As manchas de óleo chegaram, no último domingo (20), até a praia de Itapuama, no Cabo de Santo Agostinho. Assim como tem acontecido nas outras praias do Nordeste atingidas pela substância, na manhã desta segunda-feira (21), um grande grupo de voluntários colabora com a limpeza do local. A Prefeitura do Cabo, porém, reclama que há falta de apoio dos governos Federal e Estadual. Cerca de 40 toneladas de óleo foram retiradas da praia de Itapuama durante a manhã desta segunda e mais de mil pessoas estão trabalhando na limpeza - entre voluntários e funcionários da prefeitura.
"Hoje estamos contando com o apoio da sociedade, das ONGs, dos voluntários. Vieram alguns recursos de apoio, mas muito pouco. Infinitamente pequeno por parte do Governo do Estado. O acidente é muito grande, então o que está vindo é pouquíssimo", afirmou o secretário de serviços públicos do Cabo de Santo Agostinho, Raimundo Souza.
Segundo o secretário, a Prefeitura do Cabo disponibilizou 70% da equipe de limpeza da cidade para trabalhar na limpeza, assim como todo das máquinas para fazer a remoção do material. No último domingo (20), a Defesa Civil mandou 300 kits para limpeza, que contém materiais como luvas e botas. "Mas a dimensão é tão grande que a gente precisa de cerca de 10 mil sacos por dia. É muito grande o acidente. Isso não vai ser resolvido em poucos dias. Precisamos do apoio dos empresários, da indústria do turismo, do Governo do Estado, Federal, porque é de grande dimensão o impacto ambiental no município", acrescentou.
A segunda-feira (21) é também feriado do dia do comerciário no Brasil. Poderia ser um dia de descanso para Bruno Moura, morador de Olinda e que trabalha no comércio. Mas ele preferiu ir até a praia de Itapuama, no Cabo, ajudar na limpeza.
“Vi ontem uma postagem de uma amiga, de que a praia de Itapuama estava precisando de voluntários. Hoje de manhã liguei para o número disponível, fui até a sede do Samu onde estava fazendo a inscrição e distribuindo os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), perguntei qual era a área mais crítica e estou aqui desde às 8h45, ajudando”, contou.
Ainda de acordo com Bruno, o mesmo local chegou a ser limpo quase aproximadamente 30 vezes, mas a maré sempre leva mais material até a faixa de areia. “Algumas pessoas já estão entrando na água porque fica mais fácil pegar antes de ter contato com a areia. Ela (a substância) está chegando fragmentada, o que é pior. Quando vem em pedaços grandes fica mais fácil de recolher, mas aqui tem muitos fragmentos pequenos. É difícil juntar esse produto. Mas tem muita gente ajudando, está todo mundo empenhado para retirar”, completou.