Com a melhora no cenário pandêmico, nos últimos 12 meses, oito em cada dez cidades brasileiras recuperaram o número de vagas formais no mercado de trabalho. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), o patamar pré-pandemia já é realidade para a maioria das cidades do País, mas não quer dizer que todos tenham conseguido avançar de forma igualitária.
Em Pernambuco, apesar de 73% dos municípios apresentarem resultados de geração de emprego formal melhores do que há um ano atrás, o Estado ficou para trás na comparação com a média nacional e com os demais entes da federação, conseguindo um resultado melhor apenas frente aos estados do Amazonas e Sergipe (68%), além do Amapá (69%).
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No levantamento, a CNM levou em consideração os números do Cadastro Geral de Empregados e Demitidos (Caged) nos últimos 12 meses, até o último fevereiro, analisando o avanço dos dados em cada município. A última publicação do Caged, com dados até fevereiro de 2022, apresentou a criação, nos últimos 12 meses, de mais de 2,6 milhões de vagas de trabalho em todo o País, garantindo que dos 5.568 municípios brasileiros, 83%, ou seja, 4.631 deles apresentaram avanço em relação às vagas de empregos formais que tinham em fevereiro de 2020 - mês imediatamente anterior ao início da pandemia da covid-19 no País.
Sob a ótica dos empregos formais, o mercado de trabalho cresceu 7,1% no período em todo o Brasil, mas de forma distinta conforme o recorte dos municípios nos seus respectivos estados.
Segundo o recorte do Caged feito pela CNM, as localidades que apresentaram os resultados mais positivos foram Roraima e Santa Catarina, com avanço de 93% no número de postos formais; seguido por Mato Grosso do Sul e Mato Grosso (91%) e Rondônia (90%).
Pernambuco é um dos estados que aparece na ponta dos menores crescimentos de municípios no número de vagas com carteira assinada. Em um ano, até fevereiro, o estado avançou 73%, apresentando evolução dos postos em 135 do total de 184 municípios. Isso quer dizer que, mesmo no campo formal, onde o Estado apresenta evolução, diferentemente dos dados que englobam o mercado informal e de desempregados (cujos índices têm Pernambuco no campo de liderança), o avanço ainda tem sido contido em relação aos demais estados.
Neste ano, a evolução do Caged ainda tem sido contida, corroborando com o resultado apresentado pela CNM. No primeiro bimestre deste ano, Pernambuco apresentou saldo de 1.304 postos formais. No mesmo período do ano passado, o saldo era quatro vezes maior: 4.862. Houve uma desaceleração na criação de vagas com carteira assinada.
De acordo com a CNM, o mercado está mais aquecido nas cidades de médio e grande porte, especialmente as localizadas nas regiões Centro-Oeste e Sul. Aquelas que apresentam números mais contidos, correm o risco de de ver a reativação do mercado de trabalho patinar, comprometendo a recuperação econômica e a sustentação dos níveis de arrecadação.
OUTRO CAMINHO
Colocando o binóculo sobre os municípios, outro levantamento, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) aponta que o turismo, num prazo mais elástico: de 20 meses, colocou o município de Ipojuca entre as cinco maiores localidades com expansão do mercado de trabalho formal.
O levantamento, realizado com base em dados do Caged apurou, dentre 5.570 municípios brasileiros, aqueles cujo mercado local empregava, em junho de 2020, pelo menos 10 mil trabalhadores formais e criou um ranking com os 20 primeiros, de acordo com taxa de expansão do mercado de trabalho formal até fevereiro de 2022.
Segundo a apuração, Canaã dos Carajás-PA, que apresenta elevado potencial na indústria extrativa mineral, foi o município com maior variação de ocupações no mercado de trabalho formal durante o período, 66% (+7.370 vagas). Já todas as quatro cidades nas posições seguintes do ranking são localidades com vocação turística: Porto Seguro-BA, que registrou avanço de 52% (10.019); seguido por Vacaria-RS, com 44% (7.164); Araruama-RJ, com 39% (5.019); e Ipojuca-PE, com 37% (7.452).
O setor de turismo, segundo a CNC, registrou resultados negativos por sete meses, eliminando, em termos líquidos, 526,5 mil postos entre março e setembro daquele ano. "Considerando-se o atual contexto econômico, decorrente do arrefecimento da crise sanitária, é natural, portanto, que as atividades turísticas apresentem maior potencial de regeneração que a maior parte das demais atividades econômicas", avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros.
Fora das pesquisas, o Recife também tem se destacado no Caged, com saldo de 4.129 neste 1º bimestre.