Pelo menos 13% da população do Brasil é idosa, ou seja, cerca de 28 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE. E esse percentual tende a dobrar nas próximas décadas, segundo a Projeção da População, divulgada em 2018 pelo instituto. Sendo assim, neste Dia Mundial do Idoso, celebrado nesta sexta sexta-feira, 1º de outubro, reforçamos a necessidade de envelhecer com qualidade de vida e um bom caminho para isso é garantir uma vida com exercícios físicos e alimentação balanceada.
Só para constar: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o termo idoso aplica-se aos maiores de 65 anos em países ricos, e aos maiores de 60 anos em países que, como o Brasil, ainda se encontram em desenvolvimento. Além disso, é válido saber que o "envelhecimento ativo e saudável" é uma das Diretrizes da saúde da pessoa idosa, normatizada pelo Ministério da Saúde brasileiro.
Um estudo inédito divulgado em outubro de 2018 traçou o perfil da saúde do idoso no Brasil e mostrou que 69,3% das pessoas com 50 anos ou mais sofrem de pelo menos uma doença crônica. Organizado pelo Ministério da Saúde em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Estudo Longitudinal de Saúde dos Idosos Brasileiros (Elsi) listou os cinco diagnósticos mais frequentes entre essa parcela da população, na seguinte ordem: Hipertensão; Dores na coluna; Artrite; Depressão; Diabetes.
Mas como envelhecer com qualidade de vida?
Em primeiro lugar, o ideal seria ter hábitos saudáveis desde a juventude, mas se isso não aconteceu, nunca é tarde para começar um novo ciclo. Comece pela prática de exercícios físicos. No caso da terceira idade, opções como caminhadas, hidroginástica, dança, pilates e musculação são opções que podem ser adaptadas de acordo com as limitações de cada um.
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Se manter ativo é uma forma de conquistar, inclusive, mais autonomia nas atividades diárias, como observa o educador físico do Instituto do Movimento, Gabriel Jardim: Acredito que o grande desafio é conseguir chegar na terceira idade com o máximo de independência e autonomia possível. Digo: sem ajuda de remédios para controle de taxas, sem ajuda de outras pessoas ou equipamentos externos e sem aquelas dores por todo o corpo".
Para alcançar esse feito, segundo Gabriel, o caminho é estar em movimento, "pois é uma necessidade fisiológica do ser humano, fomos feitos para estarmos em movimento e sabemos bem todos os benefícios que atividade física nos traz".
Cuidados para o "bom" envelhecimento
Se exercitar regularmente traz benefícios para a estrutura muscular do corpo fortalecendo e prevenindo doenças. A recomendação da Organização Mundial da Saúde é de pelo menos 150 minutos de treino por semana, o equivalente a 50 minutos divididos em três sessões. Além disso, no caso dos idosos, é necessário trabalhar ainda os exercícios cognitivos para exercitar a mente e combater o esquecimento patológico ou natural da idade.
Para a personal traines Joana Barros, a principal mudança na vida após os idosos ao começarem ou retomarem os treinos é que eles ficam com a musculatura fortalecida trazendo mais rigidez ao esqueleto evitando assim quedas. "Já treinei aluno idoso que antes dos exercícios a família contabilizava várias quedas por semana e sem motivos, apenas andando ou no banheiro. E em 90 dias de atividades foi registrada apenas uma queda", explica Joana Barros.
Já o fisioterapeuta Marcelo Smolianinoff, que atua no Instituto do Movimento, aponta para a necessidade de exercícios preventivos que foquem nas questões cognitivas e de equilíbrio para que idoso tenham um processo de envelhecimento saudável e mais independente. "Treinamento de equilíbrio juntamente com fortalecimento muscular e atividades lúdicas para trabalhar a parte de raciocinar. A fisioterapia especializada em geriatria trabalha muito bem esses déficits que com o tempo e pela fisiologia humana vamos perdendo.
Alimentação é outro caminho
A qualidade de vida é, no final, um reflexo de muitas atitudes positivas. Entre elas, uma alimentação saudável. Então, para quem já passou dos 60 anos, os cuidados devem ser ainda maiores. Por isso, a alimentação para idosos deve ser preenchida com um cardápio variado, rico em proteínas, vitaminas, carboidratos, frutas, verduras, legumes etc.
Além de ter um cardápio mais balanceado, é preciso ter cuidado com outras questões que envolvem a alimentação, como a procedência dos alimentos. Alterações naturais nos mecanismos de defesa do organismo ou dificuldades no processo de mastigação e deglutição podem tornar a pessoa idosa mais suscetível a complicações decorrentes do consumo de alimentos, o que reforça a necessidade de cuidados
diários para preparar refeições seguras.
Na opinião da nutricionista Carol Uchoa, sobretudo na chamada terceira idade, a alimentação deve ser estratégica, comendo as coisas certas. Com isso, é possível ajudar o corpo a responder melhor em situações importantes. "Por exemplo: se o idoso melhora a absorção de cálcio, a resposta do corpo a uma queda pode ser menos traumática. O mesmo acontece com relação às taxas de colesterol no sobrepeso e a resposta ao tratamento com Alzheimer. A alimentação saudável e equilibrada precisa estar atrelada a qualquer tratamento. Seja de prevenção ou pós diagnóstico", finaliza.
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