Chegando ontem ao Palácio do Planalto, um analista político que saia de uma reunião em um gabinete pertinho da sala onde despacha o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), me tomou pelo braço e perguntou: quem é o bode na sala nessa crise do Planalto?
Os militares! Eles é que são o bode na sala do atual governo. A pretexto de desviar a atenção da crise da pandemia. Dos altos números de infectados, o recorde de mortes e a baixa quantidade de brasileiros vacinados, o presidente inventou uma crise.
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É claro que tem o capítulo que a gente não pode esquecer, [que é] quando o presidente troca o comando das Forças Armadas porque queria politizar a tropa. Ocorre que Bolsonaro, letrado em fabricar crise, teve de engolir o não dos militares que se negaram a ser transformados em milicianos contra governadores e prefeitos que adotaram medidas para impedir que o vírus se espalhe.
Mas, o leitor pode até me perguntar: e onde entra o bode? Na sala. Na sala do presidente Bolsonaro.
Essa história de bode na sala é uma lenda que narra as artimanhas de um pai de família que passava por dificuldades e foi pedir ajuda ao padre da localidade. O religioso recomendou colocar um bode na sala que em vez de solucionar a crise familiar só tornou a vida insuportável, naquela choupana.
Uma semana depois, o padre disse ao agricultor que ele deveria tirar o bode da sala. O bode é retirado e o roceiro volta à casa paroquial e diz que a vida naquela casa nunca esteve tão bem. Ou seja, a sabedoria popular nos ensina que quando o presidente da República não consegue resolver um problema grave, como é a pandemia, cria a crise os militares que são o bode na sala de Jair Bolsonaro.
Pense nisso!
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