O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol-PE) classificou como uma "situação de guerra" o crescimento da violência que vem sendo registrado nos últimos meses no Estado. Balanço divulgado pela Secretaria de Defesa Social (SDS) revelou que 965 homicídios foram somados entre janeiro e março de 2022. O aumento foi de 16,5% em relação ao mesmo período de 2021, quando 828 assassinatos foram confirmados.
"Pernambuco chegou ao triste patamar de 10 mortes violentas por dia. Uma alta de 16,5%, se comparado com o mesmo período do ano passado. Esse absurdo vem se escalando ano após ano, batendo recorde atrás de recorde. A insegurança refletida nos números é sentida nas ruas, na opinião dos pernambucanos e entre os profissionais da segurança pública", afirma nota divulgada pelo Sinpol-PE nesta segunda-feira (18).
"O Sinpol reforça em meio a essa situação de guerra que nunca haverá combate à criminalidade sem investimento. Nós, policiais civis, sofremos todos os dias para dar conta de demandas absurdas, muitas vezes que nem nos compete. Além de locais de trabalho sucateados e o 25° salário do País", completa o texto.
No último mês de março, Pernambuco somou 346 homicídios. É o pior resultado desde maio de 2020, quando 351 pessoas foram mortas. Em comparação com março de 2021, o aumento foi de 26,7%. Foram 73 assassinatos a mais.
Uma das vítimas da violência foi a menina Heloysa Gabrielly, de 6 anos, que foi baleada durante perseguição de policiais militares do Batalhão de Operações Especiais (Bope) a um suspeito que estava numa moto na comunidade de Salinas, em Porto de Galinhas, Litoral Sul de Pernambuco. A morte ocorreu na tarde do dia 30 de março. A Polícia Civil ainda não esclareceu quem atirou na menina.
Por meio de nota, a Secretaria de Defesa Social (SDS) comentou o crescimento dos homicídios.
"Mapeamos as áreas que apresentaram aquecimento das manchas criminais no 1º trimestre, intensificamos a atuação nesses focos e já percebemos uma reversão de cenário em diversas Áreas Integradas de Segurança, a exemplo da AIS-10 (Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca), onde mantemos a Operação Porto Seguro, responsável pela garantia da tranquilidade nessa importante região do Litoral Sul. Vamos manter o combate às facções criminosas. Mais de 80% dos homicídios têm como motivação o tráfico de drogas, e manteremos forte o trabalho de desarticulação e descapitalização desses grupos."
CAPITAL
A SDS não divulgou o número de homicídios por região do Estado, como habitualmente faz. Disse, porém, que no Recife houve redução. O balanço do primeiro trimestre deste ano mostra que ocorreram 136 homicídios na capital pernambucana, ou seja, 8,72% a menos do que no mesmo período de 2021, quando houve 149 casos notificados.