com informações da repórter Juliana Oliveira, da TV Jornal
O adesivador Daniel Campelo da Silva, 51 anos, que perdeu visão de um dos olhos após ser atingido por disparo de bala de borracha durante manifestação que aconteceu no último dia 29 de maio no Recife, recebeu alta e está em casa. No entanto, segundo Marcellus Ugiette, um dos advogados da vítima, a situação ainda é grave.
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Ugiette informou que Daniel está recluso em um quarto e sente dores nos olhos, inclusive no que não foi atingido pelo disparo, e nas costas. O advogado esteve na residência da vítima nesta quinta-feira (3) para avaliar a questão da indenização, que ainda não foi definida. Nessa quarta-feira (2), durante reunião com a Procuradoria Geral do Governo de Pernambuco (PGE-PE), foi acordado que os feridos na ação da PM irão receber um auxílio emergencial no valor de um salário mínimo (R$ 1.100), auxílio alimentação e auxílio saúde até a definição da indenização.
Em relação à identificação do policial responsável pelo disparo, o advogado afirma: "a identificação dos autores dos disparos ou da desorganização daquela ação policial isso é problema do Governo do Estado com seus órgãos que fazem esse tipo de investigação: Polícia Civil, Polícia Militar, a própria SDS. Isso é problema deles. Até porque aquelas pessoas são agentes do Estado, são prepostos do governo. Então, o Estado tem responsabilidade objetiva sobre isso. Nossa causa não é essa. Nossa causa é questão da cidadania, dos direitos do cidadão senhor Daniel". Até o momento, apenas o policial militar que teria sido responsável em disparar contra o arrumador de contêiner, Jonas Correia de França foi identificado e afastado. A informação foi confirmada pelo secretário de Defesa Social de Pernambuco, Antônio de Pádua, na tarde desta quinta-feira, em entrevista no programa Por Dentro, da TV Jornal.
Outro ferido na ação segue internado
O arrumador de contêiner Jonas Correia de França, 29 anos, também ferido na ação policial, segue internado no Hospital da Restauração. O boletim mais recente emitido pela Fundação Altino Ventura (FAV) nessa quarta-feira (2) aponta que o exame oftalmológico realizado na unidade de saúde no dia 29 de maio identificou um edema periocular, além de sangramento intraocular, "que causaram comprometimento importante da visão".
O paciente retornou à FAV na quarta para a repetição do exame oftalmológico e ultrassonografia. Segundo o boletim, "estes novos exames constataram uma melhora significativa do edema ocular, mas ainda não houve sinais de recuperação da visão". "Cabe ressaltar que o prognóstico de melhora visual do paciente é reservado, ou seja, com pequena probabilidade de evolução", afirma.
O boletim aponta, ainda, que nenhuma cirurgia foi indicada até o momento, mas que a conduta pode mudar a partir da evolução do paciente e do resultado dos novos exames. O paciente irá retornar à fundação nesta sexta-feira (4) para a realização de ressonância magnética.