Violência

Suspeitos de esfaquear repórter da Globo Gabriel Luiz são interrogados pela polícia. Veja o que disseram

O primeiro suspeito, de 17 anos, foi apreendido na tarde desta sexta-feira

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Marília Banholzer

Publicado em 15/04/2022 às 22:38 | Atualizado em 15/04/2022 às 22:40
Gabriel Luiz, repórter da TV Globo, foi esfaqueado em Brasília - Reprodução Instagram

Da Estadão Conteúdo

A Polícia Civil do Distrito Federal (DF) trata o esfaqueamento do jornalista Gabriel Luiz, de 28 anos, repórter da TV Globo em Brasília, como tentativa de latrocínio e descartou, no momento, outras linhas de investigação. Dois suspeitos do caso confessaram que seguiram Gabriel com a intenção de assaltá-lo.

"O fato trata-se de uma tentativa de latrocínio, isso restou notório para nós, é importante colocar aqui. Houve a subtração da carteira, havia valores em reais, muito provavelmente 250 reais, que teriam sido subtraídos pelos autores, descartando-se, com isso, as outras linhas de investigação", afirmou a jornalistas o delegado Petter Ranquetat, da 3ª Delegacia de Polícia, localizada no Cruzeiro, região administrativa do Distrito Federal.

O primeiro suspeito, de 17 anos, foi apreendido na tarde desta sexta-feira (15) e levado para a Delegacia da Criança e Adolescente (DCA), por ser menor de idade. O segundo suspeito, de 19 anos, foi preso à noite e encaminhado para a 3ª DP. Em depoimentos, ambos confessaram o crime. De acordo com Ranquetat e o delegado Douglas Fernandes, os suspeitos disseram que haviam combinado de realizar assaltos na noite da quinta-feira ontem e viram em Gabriel um alvo potencial.

O crime ocorreu por volta das 23h de quinta-feira (14), na região do Sudoeste. A análise das imagens permitiu identificar que dois indivíduos haviam atacado Gabriel. A Polícia, então, encontrou a faca usada no crime, assim como o celular e a carteira da vítima.

Ainda na noite da quinta, Gabriel foi internado no Hospital de Base do Distrito Federal. Na sexta, ele foi transferido para um hospital particular. Seu estado é grave, mas estável. Os delegados classificaram o crime como "brutal", mas atribuíram a violência ao uso de drogas pelos autores.

"Um dos indivíduos deu um mata leão na vítima, enquanto o outro desferiu diversas facadas. Enquanto um estava dando as facadas, o outro conseguiu subtrair a carteira e o celular", disse o delegado Ranquetat. De acordo com ele, os suspeitos disseram que descartaram o celular da vítima por temerem ser localizados por GPS.

Gabriel foi atingido no abdômen, na perna, no tórax, no pescoço e no braço. Ele foi socorrido após pedir ajuda a vizinhos e deu entrada no hospital consciente. Parentes e amigos do jornalista informaram que ele passou por cirurgias durante a madrugada e o início da manhã da sexta e todas foram bem sucedidas.

Segundo os delegados, o suspeito maior de idade, preso em flagrante por tentativa de latrocínio, passará por uma audiência de custódia com um juiz, que vai decidir se transforma a prisão em flagrante em prisão preventiva. A pena para o crime de latrocínio é de até 30 anos. No entanto, pode haver redução legal pelo fato de o autor ter confessado, o que depende de decisão do Judiciário.

De acordo com o delegado Ranquetat, o suspeito menor de idade levou uma facada do próprio companheiro durante o crime. Após ser levado a um hospital, prestou queixa em uma delegacia, afirmando que havia sido assaltado. No entanto, os policiais identificaram diversas inconsistências no depoimento dele. Por fim, o menor confessou que havia participado do ataque contra o jornalista e foi, então, apreendido.

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