Entrevista

João Campos diz que o impeachment de Bolsonaro seria ''um bom caminho para o Brasil''

Prefeito também cobrou que partidos políticos passem por renovação e falou sobre as chances de uma terceira via contra Lula e Bolsonaro; confira

Cadastrado por

Cássio Oliveira

Publicado em 17/09/2021 às 10:34 | Atualizado em 17/09/2021 às 10:52
ALVO Declaração fez socialista virar alvo de bolsonaristas, que criticaram aproximação com o PT após 2020 - REPRODUÇÃO/TV GLOBO

Prefeito do Recife, João Campos (PSB) defendeu o impeachment do presidente Jair Bolsonaro, durante entrevista no Conversa com Bial, da TV Globo, exibida na madrugada desta sexta-feira (17).

"Acredito que é possível sim (o impeachment) e seria um bom caminho para o Brasil. Você tem pedidos de impeachment com mais de 20 crimes de responsabilidade apontados, é muito nítido, já deu. O presidente afirma que não seguirá decisão judicial, não pode. O Brasil não é uma anarquia você tem instituições, você precisa ter um estado democrático de direito, que permita convívio civilizatório das pessoas. Então, esperamos que venha a acontecer", disse João.

A deputada federal Tabata Amaral também participou da entrevista e anunciou sua filiação ao PSB, partido de João Campos, seu namorado. Autorizada a sair do PDT sem perder o mandato, depois de uma longa disputa judicial, a deputada justificou sua decisão e rebateu críticas sobre a inevitável associação do companheiro com o partido escolhido: "A minha trajetória na política é independente e da mesma forma a conversa com os partidos foi independente", afirma. "E eu acho tão natural que eu e João estejamos no mesmo lugar porque temos uma visão de Brasil muito compartilhada."

O prefeito do Recife reforçou que a escolha da companheira foi independente. "Ela conquistou passo a passo, nunca nada foi fácil na vida de Tabata", sintetizou, "e foi assim também nessa entrada para o PSB em um momento que os partidos políticos precisam melhorar e muito".

Na mesma linha de João, Tabata criticou o governo Jair Bolsonaro e disse acreditar em impeachment. "Tenho total consciência de que os problemas não vão embora enquanto não tirarmos o projeto maluco que tomou conta do Brasil. Um governo autoritário, incompetente, corrupto, que é responsável pela inflação, por mortes na pandemia, por sofrimento", disse.

Partido

João cobrou que os partidos políticos passem por um processo de renovação. "Ou a gente compreende que os partidos precisam se renovar, precisam discutir novos programas, ou a gente vai ter a garantia de que essas instituições não vão mais representar as pessoas no presente e no futuro."

O partido de João, o PSB, ainda não definiu os rumos que tomará em 2022, apoiar Lula, apoiar Ciro Gomes, apresentar uma candidatura, são algumas das opções. Na entrevista, João foi questionado se vê alguma chance de uma candidatura de terceira via contra Bolsonaro e Lula em 2022. Ele lembrou a candidatura do pai, Eduardo Campos, falecido em 2014, e disse que ninguém está discutindo os problemas do País como seu pai fez. "Eduardo não teve medo de enfrentar problemas, participou de reuniões em todas as regiões do país, com plenárias temáticas", disse.

Tabata, por sua vez, disse que a candidata dos sonhos dela para a presidência seria a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. A parlamentar criticou Bolsonaro, mas disse que o País precisa de projeto, que traga união dos diferentes e que não sabe se o PT, de Lula, apresentará esse projeto.

"É importante entender que o povo elegeu esse governo porque coisas não foram respondidas por outros candidatos. Precisamos de um projeto efetivo que bote fim nesse sofrimento representado pelo governo Bolsonaro e quebre a polarização, que une direita e esquerda e não sei se o PT apresentará isso", concluiu Tabata Amaral.

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