Atualizada às 21h12
O ex-governador e candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu na manhã desta quarta-feira (13) após o jatinho onde estava cair em Santos, litoral de São Paulo. O acidente aconteceu por volta das 10h. A aeronave do candidato saiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para o Guarujá, em São Paulo, onde ele tinha evento de campanha na manhã de hoje. Chovia muito na hora do acidente. O piloto ainda tentou arremeter, mas não conseguir e acabou caindo por cima de algumas casas.
Estavam na aeronave sete pessoas. O candidato à presidência Eduardo Campos, os dois pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, Pedro Valadares Neto (assessor), Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol (assessor de imprensa), Marcelo Lyra (cinegrafista) e Alexandre Severo (ex-fotográfo deste JC).
ESPECIAL - O adeus a Eduardo Campos
Nesta tarde, Paulo Câmara (candidato ao governo de Pernambuco pelo PSB), Raul Henry (candidato a vice de Paulo), Fernando Bezerra Coelho (candidato ao senado), João Lyra (governador de Pernambuco), e o coronel Mário Cavalcanti (chefe da casa militar) vão para São Paulo em avião particular para buscar o corpo de Eduardo Campos. Eles voltam para o Recife ainda hoje.
O governador João Lyra Neto concedeu entrevista coletiva nesta tarde. A esposa de Eduardo Campos, Renata, chegou ao Recife na manhã desta quarta, por volta das 11h10. Ela vinha do Rio de Janeiro.
Na noite de ontem Eduardo deu uma entrevista para o Jornal Nacional sobre suas propostas de campanha. Como teria que estar logo cedo hoje no Guarujá, pegou o jatinho Cesna e seguiu para São Paulo. Eduardo daria uma palestra para pessoas ligadas ao sistema portuário. "Soubemos que o tempo estava muito ruim. A aeronave arremeteu e ficamos sem informações depois disso. Era uma pessoa jovem e bastante determinada. Só tenho a lamentar e mandar um beijo para a família", disse Márcio França, presidente do PSB de São Paulo.
Sete pessoas estavam a bordo do jatinho, incluindo o assessor Carlos Percol e o fotógrafo Alexandre Severo. As primeiras informação dão conta que a esposa de Eduardo, Renata Campos, não estava no avião, assim como o filho deles, Miguel.
O presidente do diretório do PSB em Minas Gerais, o deputado Júlio Delgado, informou que não há sobreviventes no acidente. "A gente está atordoado. Parece que não há sobreviventes. Parece que perdemos o Eduardo. O Eduardo não conseguiu descer (o avião não conseguiu pousar), não há sobreviventes na aeronave. É uma perda irreparável", disse o deputado visivelmente emocionado.
Por coincidência, Eduardo faleceu no mesmo dia do avô, o ex-governador Miguel Arraes, morto em 2005.
Em entrevista a Rádio Jornal, o senador Humberto Costa (PT) disse que Eduardo revolucionou a gestão pública em Pernambuco. "As parcerias com o governo federal fizeram com que Pernambuco mudasse em 8 anos de forma profunda. Vejo principalmente as grandes mudanças que ele promoveu em nosso estado como grande legado de sua herança política. É uma perda muito grande. Não me sinto em condições de fazer o julgamento dos desdobramentos polúiticos. Neste momento estamos profundamente tristes com a perda do ser humano", disse Humberto.
O atual governador de Pernambuco, João Lyra Neto, lamentou a morte do ex-governador Eduardo Campos e decretou luto oficial no Estado de sete dias. A presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição, decidiu suspender as atividades de campanha e também decretou luto oficial por três dias.
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL
A notícia da morte trágica do candidato à Presidência do Brasil, Eduardo Campos, é destaque na imprensa norte-americana nesta quarta-feira (13), no noticiário das redes de televisão e na internet. "Morre proeminente figura política do Brasil e candidato à Presidência", destaca a CNN em sua página para os Estados Unidos.
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A rede de televisão CNBC interrompeu sua programação normal para mostrar imagens do acidente com o avião na cidade de Santos. A apresentadora da CNBC destacou que Eduardo era um candidato socialista e crítico da presidente Dilma Rousseff, por isso, poderia angariar votos dos brasileiros mais à esquerda e descontentes com a atual administração. Em uma análise inicial, a CNBC vê mais possibilidade de Dilma vencer as eleições sem a presença de Eduardo. A apresentadora destacou que o candidato do PSDB, Aécio Neves, é mais "pró-mercado".
O jornal The Wall Street Journal também destaca a notícia em sua página na internet, citando que o mau tempo provocou a queda da aeronave e que a candidata à vice de Campos, Marina Silva, não estava no avião.