O pré-candidato do Podemos à presidência da República, Sergio Moro, disse que repudia determinação do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), para que a empresa Alvarez & Marsal revele quanto pagou ao ex-juiz depois que ele deixou a empresa, em outubro deste ano. Segundo Moro, a decisão de Dantas está baseada em “insinuações levianas”.
"Nunca paguei ou recebi propina, fiz rachadinha ou comprei mansões. Não enriqueci no setor público e nem no privado. Não atuei em casos de conflito de interesses. Repudio as insinuações levianas do procurador do TCU a meu respeito e lamento que o órgão seja utilizado dessa forma", afirmou o ex-magistrado no Twitter.
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No despacho, Dantas também determina que seja feito levantamento, em ordem cronológica, de todos os processos de recuperação judicial em que a consultoria atuou enquanto o ex-juiz trabalhava junto à Operação Lava Jato, a fim de acompanhar a evolução dos negócios da empresa. A Alvarez & Marsal lidera o mercado brasileiro de recuperação judicial —com clientes como Odebrecht, OAS e Livraria Cultura.
"Trabalhei 23 anos na carreira pública. Lutei contra a corrupção neste país como ninguém jamais havia feito. Deixei o serviço público e trabalhei honestamente no setor privado para sustentar minha família", afirmou o ex-juiz.
Os pedidos do TCU visam a apurar se houve conflito de interesses no contrato entre Moro e a empresa estadunidense, na qual Sergio Moro trabalhou como sócio-diretor e consultor por pouco mais de um ano, atuando na área de "disputas e investigações", que cuida de questões de conduta de funcionários e corrupção dentro das empresas. A consultoria tem pouco mais de R$ 25 milhões a receber de alvos da operação Lava Jato, como a Odebrecht, que teve acionistas e executivos condenados pelo ex-juiz.
Pedido do MP
Dantas acolheu pedido feito pelo Ministério Público no começo do mês. Segundo o MP, é preciso investigar o conflito de interesses no fato de o ex-juiz ter proferido decisões judiciais e orientado as condições para celebração de acordos de leniência da Odebrecht e, logo em seguida, ter ido trabalhar para a consultoria que faz a administração da recuperação judicial da mesma empresa.