Com informações do repórter Mario Oliveira, da TV Jornal
Há dois anos, a atendente Maria Gabriela Ferreira, de 39 anos, sonhava com o dia em que seguraria a chave da casa própria. O tão esperado momento chegou nesta quinta-feira (17), quando ela pôde conhecer o lugar onde irá morar com a mãe. Antes vivendo de aluguel, ela agora pagará prestações de R$ 137 em um dos 712 apartamentos entregues hoje na Região Metropolitana do Recife pelo programa federal Casa Verde e Amarela — antigo Minha Casa Minha Vida.
"Foi muita emoção. Vamos correr atrás para nos mudar brevemente. É inexplicável. Quando olho para esse apartamento, o sentimento é de um sonho realizado. Foi uma conquista. Vai ajudar e muito na minha vida. A expectativa está a mil. Agora, vou morar onde é meu, construindo junto com a minha mãe", afirmou Gabriela.
Dos 712 apartamento, 280 ficam no Residencial Fazenda Suassuna VI, no bairro Muribequinha, em Jaboatão dos Guararapes. Os outros 432 foram inaugurados no Residencial Sapucaia e Aguazinha, no bairro de Aguazinha, em Olinda.
- Governo de Pernambuco e Prefeitura do Recife fazem parceria para estimular empreendedorismo em habitacionais
- Sem verba para construções de habitacionais, Casa Verde Amarela prevê apenas facilitar escritura
- Construção teme esvaziamento do programa habitacional Casa Verde e Amarela
- Em protesto por entrega de conjunto habitacional, grupo interdita trecho da BR-232, em Encruzilhada de São João
- Poucas famílias das palafitas do Bode serão transferidas para habitacional erguido na área do antigo Aeroclube
- Com cortes no orçamento do Programa Verde e Amarelo, Sinduscon teme paralisação das obras de habitacionais do Recife
Esta foi a entrega do sexto condomínio no conjunto habitacional em Jaboatão. Agora, falta um: que, segundo o ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, que participou da solenidade, deverá estar pronto em “40 ou 60 dias”. “É importante que a população tenha a possibilidade e a condição de ter um lar, sua habitação, sua dignidade e seu direito da cidadania respeitada”, disse o gestor. A construção de um total 2 mil apartamentos previstos no residencial teve um investimento de R$ 22,4 milhões, com recursos da Caixa Econômica Federal.
À Secretaria Municipal de Infraestrutura da Prefeitura de Jaboatão, coube o papel de cadastrar as famílias beneficiadas. “Essa parceria tem dado certo. Nesse ciclo de quatro anos e meio de gestão entregamos mais de 2 mil moradias em Jaboatão. A prefeitura tem feito esse papel de infraestrutura, de fazer o cadastramento das famílias a quem vão ser entregues os habitacionais, e com certeza assim a gente diminui a desigualdade social da nossa cidade”, disse o prefeito Anderson Ferreira (PR).
Outra pessoa contemplada com os apartamentos foi a autônoma Simone Nunes, que irá se mudar em breve para o Residencial Fazenda Suassuna VI. "Não via a hora de receber esse apartamento, foi muito esperado. Estou muito emocionada, sou autônoma, meu esposo está desempregado e tenho um filho especial. Agora, vou deixar de pagar aluguel", afirmou.
Em 2018, tinham sido entregues apartamentos a 1.440 do Residencial Fazenda Suassuna. Os contemplados, à época, foram moradores de imóveis irregulares construídos ao redor do já demolido Conjunto Muribeca, famílias com integrantes que tenham doença crônica ou deficiência, famílias compostas em seu maior número por crianças menores de 18 anos ou com idosos e famílias que se encontravam em risco social, estrutural e ambiental.
Além da presença do ministro, a cerimônia de inauguração do Residencial Fazenda Suassuna VI também contou com o secretário nacional de Habitação, Alfredo dos Santos. Ambos seguem de Jaboatão até a cidade de Olinda, onde cortam as fitas dos outros 432 apartamentos no Residencial Sapucaia e Aguazinha, que serão ocupados por cerca de 1,8 mil pessoas, às 15h. Neste conjunto, o investimento federal foi de R$ 34,5 milhões.
O Conjunto Residencial Sapucaia Aguazinha é um complexo com 52 blocos, cada um com térreo e mais três andares, cuja construção durou dois anos e meio. Os residentes pagarão mensalidades fixas com valores que variam de R$ 80 a R$ 270 durante dez anos. À Prefeitura de Olinda, coube a inscrição dos beneficiários e distribuição dos imóveis, além de obras de infraestrutura no entorno do empreendimento.
Segundo a Prefeitura de Olinda, a definição dos moradores foi feita por sorteio e levou em conta critérios da Portaria 412, de 2015, do extinto Ministério das Cidades — que teve atribuições tomadas pelo Ministério de Desenvolvimento Regional — "a partir de cadastros habitacionais da Prefeitura, como, por exemplo, o auxílio moradia e indicados por movimentos sociais que atuam na área habitacional".