O Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, no bairro de Santo Antônio, área central do Recife, virou cenário, nesta manhã de quinta-feira (20), de uma manifestação conjunta a favor da educação. Enquanto estudantes da Universidade de Pernambuco (UPE) denunciam falta de repasse de recursos para o pleno funcionamento da instituição — que é de responsabilidade da gestão estadual —, professores vinculados ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado de Pernambuco (Sintepe) dão seguimento à “Greve pela Vida”, deflagrada em 19 de abril contra o retorno das aulas presenciais durante a pandemia.
Os estudantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UPE explicam que o conhecimento sobre o corte de recursos da instituição se deu a partir de uma reunião com o próprio reitor da universidade, Pedro Falcão. " Tivemos uma reunião com o reitor da universidade para cobrar as bolsas de assistência estudantil, só que ele apresentou o orçamento da universidade para a gente, que vem defasado desde 2012. A partir disso, construímos a pauta de que é necessário que o governo cumpra a lei da gratuidade da UPE, que precisa ter o orçamento conforme a quantidade de estudantes; e, atualmente, o valor que o governo manda é 43% do necessário", disse o presidente do DCE, Hélio Monteiro.
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A UPE tem 54 cursos de graduação oferecidos nas cidades de Recife, Camaragibe, Palmares, Nazaré da Mata, Caruaru, Garanhuns, Arcoverde, Serra Talhada, Salgueiro e Petrolina. A carência de recursos, segundo o DCE, vem impossibilitando a construção de um novo prédio para a Faculdade de Odontologia — que teve a sede desocupada por problemas estruturais — e o pagamento do aluguel do Campus Mata Sul, em Palmares.
A Universidade de Pernambuco (UPE) não confirmou a informação. A Secretaria de Ciência e Tecnologia, pasta da gestão estadual a qual a universidade é vinculada, também não se pronunciou sobre a denúncia. No entanto, os estudantes foram recebidos pelo secretário-executivo de Coordenação Estratégica da Casa Civil, Adilson Gomes Filho. Segundo a pasta, "o pleito deles também será encaminhado às pastas responsáveis".
Já o Sintepe protesta pela celeridade da vacinação de profissionais da Educação em Pernambuco, com o argumento de que pelo menos 47 trabalhadores já faleceram pela covid-19, em dados não oficiais. "O ato público é para denunciar as mortes que já acontecem na educação e para pedir urgência no plano de vacinação. Esperamos uma terceira audiência no Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para discutir o tema, e, na próxima quarta, a comissão estadual de avaliação do retorno das atividades presenciais prometeu incluir na pauta o plano de vacinação para os profissionais da educação", disse a vice-presidente do sindicato, Ivete Caetano.
A Secretaria da Casa Civil de Pernambuco informou que Adilson também recebeu uma comissão formada por representantes do Sintepe. "Durante a reunião, o secretário-executivo ouviu a pauta de reivindicações da categoria e informou que levará as questões trazidas pelo grupo à Secretaria de Educação e Esportes", disse, por nota.