Ex-prefeita de Caruaru e pré-candidata a governadora, Raquel Lyra (PSDB) afirmou, na manhã desta quarta-feira (13), que considera que o Pacto pela Vida "acabou" em Pernambuco. O programa foi criado no primeiro governo de Eduardo Campos, em 2007, para tentar reduzir os índices de criminalidade do Estado e tornou-se uma das maiores vitrines eleitorais do PSB.
"O Pacto pela Vida que existia na época de Eduardo acabou. Ele agora vive ensimesmado, somente para fazer as reuniões às quintas-feiras. E aqui eu tiro o chapéu para as tropas das polícias civil e militar, para o complexo de polícia científica, Corpo de Bombeiros, que estão sendo cobrados sem se dar efetivamente condições de trabalho para que eles possam desenvolver as suas atividades da melhor maneira possível. O que a gente tem visto em Pernambuco é que a maioria das cidades têm policiamento duas horas por dia, com dois homens por viatura. Isso não é dar segurança, é, no máximo, chegar 5 ou 6 horas depois do crime acontecido", disparou a tucana, durante sabatina na rádio CBN Recife.
Na entrevista, Raquel também citou denúncia feita recentemente pela deputada estadual Priscila Krause (CID) sobre a não utilização pelo Executivo estadual de mais de R$ 80 milhões depositados no Fundo Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (FESPDS). "Priscila Krause denunciou agora há pouco, há R$ 83 milhões num fundo de segurança pública parados, sem utilização. Enquanto isso, aos municípios, às prefeituras, está sendo dada a obrigação de cumprir com material de limpeza, com material de expediente para a Polícia Civil. Em grande parte dos municípios de Pernambuco também não tem delegado. Nós temos um problema estrutural real, que é a falta de condições de trabalho, a gente não tem uma estratégia clara sobre qual foco se deve andar e não tem política pública de prevenção", declarou Raquel.
Afirmando que Paulo Câmara é "o governador mais rejeitado da história", a ex-prefeita declarou que possui propostas para a área de segurança do Estado e que, enquanto cuidou da gestão de Caruaru, conseguiu desenvolver estratégias que até hoje dão resultado na cidade.
"Lá em Caruaru, de 2017 para cá, a gente reduziu em 50% os índices de crimes violentos letais intencionais, os CVLI. Nós chegamos à prefeitura em 2017, com a cidade apresentando indicadores de guerra civil. (...) E a gente conseguiu sentar à mesa com todos aqueles que dialogam com a questão da repressão qualificada, mas, sobretudo, da prevenção à violência no nosso município, e conseguimos tirar Caruaru das páginas policiais. Recentemente eu dei uma entrevista ao Valor Econômico falando sobre as conquistas na segurança pública no nosso município. Caruaru e Pelotas servindo de referência para o Brasil, com o apoio da organização não governamental Comunitas, para que a gente pudesse caminhar com uma estratégia definida e clara para a redução da criminalidade no nosso território. Não tem passe de mágica, não tem solução fácil para problema complexo, mas não se chega a lugar nenhum se não houver estratégia", observou a postulante a governadora.
Em nome do Palácio do Campo das Princesas, o deputado estadual Tony Gel (PSB) afirmou, por nota, que, com essas declarações, Raquel tenta "esconder seu palanque" nacional. "É preciso que os pré-candidatos ao governo de Pernambuco digam de que lado estão. Ela é do PSDB, partido do presidenciável João Dória e que tem votado contra o povo no Congresso Nacional. Votou, por exemplo, favoravelmente à reforma trabalhista, que retirou direitos da população brasileira", afirmou o parlamentar.
O deputado de Caruaru disse, ainda, que "que está em jogo, nas eleições deste ano, é o futuro do Brasil e de Pernambuco" e que o momento exige união para que se derrote o presidente Jair Bolsonaro. "A Frente Popular tem lado, está junto das forças progressistas em defesa das pré-candidaturas de Lula para a Presidência da República e de Danilo para o Governo do Estado. Vamos percorrer todas as regiões pernambucanas e dialogar amplamente com toda a sociedade para apresentarmos nossas propostas e avançarmos ainda mais nas conquistas em Pernambuco", observou Tony Gel.
O socialista pontuou, também, que o Estado atravessou diversas crises nos últimos anos e que, apesar disso, apenas em segurança pública, foram investidos R$ 6,5 bilhões em 2020 e 2021, "ano que tivemos as menores taxas de homicídios e roubos da história, graças à política pública exitosa do Pacto pela Vida, com resultados positivos, inclusive, em Caruaru, terra da ex-prefeita Raquel Lyra, que tenta se apropriar desses dados para alavancar sua pré-candidatura", cravou o deputado, no texto.
Pré-candidato a governador e ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho (União Brasil) usou as redes sociais nesta quarta-feira (13) para se dirigir diretamente aos efetivos das polícias civil e militar de Pernambuco e criticar ações do governador Paulo Câmara (PSB) relacionadas à categoria. Segundo o político sertanejo, que já recebeu do presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado apoio à sua campanha, o socialista teria "dividido" o grupo com as políticas voltadas para ele nos últimos anos e não valorizaria a tropa.
"O Governo do Estado pode até querer enganar a população de Pernambuco, mas você, policial militar que está nas ruas, na ponta do combate à criminalidade, sabe bem que não se vive de propaganda e não se faz segurança pública apenas com promessas. O Pacto pela Vida foi abandonado há muito tempo, sabemos disso. Desde 2017 que a insatisfação na tropa só faz crescer. Há cinco anos, em vez de valorizar os praças da PM do nosso Estado, o governador do PSB anunciou um tal de 'plano de remuneração', e o que aconteceu na prática? O governo dividiu a categoria e quebrou a paridade na corporação. Mas os salários continuam defasados", afirmou Miguel, para logo em seguida perguntar: "Nesses oito anos, a tua vida melhorou, seja em casa ou no batalhão? Você está satisfeito com o tratamento que recebe?"
Em resposta às críticas de Miguel, o deputado estadual governista Tony Gel (PSB) afirmou que o governador tem um relacionamento "excelente" com os policiais civis e militares do Estado e que todas as decisões tomadas ao longo do mandato do chefe do Executivo foram tomadas "no sentido de melhorar as condições de trabalho" da tropa. "O que temos que observar é os mandatos de Paulo Câmara não foram fáceis, ele pegou o governo em 2015, no meio de uma crise, houve o impeachment, e agora a pandemia. Administrar dessa forma não é para qualquer um, é necessário serenidade e isso é algo que Paulo tem de sobra, tanto que passou por isso tudo e ainda manteve as contas do Estado no azul, com as folhas de pagamento todas em dia", justificou o parlamentar.
"A oposição precisa entender que estados ricos como o Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, por exemplo, passaram por enormes dificuldades nesse período, mas Pernambuco não teve isso. É preciso muito zelo, muita determinação e competência para isso ser possível. Os nossos policiais estão sendo muito bem cuidados pelo governo", completou o deputado.
No vídeo publicado nas suas redes, Miguel Coelho também afirma ser possível fazer mais do que o que foi feito até o momento e citou ações voltadas à segurança pública que desenvolveu em Petrolina durante os cinco anos em que esteve à frente da prefeitura. "Em Petrolina, desenvolvemos um trabalho que serve como referência positiva para todo o Estado. A Guarda Municipal foi reestruturada, com aquisição de equipamentos. Colete à prova de bala, pistolas novas, viaturas e reforço em mais de 70% no efetivo. Criamos a ronda ostensiva municipal, a patrulha ambiental e a patrulha da mulher. Investimos para viabilizar o auxílio de mais de R$ 2 mil para custear e permitir que o servidor comprasse novos fardamentos de proteção", detalhou.
Miguel não foi o único pré-candidato ao governo a atacar a segurança pública de Paulo Câmara hoje. Mais cedo, em entrevista à CBN Recife, Raquel Lyra (PSDB) disse que "o Pacto pela Vida que existia na época de Eduardo acabou" e questionou o Executivo estadual sobre promessas não cumpridas, além de obras paradas, falta d'água nas torneiras, estradas sem manutenção, entre outros problemas.
À tucana, o Tony Gel disse que a adversária tenta "esconder seu palanque ao não debater sobre o futuro do Brasil" e que o Estado "atravessou as diversas crises que assolaram o país de cabeça erguida, garantindo a prestação de serviços à população e com os salários dos servidores em dia".
Pré-candidato do PSB ao Governo de Pernambuco, Danilo Cabral se reuniu com o superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, delegado Daniel Grangeiro de Souza, e sua equipe. O socialista assegurou sua intenção de firmar parcerias, a partir de 2023, entre as polícias Civil e Militar com a PF no intuito do fortalecimento da segurança pública no estado.
"A Polícia Federal sempre foi parceira na condução da Secretaria de Defesa Social fornecendo quadros para o Estado. Mas, além dos quadros, queremos fortalecer essa integração para que possamos ampliar os resultados. Esse é um tema muito importante. Nós tivemos inovações importantes com o Pacto Pela Vida, que é uma política com resultados expressivos do ponto de vista da redução dos indicadores de violência no nosso estado. E vamos avançar”, pontuou Danilo Cabral.
O pré-candidato apoiado pelo governador Paulo Câmara relembrou os ex-secretários da SDS que são delegados federais, a exemplo do atual titular da pasta, Humberto Freire, e do ex-secretário Antônio de Pádua, que hoje ocupa posto na equipe de gestão da PF no estado.
No encontro, realizado na sede da instituição, Danilo também convidou os delegados federais a contribuírem com a construção do programa de governo da Frente Popular. Além disso, o pré-candidato colocou seu mandato de deputado federal à disposição nas pautas em defesa da valorização da categoria no Congresso.
"Manifestamos o apoio às propostas que venham a contribuir com o papel que a Polícia Federal tem hoje no combate à corrupção, no combate às drogas, na questão das fronteiras. Na condição de coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Serviço Público, vamos dar continuidade à defesa da Polícia Federal como órgão Estado brasileiro, que tem que ter preservada em fortalecida suas atribuições. Nós sempre fizemos a defesa das instituições do Estado brasileiro", afirmou Danilo.