O secretário de Defesa Social, Humberto Freire, decidiu pelo afastamento cautelar do 3º sargento da Polícia Militar de Pernambuco Reinaldo Belmiro Lins. O PM, lotado no Batalhão de Choque, é o suspeito de disparar o tiro de elastômero (bala de borracha) no olho do arrumador de contêineres Jonas Correia de França, 29 anos, durante dispersão dos manifestantes que faziam ator contra o governo Bolsonaro, na área central do Recife, no dia 29 de maio. Reinaldo está na corporação desde 2008.
O afastamento cautelar, válido por 120 dias, foi publicado em portaria na última terça-feira (15). Trata-se de um documento de acesso público e disponível no site da SDS. Com a decisão, o 3º sargento também teve o armamento e a carteira funcional recolhidos. "Ele fica, nesse período de afastamento, à disposição do comandante da unidade, mas sem exercer funções, enquanto responde ao processo administrativo. O servidor nessa condição recebe o soldo, perdendo possíveis gratificações e deixando de cumprir jornadas extras", explica nota da SDS.
Jonas Correia voltava para casa no momento em que a PM dispersava os manifestantes. Ele passou de bicicleta filmando a ação. E acabou atingido pelo tiro disparado pelo policial. Dias depois, o suspeito acabou identificado, prestou depoimento e foi afastado das funções nas ruas.
Desde a terça-feira, quando documento foi publicado no site da SDS, a coluna Ronda JC tenta contato com a defesa do policial, sem sucesso. O espaço segue aberto.
Outros 15 PMs envolvidos na ação desastrosa contra os manifestantes que faziam o ato pacífico também foram afastados das atividades.
"Nos demais casos de afastamento de atividades operacionais, os policiais permanecem nas unidades de lotação, realizando apenas trabalhos administrativos. Somente com o avançar das investigações, será possível elucidar a atuação de cada policial em relação aos fatos ocorridos naquela ocasião", diz a SDS.
Saiba quais são as 9 investigações instauradas pela Corregedoria da SDS
QUEM É O PM?
Reinaldo está na corporação desde 2008, quando foi aprovado no concurso público para a vaga de soldado da Polícia Militar. Anos mais tarde, conseguiu promoção para cabo. E, no ano passado, após curso de formação, avançou para 3º sargento. Estava lotado no Batalhão de Choque e, na corporação, é considerado um policial de boa conduta.
AS INVESTIGAÇÕES
Com o afastamento cautelar, as investigações na Corregedoria da SDS também avançam. O Conselho de Disciplina vai analisar provas, colher outras que achar necessário, e encaminhar parecer recomendando ou não punição administrativa ao policial, que pode até ser excluído da corporação.
Em paralelo, a Polícia Civil também investiga o policial no âmbito criminal. As investigações devem ser concluídas até o final deste mês.
COMO OCORREU A AÇÃO DA PM, SEGUNDO A SDS: