A conta de energia vai ficar mais cara em julho. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reajustou a bandeira tarifária vermelha 2 para R$ 9,49 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos com um reajuste de 52%. Este mês, o consumidor pagou R$ 6,24 pela bandeira vermelha no patamar 2. O aumento ocorreu porque o custo da energia está mais caro com a escassez de água nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste e as térmicas que passaram a produzir mais energia. O governo federal vai lançar um programa para estimular as indústrias e consumdiores a gastarem menos energia no segundo semestre pelos mesmos motivos, como já foi anunciado nesta segunda-feira (28) pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.
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O aumento do preço da energia repercute em toda a cadeia produtiva, tornando todos os produtos mais caros, pois a energia é usada desde um grande supermercado até um pequeno salão de beleza. E, geralmente, os proprietários dos estabelecimentos repassam o aumento dos custos para o consumidor.
A cobrança extra da bandeira vermelha no patamar 2 é realizada para bancar os custos das termelétricas que estão produzindo mais energia devido à seca que atingiu os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, responsáveis por armazenarem 70% da água que pode ser usada para gerar energia no Brasil.
Inicialmente, os técnicos do governo acharam que só a cobrança no patamar 2 - que é o mais alto - seria suficiente, mas a situação dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste está muito crítica. É a pior seca naquela região dos últimos 90 anos.Por isso, mais térmicas estão funcionando para não faltar energia. Só que as térmicas usam combustíveis fósseis e, por isso, a energia delas é mais cara. As hidrelétricas usam água para produzirem energia.
DÉFICIT
Caso não ocorresse o aumento no preço da bandeira poderia ocorrer um déficit de até R$ 5 bilhões nas despesas na geração de energia que são cobradas na conta de luz de todos os brasileiros devido ao aumento da produção de energia das térmicas. Todas as despesas do setor elétrico são bancadas pela conta de luz de todos os brasileiros.
A bandeira vermelha mais cara deve continuar sendo cobrada ao consumidor pelo menos até novembro deste ano, quando começa o período chuvoso nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste