A nova operação das linhas de ônibus que pertencem à empresa Vera Cruz, que pediu para encerrar a operação no Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) no dia 22/7, já tem data para começar: a partir do sábado, dia 3 de agosto.
A nova operação será faseada e deverá se prolongar até o dia 31/8 ou, no máximo, fim da primeira quinzena de setembro - é o que garante o governo de Pernambuco, gestor do transporte metropolitano por ônibus através do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM).
O Estado aceitou a saída da operadora do sistema e as 48 linhas da empresa serão divididas entre outras operadoras, provavelmente as empresas Metropolitana, Borborema e São Judas Tadeu, que atenderiam, na teoria, os requisitos do regulamento do STPP de proximidade de operação e avaliação (esse item está sendo avaliado pelo CTM).
Seriam, na prática, a reorganização de 36 linhas que ainda estavam sendo operadas pela Vera Cruz, já que, em abril, a operação de 12 linhas foi repassada para a Borborema, Empresa Metropolitana e São Judas Tadeu.
TRANSIÇÃO DA OPERAÇÃO LEVARÁ DE 30 A 40 DIAS E PASSAGEIRO TERÁ SERVIÇO GARANTIDO, PROMETE ESTADO
A primeira fase, que começa no dia 3 de agosto, atingirá 14 linhas da Vera Cruz, que serão divididas igualmente entre a Empresa Metropolitana e a Borborema. Confira as linhas que serão transferidas nessa fase:
“Nós garantimos aos passageiros que não haverá interrupção do serviço de transporte nas áreas atendidas pela empresa. Por isso a desmobilização da operação está sendo faseada e será assumida por outras operadoras do sistema, como já vem acontecendo desde abril, quando 12 linhas passaram a ter novos operadores e a qualidade do serviço só melhorou”, garantiu o presidente do CTM, Matheus Freitas.
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Segundo o gestor, a decisão da Vera Cruz de entregar as linhas só antecipou a ação que o Estado teria que tomar para retirada da operadora do sistema. “Só aumentou nossa certeza de que a Vera Cruz não teria condições de operar na RMR. Tentamos com o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), via Ministério Público de Pernambuco (MPPE), mas não deu certo”, lamentou.
GARANTIA PARA OS TRABALHADORES DA EMPRESA E VENDA DA FROTA
A Vera Cruz poderá repassar ou vender a frota, mas deverá garantir a recolocação dos trabalhadores (média de 400 motoristas) e seguir pagando as multas recebidas e que totalizam R$ 10 milhões. “O TAC deverá ser aditado. Vamos ver tudo isso com o MPPE”, garantiu Matheus Freitas.
Linhas a serem transferidas para a Empresa Borborema:
124 - VILA DO SESI/TI TANCREDO NEVES
125 - CÓRREGO DA GAMELEIRA/TI TANCREDO NEVES
151 - JARDIM JORDÃO/TI AEROPORTO
152 - JORDÃO BAIXO/TI AEROPORTO
153 - JORDÃO ALTO/TI AEROPORTO
154 - JORDÃO (BACURAU)
155 - JORDÃO BAIXO/BOA VIAGEM
Linhas a serem transferidas para a Empresa Metropolitana:
126 - UR-03/TI TANCREDO NEVES
131 - UR-02 (BACURAU)
132 - UR-02 (IBURA)/TI TANCREDO NEVES
134 - LAGOA ENCANTADA/TI TANCREDO NEVES
141- JARDIM MONTE VERDE/TI TANCREDO NEVES
143 - UR-06/TI TANCREDO NEVES
168 - TI TANCREDO NEVES (CDE. B. VISTA)
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Confira as linhas que já estão sendo operadas pela Borborema, Metropolitana e São Judas Tadeu:
110 - IBURA/TI PRAZERES (Metropolitana)
115 - TI AFOGADOS/TI AEROPORTO (Metropolitana )
118 - PRAZERES/BOA VIAGEM (Borborema)
120 - ALTO DOIS CARNEIROS/SHOPPING (Borborema)
135 - UR-10 (Metropolitana)
136 - UR-05 (Metropolitana)
142 - ALTO DOIS CARNEIROS/TI TANCREDO NEVES (Metropolitana)
145 - ALTO DOIS CARNEIROS (BACURAU) (Metropolitana)
178 - PORTO DE SUAPE/TI CABO (São Judas Tadeu)
196 - TI CABO/PORTO DE GALINHAS/NOSSA SENHORA DO Ó (São Judas Tadeu)
198 - IPOJUCA/TI CABO (São Judas Tadeu)
199 - CAMELA/TI CABO (São Judas Tadeu)
Confira o cronograma da transição da operação feito pelo governo de Pernambuco:
1.A Vera Cruz tem a permissão para operar 48 linhas.
a.?Devido ao Termo de Ajuste de Compromisso (TAC), junto com o Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a empresa tem 12 linhas suspensas e permanece operando 36 linhas.
b.O TAC foi firmado devido a dificuldades que vinham comprometendo a operação, e tornaram-se mais evidentes quando o CTM passou a exigir melhorias ao longo do ano de 2023.
2.A Vera Cruz protocolou um ofício no CTM, em 23 de julho, no qual comunicava a desistência definitiva e encerramento das atividades operacionais, em caráter irrevogável e irretratável.
3.Ao todo, a Vera Cruz possui 171 veículos distribuídos na sua operação, de modo que a transição para os outros operadores se dará em fases, começando a partir do início do mês de agosto.
4.O CTM está trabalhando para que haja a desmobilização da operação da empresa, de modo que outras empresas do STPP/RMR possam assumir a operação, de modo que o usuário não seja prejudicado e continue sendo atendido. Espera-se que entre de 30 e 45 dias, a redistribuição da operação da empresa possa ser transferida para outros operadores e a operação da Vera Cruz seja encerrada.
5.Visando a garantia da continuidade da execução da prestação de serviço público, o qual é indispensável, como também a mitigação de eventuais prejuízos decorrentes do repasse das linhas para outras operadoras, o CTM espera que a Vera Cruz cumpra o cronograma de desmobilização pelo prazo a ser estipulado pelo CTM, bem se comprometa a disponibilizar veículos e mão de obra para as operadoras que venham a assumir a operação, a fim de garantir continuidade e níveis de serviço previamente estabelecidos, de acordo com a normas aplicáveis à espécie, sem prejuízo aos usuários do STPP/RMR.
6.À medida que o cronograma for definido, o CTM disponibilizará as informações para todos.
VERA CRUZ PEDIU PARA DEIXAR O SISTEMA DE TRANSPORTE DO GRANDE RECIFE
A empresa de ônibus Vera Cruz entregou, oficialmente, todas as linhas que operava na RMR ao governo de Pernambuco no dia 22/7. A empresa enviou à Coluna Mobilidade uma carta protocolada no CTM no dia 23/7 que comprova a efetivação da devolução das linhas.
No documento, que tem como referência a desistência da operação de todas as linhas de transporte sob permissão da Vera Cruz, a operadora voltou a usar os mesmos argumentos que apresentou em abril, quando pediu para transferir e permutar parte da operação.
A empresa alega que a operação vem sendo deficitária sob o ponto de vista econômico-financeiro há anos, o que tem provocado "severos prejuízos" que comprometem a manutenção dos serviços regulares de transportes.
E segue afirmando que a decisão não tem volta. "Entendemos não ter mais sentido operar todas as nossas linhas de transporte por ser economicamente inviável. Assim, manifestamos formalmente a nossa desistência definitiva e encerramento das atividades operacionais, em caráter irrevogável, de forma amigável, a partir do dia 23 de julho".
Confira a carta:
ENTENDA A CRISE DA VERA CRUZ
A Vera Cruz teve a operação de 12 linhas repassadas para outras três empresas do Sistema de Transporte Público da Região Metropolitana do Recife (STPP) por 90 dias, inicialmente.
A mudança foi acordada no TAC assinado entre a Vera Cruz, o governo de Pernambuco e o MPPE no dia 30/4. A decisão, acordada entre as partes e mediada pelo promotor de Transportes, Leonardo Caribé, foi tomada porque a Vera Cruz não iria conseguir cumprir o cronograma de renovação da frota.
A empresa colocou nove ônibus semi-novos para operar em abril e comprou outros 26 veículos, mas que não conseguiram chegar dentro do prazo estipulado. As linhas - a maioria operadas há muitos anos pela Vera Cruz - foram divididas entre as empresas Borborema, Metropolitana e São Judas Tadeu. As três, juntas, colocaram uma frota de 40 ônibus para atender à demanda das linhas.
BORBOREMA, METROPOLITANA E SÃO JUDAS TADEU ASSUMIRAM
Na primeira transferência de operação da Vera Cruz, em abril, as linhas que atendem ao Ibura e a Imbiribeira ficaram com a Metropolitana e a Borborema, enquanto as que atendem ao Cabo de Santo Agostinho e à cidade de Ipojuca, com a São Judas Tadeu.
Segundo informações do setor, a Vera Cruz estava deixando de colocar, em média, 40 ônibus a menos na operação. Deveria operar com 179 veículos diariamente, mas só estaria colocando 139. A empresa só teria adquirido nove ônibus em abril e, alguns, tiveram quebras no primeiro dia de operação.