Foi na comunidade localizada na Barreira do Rosário, no bairro de Guadalupe, em Olinda, que Mãe Beth de Oxum, 57 anos, tornou-se um dos principais símbolos de resistência da cultura popular. Articuladora e realizadora do Coco de Umbigada, a ialorixá desde muito jovem luta pelo protagonismo feminino, sendo uma das principais lideranças da cidade.
“Passei por muita dificuldade por conta do gênero, porque sou uma liderança cultural aqui da comunidade. Coloquei o brinquedo, que é o Coco de Umbigada, literalmente na rua, na frente de casa, e isso é um desafio porque as pessoas estão muito acostumadas com os homens na liderança. Quando uma mulher ocupa esse espaço, eles não aceitam. Já enfrentei muitos problemas por conta disso, mas superei todos eles porque a mulher, além de ser a luz do mundo, é o motor de mudança da sociedade”, pondera.
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Hoje, Mãe Beth serve de inspiração para outras mulheres pelo seu empoderamento feminino, negro e afrodescendente. Apesar das dificuldades, ela ressalta que as mulheres, sobretudo as pretas, precisam garantir voz na sociedade para que as experiências, vivências e saberes desses povos continuem sendo propagados pelo mundo.
“Ser referência para outras mulheres, especialmente as negras, também é um desafio porque essas vozes não estão postas. A economia está na mão dos homens, a política e a comunicação também. Mas as mulheres precisam ser ouvidas. Espero que, no presente e no futuro, as mulheres tenham ainda mais superação, protagonismo e determinação. Não podemos baixar a cabeça porque nascemos para sermos respeitadas e amadas”, reflete.
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