Governo se mobiliza para tentar conter chegada de óleo em Porto de Galinhas e Maracaípe

A intenção é evitar que as manchas de óleo atinjam os estuários do Litoral Sul
JC Online
Publicado em 18/10/2019 às 11:12
Foto: Foto: Prefeitura de Tamandaré / ASCOM


Atualizada às 17h41

Para tentar evitar que as manchas de óleo atinjam os estuários do Litoral Sul de Pernambuco, o Governo do Estado realizará a colocação, nesta sexta-feira (18), de boias de contenção e mantas de absorção na entrada do Rio Formoso, no município homônimo, onde fica o estuário de Guadalupe, no Pontal de Maracaípe, na cidade de Ipojuca e no Rio Sirinhaém. Estuários são locais onde os rios se encontram com o mar e as águas doce e salgada são misturadas. Segundo a secretaria de Meio Ambiente, equipes estão se deslocando para os estuários para montar as barreiras de contenção.

Nessa quinta (17), já haviam sido feitas contenções no Rio Pissinunga, na divisa entre Pernambuco e Alagoas, e no Rio Una. De acordo com o secretário de Meio Ambiente, José Bertotti, a prioridade é dar continuidade ao trabalho de prevenção. Ele afirma que fazer a interceptação da mancha de óleo em alto mar é um trabalho difícil, visto que é preciso que haja uma identificação prévia do local. "Essa identificação, que foi feita ontem em Carneiros, hoje faz com que a gente reforce o que estava sendo feito ontem (quinta), que foi o fechamento da entrada do estuário do Rio Pissinunga e do Rio Una, porque os estuários são as áreas que têm mais sensibilidade do ponto de vista da vida marinha", relata o secretário.

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Os trabalhos foram até a meia-noite desta sexta-feira, contando com mais de 70 pessoas trabalhando tanto no Rio Pissinunga, quanto no Rio Una. "Pernambuco tem seu litoral, de mais de 200 quilômetros, com muitas áreas de estuário e esse estuário tem muito mangue. É exatamente no mangue que a vida marinha prospera. Hoje já está se iniciando o trabalho de fechamento da entrada do Rio Formoso, que é o estuário de Guadalupe, uma área de proteção ambiental. Também tem equipes trabalhando em Maracaípe, para fazer o fechamento do Pontal", completa Bertotti.

Segundo o biólogo Clemente Coelho Júnior, da APA, as manchas devem chegar a Porto de Galinhas, mas ainda não pode ser estimado quando. Ainda segundo ele, o impacto da substância pode durar décadas nas áreas afetadas, porque esse processo é dividido nas fases aguda e crônica. A fase aguda é esta que ocorre atualmente, na qual a mancha fica mais próxima da orla e a areia das praias é atingida. A fase crônica é mais demorada, porque pode atingir corais e outros ecossistemas marinhos.

Não há retorno do Governo Federal

O secretário de Meio Ambiente de Pernambuco ainda falou sobre a dificuldade de obter informações em relação ao Governo Federal, desde o dia 30 de agosto. José Bertotti ainda afirma que o Governo de Pernambuco tem feito o que pode para proteger a vida marinha. "Nós queremos que o Governo Federal preste contas de tudo que já foi feito em relação ao plano de contenção do vazamento de óleo em águas brasileiras. O Governo Federal não tem dado essas informações, não tem conseguido identificar de onde é essa fonte de vazamento", comenta.

Comitê montado pela prefeitura de Ipojuca

Apesar de as manchas de óleo não terem chegado às praias do município de Ipojuca, como Porto de Galinhas e Maracaípe, no Litoral Sul de Pernambuco, a Prefeitura informou que está realizando monitoramento preventivo nas praias. O acompanhamento acontece tanto por meio da Central de Monitoramento, com uso de drones que sobrevoam a costa, como a fiscalização presencial de equipes do meio ambiente. Nessa quinta-feira (17), a prefeita Célia Sales realizou uma visita às praias de Ipojuca e implantou um comitê de crise. 

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