O prefeito do Recife, João Campos (PSB), disse neste sábado (4), em entrevista à CNN Brasil que o caminho para a realização do Carnaval do Recife, em 2022, estava sendo desenhado, mas em virtude de novos fatos relevantes, a exemplo da nova variante Ômicron, voltou-se à incerteza. Pedindo prudência para o momento, o gestor afirmou que o Recife, mesmo diante do cancelamento da festa pública de réveillon, não deve ter impactos econômicos na atração de turistas. Além disso, sobre o Carnaval 2022, o prefeito garantiu viver a expectativa de alguma definição "o quanto antes" e criticou o governo Bolsonaro por se "abster do debate" sobre a realização as medidas em meio à pandemia.
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"Fizemos a primeira reunião técnica, com secretários e secretárias das pastas. A gente vai ter uma segunda reunião técnica esta semana e, em seguida, nós prefeitos devemos nos reunir para buscar uma decisão consensuada. Se definirmos de maneira conjunta uma caminho a seguir, a gente traz uma segurança para o Brasil, de caminho pautado pelo respeito à ciência e de maneira uniforme, tendo em vista que o governo federal mais uma vez se abstém do debate e não coordena as ações que devem ser tomadas no momento de pandemia", criticou.
Ao citar as reuniões, o prefeito se referia ao grupo de trabalho criado entre as capitais que realizam os maiores carnavais do País, a exemplo de Recife, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte, para que uma decisão da realização da festa seja tomada em conjunto.
Nessa sexta-feira, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomendou a proibição de festividades de final de ano e do Carnaval nos nove estados da região, por temer o surgimento de uma nova onda da covid-19. Ainda assim, o prefeito disse que nada ainda está definido podendo "existir o Carnaval, ser cancelado ou ser realizado em uma nova data".
"Não temos prazo estabelecido. Temos um roteiro de reuniões. A primeira já teve. Vai ter uma segunda esta semana. A terceira já deve ser com a presença dos prefeitos, mas a gente não tem prazo. A expectativa é que seja o quanto antes, final deste mês ou início de janeiro para poder tomar uma decisão", afirmou João Campos.
Na recomendação para não realização das festas, tanto de réveillon quanto Carnaval, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste alertou que "existe uma questão de ordem científica que tem sido repetidamente colocada por especialistas e temida pelos responsáveis pelos programas de vacinação: a maior probabilidade do surgimento de variantes virais nestas áreas com mais baixas taxas de vacinação".