O presidente do Santa Cruz, Joaquim Bezerra, elencou problemas no clube que vão além das quatro linhas. Rebaixado para a quarta divisão do Campeonato Brasileiro, pela segunda vez em sua história, o tricolor ainda entrará em campo neste domingo (19), para encarar o Tombense, mas apenas cumprirá tabela.
Em entrevista à CBN, Joaquim disse ser difícil trabalhar recebendo ameaças e criticou quem cria notícias falsas, as fake news, para desestabilizar o grupo. "Se os problemas do Santa Cruz fossem só os problemas financeiros, estrutural do patrimônio e futebol, isso dentro do planejamento você consegue ir resolvendo, cada um em seu tempo. Agora, você não consegue trabalhar, no dia-a-dia, com um monte de gente te ameaçando, criando fake news, causando problemas onde não existe. Então, eu diria que o problema do Santa Cruz, hoje, ele é muito mais causado por essas pessoas do que, efetivamente, o problema que tem lá dentro", comentou.
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Sem citar nomes, o presidente coral disse que pessoas podem estar sendo pagas para tumultuar, por meio das redes sociais, o ambiente no Santa Cruz, que já enfrenta diversos problemas. "As pessoas que querem, efetivamente, retornar ao clube, ao invés de levarem à via normal, que é a do diálogo, sentar e dizer 'eu quero participar disso e daquilo', porque nós estamos abertos para que todos os Tricolores, todos os amantes do Santa Cruz participem da nossa gestão. Mas o que a gente tem visto, aí, é um enxame de fake news plantadas, de problemas ocasionados por essas redes sociais, onde as pessoas desocupadas, e outras que não são desocupadas mas pagam para que outras fiquem, o tempo inteiro, plantando notícias e criando tumulto".
O Santa Cruz tem problema de estrutura financeira, de dívidas, tem problema tributário, de estrutura patrimonial. O Santa Cruz tem tantos problemas, que ao invés das pessoas estarem buscando derrubar a gestão, macular a imagem da gestão, deveriam estar se unindo, porque o Santa Cruz precisa de todos para isso.Joaquim Bezerra, presidente do Santa Cruz
Rebaixamento
O Santa Cruz foi matematicamente rebaixado por conta do empate entre Floresta e Volta Redonda. A equipe cearense, primeira fora da zona de rebaixamento, empatou em 1x1 com os cariocas, em jogo realizado no sábado (18) e chegou aos 18 pontos. Com esse resultado, o Floresta não pode mais ser alcançada pelo Santa, que é o lanterna do Grupo A, com 11 pontos conquistados.
Joaquim cobrou responsabilidade com o Santa Cruz e salientou que a instabilidade política no clube afasta torcida e investimentos. "Quando você vai para o lado da marca, que ainda é muito forte, do torcedor, que é apaixonado, você começa a entrar num problema dessa instabilidade política criada no clube, onde você afasta os bons torcedores, os sócios, patrocinadores e investidores. Então quem está fazendo isso, as pessoas que estão fomentando isso, precisam ter responsabilidade com o Santa Cruz, não é comigo, não. Eu não quero o Santa Cruz para Joaquim Bezerra não. Eu estou lá por um tempo. Eu quero pavimentar o caminho para que o próximo presidente que entre, encontre menos problemas do que existem hoje", comentou.
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Finanças
Um dos problemas do Santa Cruz é a situação financeira, mas, segundo o presidente, é possível encontrar uma solução. "Já existe uma lei de reestruturação financeira para os clubes. Então a gente precisa sentar com várias cabeças pensantes que entendam da área financeira e jurídica e você consegue encontrar uma solução para estruturar a dívida do Santa Cruz."
Do ponto de vista patrimonial, o presidente citou o exemplo do Central para arrecadação de recurso. "Várias cabeças pensantes podem e vamos fazer isso, ter um projeto para viabilizar economicamente a estrutura patrimonial do Santa Cruz. O Central, segundo o presidente Clênio (Lima), fatura por mês 80 mil reais de aluguéis das lojas ao seu entorno, e isso mantém as despesas fixas do clube. O Santa Cruz não fatura absolutamente nada, tendo um patrimônio gigante, numa das maiores avenidas do Recife, movimentada, com um tráfico de público e de carros, e nada disso é feito. Então temos que olhar o Santa Cruz dentro da viabilidade econômica que ele pode ter. E ele tem sim", concluiu.