Como não poderia ser diferente, o técnico Umberto Louzer foi questionado na entrevista coletiva, após o empate com o Atlético-GO, nesta quarta-feira, sobre o atrito entre os jogadores e a diretoria em torno dos salários atrasados. E a resposta dele não foi diferente do habitual. Para o treinador rubro-negro, esse é um assunto que precisa ser tratado internamente e qualquer declaração dele sobre o caso pode ser prejudicial para o clube rubro-negro. Além disso, mesmo com o ambiente conturbado, ele ressaltou a entrega dos atletas no confronto válido pela 10ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.
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"Como de costume, esses assuntos já ecoaram muito. Hoje vou falar mais de jogo. Vale salientar o empenho e a dedicação dos atletas em campo. Eles entraram em campo, se entregaram, vestiram a camisa, como sempre, às vezes o resultado não acontece por causa de pequenos detalhes. Inclusive, conversamos sobre isso na nossa última reunião. Estamos próximos de vencer. Tenho certeza que quando acontecer, iremos conseguir engrenar uma sequência de vitórias para subir na classificação", afirmou.
"Enfrentamos uma grande equipe, muito veloz e intensa. Em momento nenhum, deixamos de buscar a vitória. Temos que focar nisso. Sobre o assunto, já foi externado demais. Sempre acreditei que os conflitos precisam ser resolvidos internamente para não fragilizar a coletividade do Sport", completou o comandante leonino.
JOGADORES
Depois do atrito entre jogadores e direção sobre salários atrasados, nessa terça-feira, o atacante André desabafou após o empate do Sport com o Atlético-GO, nesta quarta, pelo Brasileirão. Ele revelou que o salário de abril não foi pago de forma integral, como declarado pelo presidente interino Pedro Lacerda, em entrevista à Rádio Jornal. O centroavante ainda frisou que os jogadores entendem o momento de dificuldade financeira que vive o Leão. No entanto, destacou que o elenco deseja uma união de todos que fazem o futebol do time rubro-negro e a chegada de um novo presidente para tentar reerguer o clube leonino na temporada.
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"É uma situação chata. Estamos aqui para falar de futebol. É mais chato ainda porque jogador de futebol quando se posiciona é afastado ou criticado. E a gente nunca cobrou publicamente os salários atrasados. Estamos aqui para ajudar o Sport. Essa semana aconteceu uma situação que é muito chata. Não estamos cobrando salários. A gente está falando a verdade. Realmente não recebemos o salário. Só recebemos uma parte de abril. E tentaram falar que foi pago e jogar essa responsabilidade para a gente", afirmou André.
"Só que a gente chega uma hora que cansa de ouvir inverdades. A torcida precisa saber a verdade também. Porque vem e critica a gente. Sabemos da situação do Sport, estamos comprometidos e unidos. Não estamos para remar para um lado e diretoria para o outro. Queremos remar juntos, jogadores, direção e torcida. A gente viu que a torcida demonstrou todo o apoio. A gente precisa disso. Precisamos de um novo presidente que venha para ajudar. Não tem nenhum problema, está tudo esclarecido", completou, em entrevista ao canal Sportv.
ENTENDA A HISTÓRIA
O estopim da crise entre diretoria e jogadores aconteceu nessa terça-feira. Em entrevista à Rádio Jornal, durante a manhã, o presidente interino Pedro Lacerda contou que foi paga a folha salarial do mês de abril para os funcionários e jogadores. Porém, em postagem de uma página da torcida do Sport nas redes sociais que divulgou a informação, os atletas realizaram um protestaram e comentaram com a hastag #mentira.
Novamente, ao Escrete de Ouro, à noite, Pedro Lacerda condenou a postura dos atletas e classificou como uma "atitude canalha, irresponsável e antiprofissional". O que deixou o ambiente na equipe ainda mais conturbado. Os jogadores não gostaram nenhum pouco da postura da direção, como noticiado em apuração do Blog do Torcedor.
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"Querem arrotar antes de comer", ouviu a reportagem de uma fonte, que não tem ligação com os dirigentes rubro-negros. Ou seja, a entrevista foi dada sem nenhuma pagamento ter sido realizado. Além disso, outro ponto que incomodou o elenco foi o fato da declaração ser concedida ainda com os salários de maio e junho em aberto.
"Nada justifica, qualquer mágoa ou qualquer tipo de situação que eles tenham com quem quer que seja, uma atitude irresponsável, canalha e antiprofissional para com o clube, para com a diretoria e para comigo, que sou um homem de bem. Eu não sou mentiroso. Se tem mentira, não é da minha parte", disse o dirigente, nessa terça-feira.