O amor por crianças sempre nutriu o desejo da enfermeira Brenda Neiva, 36 anos, de ajudar outras mulheres na hora parto. Há cinco anos, ela atua no setor obstétrico do Hospital da Mulher do Recife, no bairro do Curado, acompanhando e cuidando de perto do nascimento de bebês e da recuperação de suas mães. No entanto, desde o início da pandemia da covid-19, ela se viu em um desafio ainda maior: coordenar 42 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) de pacientes em tratamento contra a doença.
“Quando fui chamada para assumir esta coordenação, senti que o desafio em uma situação tão difícil aumenta o respeito à mulher. Sempre fui muito respeitada e fiz com que as pessoas também tivessem respeito por mim. Nunca deixei que alguém colocasse em dúvida a minha capacidade profissional por eu ser mulher e nem que isso viesse atrapalhar o meu desempenho diante da minha equipe ou diante de outros profissionais”, comenta.
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Apesar das dificuldades, ela lembra que o seu apoio no combate ao novo coronavírus resultou em uma formação mais completa para sua trajetória profissional. Mais experiente, Brenda reforça ainda que, sem o apoio das colegas e da família, ela jamais teria suportado o turbilhão.
“Contei muito com o suporte das minhas colegas de trabalho. A gente criou uma ligação ainda mais forte durante este período em que precisamos apoiar umas as outras. Minha família também foi primordial, levando comida na minha casa e me dando forças também”.
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Durante as conversas em equipe, Brenda conta que sempre faz questão de dar forças às outras mulheres, mostrando que elas são capazes de enfrentar e vencer os desafios em qualquer âmbito da vida. “Luto para que elas sejam mais independentes, mais donas de suas vidas. Jamais podemos baixar a cabeça, porque nós podemos gerar outros seres e isso é uma dádiva. Nós podemos tudo”, finaliza.