Ex-ministro de Lula, Gilberto Carvalho diz que o petista é fiel a candidatura de Danilo Cabral ao Governo de Pernambuco

Os dois estiveram juntos em uma plenária promovida pelo presidente estadual do PT, Doriel Barros, realizada no município de Garanhuns
Mirella Araújo
Publicado em 19/04/2022 às 19:52
REUNIDOS Ex-ministro dos governos Lula e Dilma, Gilberto Carvalho diz que PT e PSB têm parceria histórica Foto: MARCUS MENDES


O ex-ministro dos governos de Lula e Dilma, Gilberto Carvalho, saiu em defesa de um palanque único do líder petista em Pernambuco. Ao participar da plenária promovida pelo presidente estadual do PT, o deputado estadual Doriel Barros, no município de Garanhuns, nesta terça-feira (19), Carvalho declarou que a aliança entre os petistas e o PSB não é “trivial, eventual e acidental”.

“A nossa aliança com o PT e, particularmente do presidente Lula com o PSB, é uma aliança de profundidade que remonta os tempos de Arraes, remonta a 1989 na primeira candidatura de Lula. Todo esse período se manteve e agora temos perspectiva de presente e futuro. A fidelidade da candidatura de Lula ao Danilo e vice-versa, é essencial”, declarou o ex-ministro.

Petistas e socialistas têm centrado esforços para deixar claro que no Estado, a única candidatura apoiada pelo ex-presidente da República é a do pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB), tendo em vista que a deputada federal Marília Arraes (Solidariedade), que também é pré-candidata a governadora, não vai abrir mão de colar sua imagem ao do líder mor petista.

“Da parte do presidente Lula, eu tenho plena convicção de que o palanque dele é dessa aliança com o Danilo e com os candidatos a deputados e ao Senado que tivermos aqui. Não é algo superficial, ela tem profundidade, e por isso essa aliança está assegurada”, finalizou Gilberto Carvalho, que é responsável pela criação de comitês nos estados em prol da candidatura de Lula.

FIDELIDADE

Apesar do ex-ministro Gilberto Carvalho, enaltecer a fidelidade partidária entre o PSB e o PT, dizendo que não se trata de uma “aliança incidental, em que a cada eleição muda”, o extrato das últimos pleitos  mostra que nem sempre o cenário eleitoral contribuiu para o fortalecimento dessa consideração entre os dois partidos. 

Sem citar em detalhes a última disputa entre o PT e PSB, na eleição pela Prefeitura do Recife em 2020, sendo considerada uma das corridas mais tensas e agressivas no âmbito municipal, no que diz respeito às eleições gerais, por exemplo, é preciso lembrar que o PSB manteve-se no palanque oposto ao PT em 2014.

Eles lançaram o então candidato a presidente da República, o ex-governador Eduardo Campos (PSB) - que morreu em um trágico acidente aéreo em plena campanha - enquanto o Partido dos Trabalhadores apostava em Dilma Rousseff para a suceder Lula. Com a disputa indo para o segundo turno, o  partido socialista declarou apoio ao candidato do PSDB, o então senador Aécio Neves, que acabou saindo derrotado nas urnas.

Em Pernambuco, os petistas apoiaram a chapa encabeçada pelo ex-senador Armando Monteiro Neto, que disputou o governo pelo PTB, enquanto os socialistas lançaram a candidatura de Paulo Câmara para o Palácio do Campo das Princesas. Apesar do seu perfil técnico e de ser seu primeiro pleito ao governo estadual, Câmara venceu as eleições. 

Já em 2018, o  cenário eleitoral acabou se desenhando para que os dois partidos pudessem estar no mesmo palanque, mas esse entendimento não foi de primeira hora. Com a candidatura do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), o PSB optou por não lançar um nome próprio à presidência da República, mantendo-se neutro no primeiro turno da disputa.

Essa neutralidade foi resultado de uma negociação feita entre petistas e socialistas, em estados considerados estratégicos,  o que acabou também minando a candidatura de Marília Arraes ao Governo de Pernambuco.  Com isso, a campanha para a reeleição de Paulo Câmara contou com o apoio de peso do PT, saindo vitorioso no primeiro turno. Enquanto a nível nacional, o PSB só veio apoiar Fernando Haddad no segundo turno da eleição contra Jair Bolsonaro, que era deputado federal filiado pelo PSL e acabou vencendo a disputa. 

Para 2022  a costura de apoios passam pela indicação do ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) para compor a vice na chapa de Lula. Enquanto em Pernambuco o PT reivindica a vaga para o Senado na chapa da Frente Popular, indicando o nome do deputado federal Carlos Veras

Após lançar pré-candidatura ao Senado, Luciana Santos participa de agenda com Danilo Cabral no Agreste

Um dia após a oficialização do manifesto que indica a vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), para o Senado Federal, na chapa da Frente Popular, o pré-candidato a governador Danilo Cabral (PSB) esteve no município de Bom Conselho ao lado da dirigente comunista para participar da inauguração da reforma e ampliação do hospital municipal Monsenhor Alfredo Dâmaso.

Eles  também estavam acompanhados do governador Paulo Câmara (PSB); do deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB); do prefeito João Lucas (PSB) e do ex-prefeito Dannilo Godoy (PSB). Na ocasião, Danilo ressaltou que havia destinado emendas parlamentares para que fossem utilizadas pela prefeitura para ajudar na reforma e aquisição de novos equipamentos para unidade hospitalar, que atende mais de 95% da população da cidade.

“A cidade de Bom Conselho sempre me recebeu com muito carinho. Todas as vezes que venho aqui, renovo minha alma. Agradeço ao conjunto de manifestações que a gente recebeu aqui, vindas da sinceridade do povo que nos delegou a confiança. Com a ajuda desse conjunto político formado por Dannilo Godoy e João Lucas, trouxemos importantes ações e desenvolvimento para o município”, declarou Danilo, sem deixar de citar o ex-governador Eduardo Campos.

“A gente tem que falar de importantes valores nessas conquistas: a união que esse conjunto político sempre teve na defesa dos interesses de Bom Conselho, em parceria com o governo do Estado. Isso começou lá atrás com nosso saudoso Eduardo Campos”, pontuou o pré-candidato a governador.

Como tem feito desde que começou a participar mais intensamente das agendas do Governo do Estado, Danilo Cabral aproveitou a oportunidade para mencionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Pernambuco viveu o seu melhor momento quando a gente tinha Eduardo como governador e tinha um parceiro ajudando Eduardo; o ex-presidente Lula. Ninguém faz nada na vida sozinho. A gente só faz as coisas quando a gente também se junta e consegue um ajudar o outro. Pernambuco teve um filho dessa terra que ajudou muito Pernambuco e ajudou Eduardo. Vamos fazer esse reencontro de Pernambuco e do Brasil com a esperança”, destacou.

Eles também seguiram para uma segunda agenda, no município de Saloá, onde o Governo do Estado autorizou o início das obras de implantação e pavimentação da PE-223. A estrada liga  Saloá e Bom Conselho, no Agreste Meridional, além do acesso ao distrito de Iatecá, em Saloá. A iniciativa conta com um investimento de R$ 21,7 milhões, oriundos de recursos estaduais

No fim da tarde,  tanto Danilo Cabral como o governador Paulo Câmara, vão participar de uma plenária promovida pelo presidente estadual do PT, o deputado Doriel Barros, no município de Garanhuns, ainda nesta terça-feira (19). Desta vez, Danilo estará ao lado do deputado federal Carlos Veras (PT), indicado pelos petistas para a vaga de senador na chapa majoritária.

As discussões sobre a formação da chapa estão em ritmo intenso, porém o martelo deverá ser batido até o dia 30 de abril. As negociações estão em torno da presença do PT na chapa, assim como um representante de centro, como o deputado federal André de Paula (PSD).

Sem referências

Chamou atenção na noite dessa segunda-feira (18), o fato de a vice-governadora de Pernambuco e presidente nacional do PCdoB, não mencionar diretamente o pré-candidato a governador Danilo Cabral, em seu discurso pela defesa de sua indicação ao Senado.

"Em Pernambuco é preciso ter a Frente Popular com a cara do nosso tempo. Que é a cara da retomada, é a cara do novo País, que é a cara da esperança, que é ter Luiz Inácio Lula da Silva como presidente da República e para isso tem que ter uma chapa que tenha nitidez, que tenha essa identidade", declarou Luciana.

O ato realizado em uma casa de festas no Recife Antigo, contou com a presença de representantes dos movimentos sociais e dos setores da cultura, ciência e educação. Também marcaram presença, diversas lideranças políticas, além do deputado federal Renildo Calheiros, o deputado estadual Waldemar Borges (PSB), e a vereadora Cida Pedrosa (PcdoB). No fim de seu discurso, Luciana Santos encerrou o evento afirmando que "o que virá é a Frente Popular de Pernambuco, com Luciana senadora, Fora Bolsonaro e Lula presidente", sem citar o pré-candidato do PSB.

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