Depois de cinco dias, o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, concedeu entrevista à TV Jornal e à TV Globo sobre a ação desastrosa da Polícia Militar de Pernambuco contra manifestantes na área central do Recife, no último sábado (29). Mas não esclareceu nada. E gerou novas dúvidas sobre o lamentável episódio.
A principal: Quem deu a ordem para que os PMs atirassem? Ele disse não saber.
Mas há algo intrigante em toda essa história: como revelou a coluna, o secretário, além do executivo, Humberto Freire, e de parte da cúpula da PM estavam no Centro Integrado de Comando e Controle Regional, onde ficam localizadas todas as câmeras da SDS. Pádua confirmou, à TV Jornal, que o agora ex-comandante geral da PM, Vanildo Maranhão, não estava no local.
Onde estava o coronel? Nenhuma resposta.
Ele deu a ordem? Isso vai ser investigado.
O secretário não disse nem que "sim" nem que "não". Fica a pergunta: nem momento algum, em cinco dias, Pádua não teve a curiosidade de questioná-lo?
Atônitos continuaremos por mais um tempo. Ou, talvez, por um longo tempo. Porque, a cada dia que passa, mais perguntas vão surgindo e falta transparência. Já são oito PMs afastados das atividades. Mas o responsável pela ordem, aquele que não pode, de forma alguma, deixar de ser punido, segue imune. Desastroso.
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