A Casa Balea, localizada onde funcionava a antiga Casa do Cachorro Preto, no Carmo, em Olinda, inaugura, nesta quinta-feira (31), a exposição "Primal", com obras dos artistas Demétrio Albuquerque (PI), conhecido por ter feito as estátuas do Circuito da Poesia do Recife, e Glauber Arbos (PE). São esculturas, relevos e híbridos em cerâmica de primeira queima, argilas e detalhes em madeira e ferro de artistas que mescla cultura popular com a arte moderna.
"Ambos têm em comum um estudo do contemporâneo em confabulação com o regional", explica a curadora da exposição Biatriz Arcoverde. São nove peças de Demétrio, que também é escultor do Monumento Tortura Nunca Mais (Rua da Aurora, Recife), e sete de Arbos, com duas pinturas. A mostra conta ainda com duas esculturas que os dois criaram juntos especialmente para essa exposição.
"A escolha do nome Primal remete ao primitivo, a cerâmica terracota traz este sentido original e terral”, conta Raoni Assis, que coordena a Casa Balea. "Eu sempre vi esse diálogo nos trabalhos dos dois artistas, mesmo que separadamente, agora promovemos este encontro no barro, na cerâmica de primeira queima e nas formas de criação em escultura e modelagem".
Esta é a terceira exposição do projeto Agregados, que tem incentivo do Funcultura e faz uma retomada da Casa Balea, espaço de arte e cultura de Olinda. Os dois artistas são participantes ativos das atividades da Casa e já fizeram exposições individuais na galeria.
Conheça mais os artistas
O arquiteto Demétrio Albuquerque é natural de Teresina (PI), sendo responsável ainda por obras como a estátua de Naná Vasconcelos no Marco Zero; "A Pedra Jardim", no Shopping Recife; e o Monumento a Augusto dos Anjos, na Praia Pedro Américo, em João Pessoa (PB).
O artista ganhou o prêmio João Turim (1991) de aquisição no Salão do Museu João Turim, em Curitiba (PR), com as esculturas "Prometeu e Andaluz". Morou no Japão, onde fez curso de cerâmica (yakimono), realizou a exposição Karada em Ashikaga-shi. Em 2015 realizou a exposição individual "Caminho da Pedra", na galeria Janete Costa, projeto de Oscar Niemeyer, no Recife.
Já Glauber Arbos é recifense, desenha desde criança. Sua identidade visual é facilmente reconhecida com pinturas de muros e paredes da cidade. As esculturas têm as mesmas características e são reconhecidas nas diversas exposições que acontecem no estado. Da arte popular do nordeste brasileiro até a ficção científica.
Todo esse universo é regido pelos seres com formas que arremetem a natureza distante presente no imaginário do artista. As obras eclodem em explosões de cores e formas bem tratadas demonstrando uma arte cheia de referências, porém particular. Suas obras são ricas em cores e geometrias. Teve sua primeira exposição individual n'A Casa do Cachorro Preto.