O importante trabalho dos marinheiros da Refeno

Os marinheiros do Cabanga podem parecer meros coadjuvantes, mas são fundamentais
Karoline Albuquerque
Publicado em 16/10/2019 às 11:04
Os marinheiros do Cabanga podem parecer meros coadjuvantes, mas são fundamentais Foto: Foto: Divulgação


Os atores principais podem até serem os principais alvos dos holofotes em um espetáculo. Só que nada acontece sem os coadjuvantes. Nem a premiação do Oscar. Os marinheiros do Cabanga podem parecer meros coadjuvantes na Regata Recife - Fernando de Noronha (Refeno), que chegou a sua 31ª edição, mas a importância do trabalho desses profissionais é digna também de reconhecimento. Dentro de botes a motor, eles são os mais requisitados pelos veleiros que chegam à ilha.

Quatro marinheiros representam o Cabanga no Porto de Santo Antônio, divididos em turnos por dupla. Marcílio Cruz do Nascimento, Jerônimo Tenório da Silva, Júlio César Gabriel Nunes e Ricardo Juvino da Silva são acionados pelo rádio para desembarcar velejadores, indicar locais de ancoragem e auxiliar também na amarração dos barcos. Eles quem receberam as informações para indicar onde os veleiros podem ficar sem bloquear a passagem dos navios que aportam no local. Quando passam entre as embarcações durante os percursos, também são chamados o tempo todo por quem precisa de uma carona até o pier.

Marcílio Cruz já perdeu as contas de em quantas edições da regata já trabalhou, mas lembra bem que o trabalho o trouxe até Fernando de Noronha por sete vezes. “Comecei a trabalhar no Cabanga em 1996. Saí em 2010. Passei 14 anos, depois de 8 anos e meio, voltei. Já perdi as contas de quantas Refeno. É muito trabalho, porque um catamarã desse tem 13 ou 14 pessoas e você tem que dar conta”, relatou.

As viagens por dia do pier até os barcos são incontáveis. Cada bote pode levar até seis passageiros. Se os velejadores descerem com bagagens, apenas quatro pessoas podem ser levadas no bote. Vários barcos apresentaram problemas durante a travessia. No inflável, os marinheiros se prontificam a ajudar.

“Muito trabalho, muita gente. Mais de 700 pessoas. Não falta gente. A gente da garagem mesmo que desenrola quando dá algum problema, um cabo de aço, a gente mesmo que faz. Dá apoio, leva para o lugar mais seguro”, explicou Júlio César, marinheiro há apenas quatro anos, mas no mar há mais de 30 anos, onde começou como pescador.

HABILITAÇÃO

Se em terra é preciso tirar a habilitação para dirigir carros, motos ou caminhões, dentro d'água não é diferente. Para a profissão, o quarteto é habilitado como Marinheiro Auxiliar de Convés (MAC). Algumas das outras categorias são Arrais-Amador, Mestre-Amador e Capitão-Amador. Caso alguém sem habilitação seja flagrado conduzindo, a Marinha recolhe a embarcação.
Os marinheiros cuidam não só dos velejadores, mas também de toda a equipe que trabalha para que a regata aconteça.

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