércio, possibilitando uma gradual retomada da atividade econômica e mitigando os impactos na arrecadação de impostos", diz um trecho da carta.
Os secretários que assinam a carta solicitam ao Legislativo a prorrogação do Estado de Calamidade Pública pelo período de seis meses, permitindo a suspensão temporária de bloqueios fiscais como o
“teto de gastos” e da “regra de ouro”. "Os auxílios realizados ao longo do ano de 2020
mostraram-se fundamentais para preservar a vida, o emprego e a renda, garantiram a continuidade dos serviços públicos e aumento de oferta em áreas prioritárias, principalmente saúde e assistência social", diz o documento.
O que diz Paulo Guedes
Pressionado a relançar o auxílio emergencial para dar assistência a famílias vulneráveis, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na terça-feira (26), que o governo pode retomar os programas de socorro, caso haja o entendimento de que o número de mortes por covid-19 continuará acima de mil por dia e de que a vacinação poderá atrasar.
>> Rodrigo Maia confirma que eleição da Câmara será presencial e no dia 1º de fevereiro
>> Promessas para eleições no Congresso esbarram em orçamento
Nessa situação, o ministro disse que será declarado novamente "estado de guerra". Mas ele alertou que essas medidas precisarão vir acompanhadas de ações para conter gastos e ajudar a "pagar a conta" dessa batalha, como o congelamento de salário dos servidores por dois anos e o não aumento automático de verbas para educação, saúde e segurança.
"Se a pandemia se agrava e continua 1,5 mil mortes por dia, a vacina não chega e falhamos miseravelmente, mas não acredito nisso... Mas caso o pior aconteça, temos protocolo da crise, aperfeiçoado agora", afirmou Guedes em evento online do banco Credit Suisse. "Se disser que a pandemia está realmente assolando o Brasil de novo, você vai declarar estado de guerra, como a gente declarou no ano passado."
>> Solidariedade declara apoio a Baleia Rossi à presidência da Câmara e divide bancada pró-Lira
O ministro citou diferentes referências, em termos de número de mortes diárias por covid-19, para deflagrar o estado de guerra. Os números ditos pelo ministro ficaram entre 1 mil e 1,6 mil óbitos por dia. "Se a pandemia faz a segunda onda, com mais de 1,5 mil, 1,6 mil, 1,3 mil mortes, saberemos agir com o mesmo tom decisivo, mas temos que observar se é o caso ou não", disse Guedes em outro momento.
No Brasil, o recorde de número de mortes por covid-19 foi registrado em 4 de agosto de 2020, com 1.394 óbitos. O segundo maior número foi em 8 de janeiro deste ano, com 1.379 mortes. Na terça-feira, 25, de acordo com dados do consórcio de veículos de imprensa, a média móvel de mortes - que registra as oscilações dos últimos sete dias e elimina distorções entre um número alto de meio de semana e baixo de fim de semana - ficou em 1.058. Há seis dias, o patamar está acima de mil mortes.
>> Ao apoiar Arthur Lira, prefeito do Recife, João Campos, pode ter diálogo facilitado em Brasília