ATUALIZADO EM 18/05/2021
Após o deputado estadual e conselheiro do Sport, Romero Albuquerque, denunciar os áudios homofóbicos de Flávio Koury contra o ex-BBB Gilberto Nogueira, ou o famoso Gil do Vigor, havia a informação, através de outro áudio vazado para a imprensa, que o também conselheiro e primo de Koury, Jayme Koury, enviaria um requerimento ao presidente do Conselho Deliberativo do Rubro-Negro, Pedro Leonardo Lacerda, pedindo a expulsão de Romero Albuquerque, como já havia informado o Blog de Jamildo na última sexta-feira e confirmado pela assessoria do deputado nessa segunda-feira (17).
Isso, no entanto, não se confirmou. Em contato com a reportagem do Jornal do Commercio, o presidente do Conselho Deliberativo do Sport, Pedro Leonardo Lacerda, disse que recebeu apenas um pedido de expulsão, que foi assinado por Romero Albuquerque e direcionado para Flávio Koury. Sobre algum protocolo para uma possível expulsão de Romero, Pedro não recebeu nada de nenhum outro conselheiro.
Na última sexta-feira, o deputado Romero Albuquerque divulgou áudios em que o advogado e conselheiro Flávio Koury. Entre os comentários, Koury disse que, ao observarem Gil do Vigor dançando o "tchaki tchaki" na Ilha do Retiro, o público acreditaria que o "time só tem bicha", e que esse tipo de dança não deveria ser feita num estádio, mas sim em bordéis. "1,2 milhão de visualizações. Arretado! 1,2 milhão de pessoas achando que o Sport só tem viado, só tem bicha. Vai vender é camisa. A viadagem todinha vai comprar... Vai ser lindo!", disse Koury em um dos áudios.
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"Se ele tivesse feito essa dancinha na casa dele ou no bordel, eu não estava nem aí. Foi dentro da Ilha do Retiro, né, rapaz? Isso é uma desmoralização! Isso é ausência de vergonha na cara. É isso que estamos vivendo. Não tem mais respeito por pai e filho. É a depravação. Isso é o retrato do que o PT deixou pra gente. É exatamente isso", disparou Koury em outro áudio.
No mesmo dia em que divulgou esses áudios, Romero Albuquerque encaminhou um requerimento pedindo a expulsão de Flávio Koury do Conselho Deliberativo. A justificativa é que os comentários de Flávio quebraram normas de regimento interno do órgão e, além disso, destacou que “muitos usam o ônus da liberdade de expressão para dar voz a pensamentos ultrapassados”.
Esses comentários homofóbicos, aliás, revoltaram a torcida do Sport, que pediu e ainda segue pedidndo a exclusão de Flávio Koury do quadro de conselheiros do Rubro-Negro. Por meio de redes sociais, os leoninos levantaram a hashtag #ForaKoury. Quem também atacou Gil do Vigor foi o conselheiro Renan Valeriano, que disse que o torcedor empobrecia e envergonhava a marca do Sport, o que gerou revolta na torcida, assim como foi com Koury.
Além da torcida, o Sport e os jogadores saíram em defesa de Gil do Vigor. No mesmo dia em que os áudios foram divulgados, o Rubro-Negro publicou uma nota repudiando os comentários homofóbicos e afirmando que o clube e Conselho Deliberativo iriam investigar o ocorrido e tomar providências. Sobre os atletas, o capitão Patric gravou um vídeo em apoio ao ex-BBB, além do atacante Everaldo ter comemorado o gol contra o Náutico dançando o "tchaki tchaki".
Além disso, o Leão promoveu outras ações contra a homofobia e em apoio a Gil do Vigor. Entre elas, acrescentou “do Vigor” após os nomes dos jogadores nas camisas e entrou em campo com uma faixa.
FLÁVIO KOURY SE PRONUNCIA
Advogado e conselheiro do Sport, Flávio Koury pediu desculpas, nesse domingo, ao pernambucano e economista, Gil do Vigor. Na sexta-feira, o Blog de Jamildo divulgou áudios com comentários homófobicos dele direcionados ao ex-participante do Big Brother Brasil 2021. Nos ataques, Koury falou sobre a dança de Gil, que ficou famosa em todo o Brasil como “tchaki, tchaki”, após o reality show, e o ex-BBB reproduziu dentro da Ilha do Retiro.
Quero pedir desculpas a todos que se sentiram atingidos por minhas palavras, utilizadas num ambiente privado e que, retiradas de um contexto onde se discutia futebol, foram indevidamente remetidas à imprensa e às redes sociais por um dos debatedores.
Especialmente, peço desculpas a Gil do Vigor, que, involuntariamente, viu-se envolvido no episódio, o que jamais foi minha intenção ou intuito, estendendo as escusas também aos seus familiares e fãs.
Recife, 16 de maio de 2021.
O QUE DIZ A LEI
O Superior Tribunal Federal enquadrou, em junho de 2019, a homofobia e a transfobia no artigo 20 da Lei 7.716/1989, que fala sobre racismo e discriminação. Ou seja, de acordo com a decisão da corte:
* Praticar, incitar ou induzir a discriminação ou preconceito por conta da orientação sexual do individuo poderá ser considerado crime;
* Além da multa, a pena será de um a três anos;
* Se ocorrer grande divulgação da homofobia em veículos de comunicação, vide publicações em redes sociais, a punição será de dois a cinco anos, além do pagamento da multa;
* A aplicação da pena de racismo valerá até o Congresso Nacional aprovar uma lei sobre o assunto.