Mulheres que fazem a diferença

Resistência marca trajetória de Mãe Beth de Oxum na cultura

Percussionista e ialorixá é uma das principais lideranças de Olinda, servindo de referência para outras mulheres

Cadastrado por

JC

Publicado em 17/03/2021 às 8:27 | Atualizado em 17/03/2021 às 8:28
A voz das mulheres negras não está posta e a gente precisa garantir que essa base social seja ouvida. As pessoas estão acostumadas com homens líderes. Se é uma mulher, elas não aceitam. Já enfrentei muitos problemas e superei todos porque a mulher é o motor de mudança da sociedade", reflete Mãe Beth de Oxum, ialorixá e ativista cultural - FOTOS: LUISI MARQUES/JC IMAGEM

Foi na comunidade localizada na Barreira do Rosário, no bairro de Guadalupe, em Olinda, que Mãe Beth de Oxum, 57 anos, tornou-se um dos principais símbolos de resistência da cultura popular. Articuladora e realizadora do Coco de Umbigada, a ialorixá desde muito jovem luta pelo protagonismo feminino, sendo uma das principais lideranças da cidade.

“Passei por muita dificuldade por conta do gênero, porque sou uma liderança cultural aqui da comunidade. Coloquei o brinquedo, que é o Coco de Umbigada, literalmente na rua, na frente de casa, e isso é um desafio porque as pessoas estão muito acostumadas com os homens na liderança. Quando uma mulher ocupa esse espaço, eles não aceitam. Já enfrentei muitos problemas por conta disso, mas superei todos eles porque a mulher, além de ser a luz do mundo, é o motor de mudança da sociedade”, pondera.

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Mãe Beth é uma das principais lideranças da Barreira do Rosário, em Olinda - Luisi Marques/JC Imagem

Hoje, Mãe Beth serve de inspiração para outras mulheres pelo seu empoderamento feminino, negro e afrodescendente. Apesar das dificuldades, ela ressalta que as mulheres, sobretudo as pretas, precisam garantir voz na sociedade para que as experiências, vivências e saberes desses povos continuem sendo propagados pelo mundo.

Mãe Beth de Oxum serve de inspiração para outras mulheres pelo seu empoderamento feminino, negro e afrodescendente - Luisi Marques/JC Imagem

“Ser referência para outras mulheres, especialmente as negras, também é um desafio porque essas vozes não estão postas. A economia está na mão dos homens, a política e a comunicação também. Mas as mulheres precisam ser ouvidas. Espero que, no presente e no futuro, as mulheres tenham ainda mais superação, protagonismo e determinação. Não podemos baixar a cabeça porque nascemos para sermos respeitadas e amadas”, reflete.

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Assista ao vídeo e conheça mais sobre a história de Mãe Beth de Oxum:

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