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Saúde e Bem-estar

Por Cinthya Leite e equipe
IMUNIZAÇÃO

Com mais de 200 mil vacinados contra a covid-19, Pernambuco registrou apenas 68 notificações de reações adversas

O Estado vem realizando, em conjunto com os municípios, o monitoramento das reações adversas

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JC

Publicado em 10/02/2021 às 16:56
TRÂMITE Desoneração da folha de pagamento mencionada por Bolsonaro está no Senado e só deve ser apreciada após o segundo turno das eleições - TÂNIA RÊGO/AGÊNCIA BRASIL

Após vacinar mais de 200 mil pessoas contra o novo coronavírus, Pernambuco registrou apenas 68 notificações de reações adversas a vacina. Em entrevista à TV JC,  a superintendente de Imunização da Secretaria de Saúde de Pernambuco, Ana Catarina de Melo, afirmou que três dos casos foram confirmados, sendo todos leves. O Estado vem realizando, em conjunto com os municípios, o monitoramento das reações adversas. 

A superintendente destaca que no sistema de notificação estabelecido pela gestão estadual, o município tem a responsabilidade de identificar e investigar os casos, enquanto o Estado tem a função de monitorar e realizar o encerramento dos casos. Até agora, as reações mais relatadas foram diarreia e dor de cabeça. O protocolo estabelece que caso alguma das pessoas vacinadas apresente uma reação grave, o Estado deverá ser notificado em até 24 horas. O acompanhamento vem sendo realizado diariamente. 

Com o avanço da vacinação, o aumento no número de reações é esperado. De acordo com o médico Eduardo Jorge da Fonseca Lima, representante regional da Sociedade Brasileira de Imunizações e membro dos comitês de vacinação contra covid-19 do Recife e de Pernambuco, os eventos são considerados comuns em qualquer campanha de imunização. "Eles são esperados para todas as vacinas. Nós dividimos entre eventos adversos, que incluem a dor e vermelhidão no local onde a vacina foi aplicada, e os sistêmicos, que são febre, mal estar e vômito. Mas a maioria sempre será leve", afirmou. 

O médico destacou que nenhuma das vacinas aprovadas no Brasil podem fazer com que a pessoa desenvolva a doença. "Algumas pessoas têm nos procurando por terem adoecido depois de serem vacinadas. Mas, se você tem o RT-PCR positivado poucos dias depois de ser vacinado, isso indica que você já estava doente quando foi vacinado, possivelmente no período de incubação da doença. Ou seja, ia adoecer com ou sem vacina, caso não tenha dado tempo para obter a eficácia da vacina", observou.

Avanço da vacinação

A superintendente de imunização do Estado afirmou que Pernambuco já atingiu a meta de vacinação de indígenas e dos idosos institucionalizados, e está avançando na imunização dos trabalhadores da saúde. "Estamos dependendo de cada remessa da vacina que é ofertada, mas estamos dentro do esperado. Recebemos 423 mil doses dos imunizantes e estamos caminhando pra a aplicação da segunda dose", comentou. Segundo Ana Catarina, o Estado aguarda um novo cronograma de entregas do Ministério da Saúde, que ainda não tem data prevista. "Expectativa é que ele seja divulgado na próxima semana", afirmou. 

A avaliação é de que a imunização tem sido extremamente importante no Estado. "Estamos dando um grande passo ao vacinar grupos prioritários, reduzindo internações e óbitos, também teremos um grande avanço na redução dos casos. O objetivo é ampliar isso, com o aumento da capacidade de produção".

Ela comentou a decisão do Estado de reservar metade das doses recebidas para a aplicação da segunda dose. "Se você pegar o número de doses distribuídas e aplicadas, tem um delay de 50%, o que significa que a 2º dose foi guardada. Nós tomamos a decisão de garantir a segunda dose porque ainda temos uma quantidade menor do que a gente precisa. Cada município tem uma realidade e a velocidade também acaba sendo diferente. Mas só vamos sair do grupo de trabalhadores da saúde quando atingirmos o 100%, infelizmente não vai ser todo mundo ao mesmo tempo. Mas a medida que formos recebendo mais vacinas, vamos ampliando mais", ponderou. 

O presidente do Conselho Regional de Biomedicina da 2ª Região, Djair Ferreira, avaliou o andamento da vacinação no Brasil. "Foram tantos fatores que atrapalharam que estamos um pouco atrasados, mas não devemos apontar culpas. Agora, o objetivo é buscar forças para agilizar a vacinação e aumentar essa imunidade de rebanho tão esperada".

O médico Eduardo Jorge explicou o que significa a imunidade de rebanho. "Quando tivermos uma população suficientemente vacinada, somada a população que tem anticorpos pela doença, o vírus vai enfraquecendo e perde sua força de transmissibilidade. Acreditamos que com 70% da população vacinada, conseguiríamos dar um freio na transmissão e controle na pandemia".

Confira a entrevista completa:

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