Um cachorro da raça border collie morreu na madrugada do último sábado (12) durante estadia em um canil localizado em Aldeia, Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife. Os relatos do tutor e do dono do estabelecimento dão conta de que o animal foi asfixiado pela própria coleira durante uma tentativa de fuga. O polêmico caso circulou por grupos de WhatsApp, chamando atenção para a necessidade de cuidados com os animais em hotéis para pets.
Segundo o tutor, que preferiu não se identificar, o cão “sempre foi muito ansioso”. “Sempre que eu saía com ele, ele tentava fugir para voltar para casa. Uma vez, ele chegou a sair da coleira quando ainda estávamos no estacionamento do prédio e ficou esperando no elevador”, disse, abalado.
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O canil indenizou o dono do animal, e o advogado do estabelecimento entrará com representação jurídica contra calúnia e difamação por supostas "informações falsas" que estão sendo compartilhadas nas redes sociais, como a de que o cuidador teria praticado maus tratos contra o pet. Ele defende que a “fatalidade”, como chama, aconteceu enquanto ele dormia.
“Durante o dia, ele pulou o muro. O dono disse para eu tomar cuidado, porque ele pulava muito. Mas, de sexta para sábado, isso aconteceu. Quando acordei o vi enforcado”, disse. Ele ainda diz que não só trabalha com cachorro, como sua “vida é dedicada a cachorros”. “O canil é dentro da minha casa. Eu vivo para isso. Foi uma fatalidade, um acidente".
A repercussão do caso na internet rendeu críticas ao canil. Em uma publicação no Instagram, uma internauta questionou “quantos mais terão que partir até que as pessoas entendam [que] a culpa não é do cão?”. Outra, disse: “o canil tem culpa sim! Mostra claramente que o cão estava preso com um enforcador sem nenhuma supervisão! Não é possível que ninguém ouviu nada? Animais têm sentimentos! Imagino o quanto esse anjo sofreu sem nenhum socorro”.
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O psicólogo canino Nahum Anselmo afirmou que os abrigos ou hospedagens devem ter especialistas capacitados a lidar com cães com todos os tipos de comportamento, principalmente com os mais ansiosos e apegados aos tutores.
“O chamado ‘cão de companhia’ quer estar perto do dono, da matilha dele, que é como ele nos interpreta. Então, é normal que quando ele se afasta do ambiente dele, da família dele, ele querer achar um meio para voltar àquele local. É importante que quem está hospedando esses cães tenha ciência disso para redobrar a atenção. Tem que ter um especialista atento, porque se não o animal vai ficar preso no canil e vai aumentar ainda mais o estado de estresse dele”, disse.
O especialista também explicou à reportagem que é comum casos de ansiedade em cachorros, principalmente mais novos, e que exercícios para aliviar a tensão devem ser rotina na vida desses animais.
“Ele tem que socializar, tem que passear mais com o dono, ter contato com outros cães para que ele tenha um equilíbrio emocional. Isso também depende muito da idade do cachorro. Tem fase que a ansiedade é muito alta, e gradativamente isso vai diminuindo. Se o dono tem um cachorro assim, tem que dar mais atenção ainda, e não só com carinho.”