As últimas pesquisas de opinião, feitas pelos principais institutos, apontam que aquilo que o brasileiro mais quer, neste momento, é entrar na fila para ser vacinado, mesmo sabendo que de acordo com os planos do Ministério da Saúde, somente no fim do ano é que a maioria da população vai estar imunizada. Mas não deixa de ser uma expectativa.
Aí, tendo como cenário o país que está batendo recordes no número mortos, o Senado Federal aprovou um projeto autorizando estados e municípios a comparem vacinas, caso o governo federal não dê prioridade na aquisição dos imunizante, e permitindo também que as empresas possam adquirir essas vacinas para serem destinadas ao SUS (Sistema Único de Saúde) e sabe o que fez a Câmara dos Deputados?
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Em vez de dar andamento nas medidas aprovadas pelos senadores, os deputados resolveram cuidar de blindar a própria imunidade. Acredite, a Câmara ignorou o projeto do Senado sobre vacina e agora dar andamento numa medida que na prática dificulta a prisão de parlamentares, encrencados com a Justiça, e em nada contribuiu para o andamento de investigações contra deputados e senadores.
Sinceramente, é ou não é um escárnio? É ou não um pouco caso com o enfrentamento da pandemia da covid-19? Quando a imprensa diz que o projeto que está em análise pelos deputados deveria ser chamado de proposta da impunidade, o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), diz “que há uma considerável má vontade de setores da mídia que ignoram que não se trata de impunidade”.
Mas é. Tanto é, que se os padrinhos dessa medida estão levando à votação sem nenhum debate na Comissão de Constituição e Justiça nem na Comissão Especial, como ocorre com todos os projeto que tratam de modificar a Constituição Federal.
Essa gente não toma jeito.
Pense nisso!
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