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O que começou errado, não poderia terminar certo: relembre o fracasso do Sport na temporada 2021

O clube rubro-negro não conseguiu engrenar em nenhuma das quatro competições que disputou neste ano

Cadastrado por

Davi Saboya

Publicado em 30/11/2021 às 21:11 | Atualizado em 01/12/2021 às 7:23
Milton Bivar (D) e Carlos Frederico (E) renunciaram aos cargos de presidente e e vice do Sport no começo desta temporada - DIVULGAÇÃO/SPORT

Não existem determinados culpados ou alguns motivos que levaram o Sport ao rebaixamento na Série A do Campeonato Brasileiro de 2021. Tudo deu errado! Afinal, o Leão enfrentou uma "turbulência" em quase toda a temporada sob o comando de cinco presidentes (Carlos Frederico, Milton Bivar, Pedro Lacerda, Leonardo Lopes e Yuri Romão). O milagre de ter escapado da queda em 2020 ao invés de trazer alívio ao clube rubro-negro trouxe ainda mais dor de cabeça, pois a instabilidade financeira não foi estancada. Ainda teve adiamento de eleição, pleito suplementar após menos de três meses, e escândalo administrativo no futebol com quatro contratações que não foram regularizadas, além de uma brecha regulamentar que salvou o Leão de uma grande punição com a escalação do zagueiro Pedro Henrique.



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No fim do mês de novembro de 2020, o Conselho Deliberativo do Sport adiou a eleição para o biênio 2021-2022 com o argumento de que o Sport precisava se concentrar em permanecer na Primeira Divisão. Vale lembrar que, por causa da pandemia da covid-19 e paralisação que ocorreu no futebol, a temporada passada só acabou neste ano. Na ocasião, a decisão gerou divergências entre os candidatos. O processo eleitoral só aconteceu após o segundo adiamento, em abril, pois a direção executiva da época, comandada por Milton Bivar e Carlos Frederico, disse que não existia segurança sanitária para a realização.

Em abril, já sem tempo para realizar qualquer planejamento, aconteceu um dos pleitos mais turbulentos da história do Sport. Primeiro, com a indefinição do candidato a presidente da situação. Milton Bivar anunciou que tentaria a reeleição, retirou a candidatura e pediu licença do cargo, mas voltou atrás após a grande rejeição que teve o nome de Fred Domingos. Em paralelo, a oposição também "brigava" entre si. Delmiro Gouveia, candidato do ex-presidente e irmão de Milton, Luciano Bivar, acusou Nelo Campos de não poder assumir o clube, pois apresentava débitos na vida particular. Nelo que era o principal opositor de Milton Bivar.

Antes mesmo do resultado da disputa política, Milton Bivar, afastado da presidência e comandando o futebol, acertou a renovação do técnico Jair Ventura e do meia Thiago Neves, principais nomes da permanência na Série A em 2020, entre outras ações do futebol. Afinal, a temporada 2021 já tinha começado e ainda não existia uma definição sobre o pleito. Após muito adiamento, entre todos os clubes da Série A que tinham no caminho uma eleição, o Sport foi o único que não realizou em dezembro de forma virtual, Milton Bivar foi reeleito presidente com uma diferença de 36 votos para Nelo Campos.

Presidente do Conselho Deliberativo, Pedro Lacerda assumiu de forma interina o Executivo - ANDERSON STEVENS/SPORT

Logo no início da temporada 2021, o primeiro tropeço não demorou para acontecer. Pelo terceiro ano consecutivo, o Leão foi eliminado na primeira fase da Copa do Brasil. Desta vez, a Juzeirense foi a "pedra" no caminho do Sport. A segunda Era Jair Ventura foi curta. Após o grande tropeço na competição nacional, o Leão começou a oscilar no Pernambucano e foi eliminado na primeira fase da Copa do Nordeste. O suficiente para ser demitido e levar uma multa rescisória que girou em torno de R$ 500 mil, valor que gerou bastante polêmica nos bastidores da Ilha do Retiro.

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Umberto Louzer chegou, conseguiu levar o Sport para a final do Pernambucano, mas perdeu a decisão para o Náutico. Logo em seguida, no início do Brasileirão, precisou administrar uma grande bomba que estourou no Leão. Com pouco mais de dois meses após a eleição, Milton Bivar e Carlos Frederico renunciaram aos respectivos cargos de presidente e vice-presidente. Um novo imbróglio foi instalado na Ilha. O Conselho Deliberativo chegou a sinalizar que uma eleição indireta seria feita para a escolha dos sucessores. No entanto, depois de grande pressão da torcida e oposição, a eleição direta foi marcada. Mesmo assim, muito tempo foi perdido. Presidente interino, Pedro Lacerda deixou o Deliberativo e assumiu um mandato tampão no Executivo. O pleito suplementar aconteceu apenas em julho.

Novamente, o nome de Nelo Campos foi contestado. Desta vez, a candidatura foi até impugnada pela Comissão Eleitoral com a justificativa de que ele ainda apresentava débitos com o Serasa. Após muita indefinição, o grupo político dele escolheu Leonardo Lopes para ser o candidato a presidente, tendo Yuri Romão como vice. Com uma votação expressiva, ambos venceram José Valadares e Fernando Pessoa. Nelo Campos, então, assumiu o cargo de vice-presidente de futebol. A primeira decisão no comando do principal departamento? Manter Umberto Louzer no comando do Sport, apesar da equipe não ter conseguido render com o treinador no fim do Estadual e início da Série A.

O presidente eleito Leonardo Lopes e o vice-presidente Yuri Romão - ANDERSON STEVENS/SPORT

A insistência foi tão grande que o substituto Gustavo Florentín só assumiu na última rodada do primeiro turno da Série A. Até nisso, o Sport demorou para tomar uma decisão. Louzer acertou a rescisão no final de agosto e, em setembro, o novo comandante leonino estreou no cargo. Como era esperado, o início de trabalho do técnico paraguaio foi bastante difícil. E, de quebra, teve que administrar uma nova bomba no Leão. Todo o departamento de futebol do Sport foi desligado após a não regularização de quatro contratações - goleiro Saulo, lateral-direito Jeferson, volante Aguirre e o atacante Vander - e de uma confusão de informações em torno da escalação irregular ou não do zagueiro Pedro Henrique, recém-contratado junto ao Internacional.

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Para completar, o presidente Leonardo Lopes pediu afastamento do cargo alegando problemas pessoais. Sobrou para o vice-presidente Yuri Romão a missão de reestruturar todo o departamento de futebol e passar a tranquilidade necessária para o técnico paraguaio Gustavo Florentín "tirar leite de pedra" com o limitado elenco do Sport, que ainda perdeu Thiago Neves e André, ambos pediram para deixar o clube.

Para assumir a vice-presidência de futebol, Romão convidou o ex-diretor Augusto Carreras. Juntos, conseguiram passar a mínima condição de trabalho para o treinador e o elenco. A reação na Série A aconteceu, Florentín caiu nas graças da torcida, a possibilidade de escapar do rebaixamento passou perto, mas já era tarde demais. O Sport foi rebaixado com três rodadas de antecedência, 33 pontos, na vice-lanterna.

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