Após forte chuva, sistema Cantareira sobe de novo e chega a 11,1%

Desde julho de 2014, em meio à grave crise hídrica, o governo paulista utilizou duas reservas do fundo da represa, conhecidas como volume morto
Da Folhapress
Publicado em 26/02/2015 às 10:38
Desde julho de 2014, em meio à grave crise hídrica, o governo paulista utilizou duas reservas do fundo da represa, conhecidas como volume morto Foto: Foto: NELSON ALMEIDA / AFP


A forte chuva que atingiu a Grande SP na tarde de quarta-feira (25) fez com que o nível do Cantareira aumentasse 0,3 ponto percentual em comparação com o dia anterior. O manancial opera agora com 11,1%, índice ainda considerado crítico.

Representantes da Sabesp, no entanto, reiteraram na quarta-feira em sessão na Câmara Municipal de São Paulo que não está previsto um rodízio de água para a Grande SP. mesmo com as chuvas abaixo do previsto para março.

Fevereiro, segundo dados divulgados pela Sabesp, vai fechar com chuvas bem acima da média histórica. Até agora, no Cantareira registrou 293 mm de chuva quando a média para o mês é de 199,1 mm.

O Cantareira abastece 6,2 milhões de pessoas na zona norte e partes das zonas leste, oeste, central e sul da capital paulista -eram cerca de 9 milhões antes da crise. Essa diferença passou a ser atendida por outros sistemas.

Desde julho de 2014, em meio à grave crise hídrica, o governo paulista utilizou duas reservas do fundo da represa, conhecidas como volume morto. Esse volume, no Cantareira espalhado em três diferentes represas, é a porção que fica abaixo das tubulações que captam água. E, para ser utilizada, precisa ser bombeada.

A segunda cota do volume morto, de 105 bilhões de litros, começou a ser usada em novembro. Nesta terça, quando o sistema atingiu 10,7% de sua capacidade, o equivalente a ela foi recuperado. Já a primeira cota do volume morto, de 182,5 bilhões, talvez somente possa ser recuperada em um ou dois anos. Isso ocorrerá quando o nível do manancial atingir 29,2%.

A utilização do volume morto, segundo especialistas, pode ser comparada ao uso do cheque especial. Ambientalistas também apontam alguns riscos, como o de extinção de uma reserva técnica do manancial, por exemplo.

OUTROS RESERVATÓRIOS

Já o nível do reservatório Alto Tietê, que também sofre as consequências da seca, opera com 18,3% de sua capacidade, o mesmo índice registrado por quatro dias seguidos.

O sistema abastece 4,5 milhões de pessoas na região leste da capital paulista e Grande São Paulo. No dia 14 de dezembro, o Alto Tietê passou a contar com a adição do volume morto , que gerou um volume adicional de 39,5 milhões de metros cúbicos de água da represa Ponte Nova, em Salesópolis (a 97 km de São Paulo).

O nível da represa de Guarapiranga, que fornece água para 5,2 milhões de pessoas nas zonas sul e sudeste da capital paulista, avançou 1,1 ponto percentual e opera com 59,8% de sua capacidade.

O reservatório Rio Grande, que atendem a 1,5 milhão de pessoas, caiu 0,1 ponto percentual e opera agora com 83,3%. Já o reservatório Rio Claro, que também atende 1,5 milhão de pessoas, avançou 0,2 percentual. O sistema opera com 35,7%

O sistema Alto Cotia também teve melhora passando de 36,4% para 37,7%. O reservatório fornece água para 400 mil pessoas.

A medição da Sabesp é feita diariamente e compreende um período de 24 horas: das 7h às 7h.

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