Enquanto não houver vacina para os motoristas e cobradores de ônibus você, eu e toda a cidade ficaremos reféns de mais paralisações de ônibus na Região Metropolitana do Recife. Os metroviários também pensam, sem dúvida, mas no Grande Recife a mobilidade da população sofre mesmo é quando o serviço de ônibus é comprometido. E, pelo caminhar das conversas sobre antecipar a vacinação da categoria, a população terá que lidar com esses atos e paralisações por algum tempo ainda. Na próxima semana, inclusive, deverá ter novas manifestações conjuntas de metroviários e rodoviários.
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O governo de Pernambuco chegou a sinalizar que iria antecipar a imunização da categoria ainda em maio, mas desistiu depois que o Ministério Público de Contas (MPCO) questionou a Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre a alteração na hierarquia dos grupos prioritários e o Estado desistiu, pelo menos por enquanto, da antecipação. Desde o começou dizia que precisaria chegar novas remessas de imunizante, mas havia uma decisão política de vacinar. Com o questionamento do órgão de controle, a intenção foi engavetada.
A questão é: quando falamos na vacinação dos profissionais do transporte público coletivo da RMR significa a imunização de menos de 20 mil profissionais. Entre 10 mil e 15 mil rodoviários e 1.800 metroviários. Um número pequeno diante da importância que é a manutenção do serviço de transporte público da RMR para os trabalhadores, já castigados pelos efeitos da crise sanitária.
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É fato, também, que há outros profissionais protestando nas ruas pela imunização, mas sem o transporte público operando as chances de aglomeração nos ônibus, metrôs, terminais, estações e até paradas são ainda maiores, fazendo com que o ciclo de contaminação se espalhe novamente entre todos. Em São Paulo, Salvador e Cuiabá, por exemplo, os rodoviários começaram a ser vacinados. Em São Paulo, também os metroviários. No Rio de Janeiro, a prefeitura anunciou, mas voltou atrás devido à decisão do STF que proibiu Estados e municípios de alterarem a hierarquia do Plano Nacional de Imunização (PNI), salvo exceções justificadas.
A paralisação dos serviços de transporte público coletivo, que responde por 80% dos deslocamentos nas cidades, não é razão suficiente?
Os sindicatos falam em mortes, muitos casos de contaminação e o medo constante por estarem todos os dias - sem exceção - nos ônibus e metrôs do País. No Grande Recife, o Sindicato dos Rodoviários fala em 50 mortes desde o início da pandemia. Mas há um número de 89 mortes informado por uma dissidência da atual gestão. Entre os metroviários, o SindMetro afirma que 14 profissionais ativos do sistema metropolitano morreram desde o início da pandemia e quase 500 já testaram positivo.