Recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 11h deste domingo (24) a menina* de 8 anos que no dia 16 de outubro foi atingida por um muro do Metrô do Recife na Comunidade do Coque, na Ilha de Joana Bezerra, Centro da capital pernambucana. Segundo a assessoria de imprensa do Hospital da Restauração (HR), onde ela está internada, a vítima agora está na enfermaria pediátrica da unidade.
O quadro de saúde da criança é estável; ela está consciente e já fala. A vítima passou ainda na última semana por uma cirurgia na região da bacia, onde teve mais traumas, e, por enquanto, não tem outro procedimento previsto. Ela deve passar por novas avaliações nesta segunda-feira (25), e segue em acompanhamento pela equipe médica do HR, sem previsão de alta.
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A menina foi atingida no sábado da semana passada (16) em meio a uma festa para as crianças realizada pelo Projeto Mão Amiga, parceiro da comunidade. O enfermeiro Jonata Bruno, um dos organizadores do evento, prestou os primeiros socorros e a levou até o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), onde recebeu os primeiros atendimentos, e depois foi para o HR, onde está até agora.
Abalada, a mãe* contou ao JC que estava em casa almoçando enquanto a menina brincava na rua com os amigos, quando os recebeu em casa aos gritos. Ela e o marido, então, correram para socorrê-la. "[Antes disso], ela estava alegre, tomou banho, eu ajeitei o cabelo dela, e ela levou a irmã para brincar no projeto que tem todo sábado. Ela estava brincando quando isso aconteceu."
Ainda, disse que é normal as crianças brincarem nas ruas do Coque, porque a comunidade não dispõe de equipamentos públicos que ofereçam diversão a elas. "Fazem brincadeira aqui na frente da rua, porque não tem outro lugar para brincar", afirmou.
Em nota enviada à reportagem do JC na última segunda-feira (18), a CBTU informou que está investigando a causa do acidente e disse ainda que "os 71 km de vias eletrificadas do Metrô do Recife possuem muros que passam por vistoria e reparos periodicamente".
Faltam reparos
O argumento da companhia, no entanto, é contrariado pelos moradores. Em 2015, o JC noticiava a morte de Max Mateus Antônio do Nascimento, de 10 anos, também do Coque após ser atropelado por composição do metrô. À época, a comunidade já se queixava da falta de manutenção dos muros, que frequentemente caia.
O técnico administrativo Adelson da Silva Pereira, de 43 anos, integrante da Associação Nova Esperança do Coque, denunciou à reportagem que acidentes como esse acontecem constantemente.
"Na mesma região já houve acidentes por causa de queda de placas, de muros, faz muito tempo que não tem manutenção. Inclusive, tem uma ponte que liga a Comunidade do Coque ao bairro de Afogados por onde só passam pedestres que a escadaria está toda danificada oferecendo sérios risco de acidentes", relatou.
*Os nomes da vítima e dos familiares foram resguardados pela reportagem como forma de preservar a identidade da criança.