O colesterol alto é um problema de saúde muito comum atualmente, devido a hábitos não saudáveis.
Infelizmente, muitas crianças estão apresentando taxas altas de colesterol no sangue, por causa da grande quantidade do consumo em gordura.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) revela que 20% das crianças e adolescentes apresentam níveis elevados de colesterol. Pesquisas médicas detectaram que um em cada cinco crianças e adolescentes, entre 2 e 19 anos, já tem colesterol elevado. E isso mostra como tem se tornado comum o aparecimento, na infância, de doenças que antes só eram detectadas em adultos e idosos.
Segundo a nutricionista materno-infantil Luciana Nunes, a maior incidência do colesterol alto na infância é consequência do "consumo em excesso e prioritário de alimentos industrializados, ricos em gorduras, açúcares e aditivos químicos." E essa condição se tornou mais crítica e preocupante durante esta pandemia de covid-19, em que as crianças passaram mais tempo em casa, sem se exercitar e seguindo uma alimentação pouco saudável.
"Uma rotina alimentar com guloseimas, doces, embutidos, fast-food, refrigerantes, frituras, itens pobres em vitaminas e minerais, além do baixo consumo de frutas e verduras, podem ocasionar o aumento dessas taxas no sangue", explica a especialista.
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RISCOS DO COLESTEROL ALTO NAS CRIANÇAS
A nutricionista Luciana Nunes ainda afirma que o efeito desses níveis de gorduras aumentados, desde a infância, pode provocar o entupimento dos vasos sanguíneos, em razão do acúmulo de gordura nas paredes das artérias.
Esse quadro, conhecido como aterosclerose, pode ser o responsável pelo aparecimento das doenças cardíacas, como pressão alta, AVC e infarto.
Assim, vale manter uma alimentação balanceada com uma lancheira nutritiva para escola, exercitando a educação alimentar desde cedo.
COLESTEROL ALTO: UM ALERTA PARA AS FAMÍLIAS
De acordo com Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), o colesterol alto nas crianças pode ser regulado com pequenas mudanças.
- EVITAR: passar muito tempo nos celular ou televisão; alimentação ultraprocessados no geral (biscoitos, frituras, refrigerantes)
- PREFERIR: atividades ao ar livre e praticar algum esporte; alimentos ricos em fibras (frutas, legumes, sucos)
VEJA OS MITOS E VERDADES SOBRE O COLESTEROL NA INFÂNCIA
Confira abaixo alguns mitos e verdades colesterol na infância, divulgados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Mitos
- Criança não tem colesterol e não precisa fazer exame de sangue
- A criança que tem alimentação saudável e faz atividade física não precisa fazer exame de sangue
- Só criança "gordinha" tem risco de ter colesterol alto
- Criança "magrinha" não pode ter colesterol alto
- É complicado fazer exame de sangue em criança, pois elas não conseguem ficar em jejum
- Se o colesterol LDL (o componente "mal" do colesterol) estiver normal, não é preciso se preocupar com o restante do perfil lipídico (Ex: HDL e triglicerídeos)
- Se a família não tem colesterol alto, a criança não tem
Verdades
- Criança PODE ter colesterol alto, mesmo quando ainda bem pequena
- O exame de colesterol deve ser realizado em TODA criança entre 9 e 11 anos de idade (antes do início da puberdade)
- Algumas situações em crianças de 2 a 8 anos podem exigir o exame nessa faixa etária. São elas: crianças com excesso de peso, diabetes ou que façam tratamento de saúde para doenças crônicas e crianças com história de saúde dos familiares com doença cardíaca precoce
- O colesterol alto está mais presente em crianças com excesso de peso, mas crianças que têm peso adequado também podem ter seu colesterol alto e devem fazer exames
- Se o colesterol LDL estiver acima de 130, o médico da criança deve dar orientações importantes às famílias
- Ter o colesterol LDL normal é importante, mas não é o suficiente; o médico precisa avaliar se triglicerídeos e HDL estão normais para a idade
- Uma criança pode ter seu colesterol alto mesmo que sua família não tenha. É importante informar ao médico a história de saúde dos familiares, incluindo fatores de risco, como ter pais ou avós que tiveram infarto agudo do miocárdio ou AVC (acidente vascular cerebral, mais conhecido como derrame) precoce (antes dos 55 anos para homens, e 65 anos para mulheres)