Última atualização às 19h50.
A volta para casa no primeiro dia de quarentena em Pernambuco foi de aglomeração no transporte público do Recife, mesmo com menos pessoas nas ruas. O JC percorreu, entre o final da tarde e o início da noite desta quinta-feira (18), pontos como a Avenida Agamenon Magalhães, no Derby, e os Terminais Integrados (TI) da Macaxeira, na Zona Norte, e de Joana Bezerra, na área central do Recife, onde encontrou paradas cheias de passageiros e ônibus superlotados.
Veja as imagens:
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Até o dia 28 de março, em todos os municípios de Pernambuco, apenas serviços essenciais estão autorizados a funcionar. A medida foi implementada como objetivo de diminuir os índices de transmissibilidade do novo coronavírus entre os pernambucanos e, consequentemente, as taxas de ocupações em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que já formam filas de espera, segundo o secretário de Saúde André Longo.
A assistente de oftalmologia, Cíntia Cibele, de 35 anos, continuou trabalhando normalmente, mesmo com as medidas restritivas mais rígidas. Por ser profissional de saúde, serviço considerado essencial, a quarentena não afetou a sua rotina. Na hora de ir ao trabalho, no entanto, Cíntia notou uma diferença considerável na quantidade de pessoas dentro do ônibus.
"O ônibus que eu pego é sempre muito lotado, hoje, no entanto, estava vazio, mas acho que isso é só por agora mesmo. Depois que esses dez dias de quarentena rígida acabarem, a superlotação volta", revelou.
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Para Scottie Pippen, que é estudante de arquitetura, a superlotação nos coletivos permaneceu. Segundo ele, que trabalha no ramo de construção civil, serviço também considerado essencial, o transporte público continuou registrando aglomerações nesta quinta-feira. "Não mudou nada, com lockdown ou sem lockdown a gente vê que o número de pessoas não é reduzido nas ruas. As pessoas continuam saindo, indo trabalhar e indo aos mesmos locais que iam antes".
Imagens do Terminal Integrado da Macaxeira, na Zona Norte do Recife, gravadas pela reportagem do JC na noite desta quinta, retratam a superlotação apontada pelo estudante:
De acordo com o secretário Estadual de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo, no entanto, a frota de ônibus circulando pela Região Metropolitana do Recife (RMR) continua a mesma, de 80% do total.
"No primeiro dia de quarentena nós não reduzimos em nada a frota de coletivos. Ela foi mantida no mesmo volume de antes, mesmo que a quantidade de pessoas utilizando esse serviço tenha sido menor", disse em coletiva de imprensa realizada nesta quinta. "Além disso, fizemos uma operação especial nos dez maiores terminais integrados do Grande Recife, com a sanitização dos ônibus e a distribuição gratuita de máscaras e álcool em gel antes que as pessoas subissem nos ônibus".
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Ainda segundo ele, o esforço para reduzir a superlotação nos coletivos tem sido conjunto com a Polícia Militar, que representa, neste momento, um esforço adicional na fiscalização nos terminais integrados na RMR.
"A questão do transporte coletivo é um desafio presente todos os dias, não só em Pernambuco, mas no país inteiro. Vamos continuar com esforço de combater as aglomerações. Temos a Polícia Militar nos maiores terminais integrados, já como esforço adicional, e contratamos todos os organizadores de fila que podiam ser contratados", completou.
Veja a coletiva realizada pelo Governo de Pernambuco nesta quinta, na íntegra:
O balanço da demanda de usuários do transporte público nesta quinta só poderá ser divulgado pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) na manhã da sexta-feira (19), segundo a própria empresa. O Metrô do Recife, por sua vez, não repassou dados, mas afirmou, por nota, que está avaliando o movimento da quinta para decidir se fará alterações na operação.
Boletim
Os dados epidemiológicos trazidos pelo boletim desta quinta-feira (18) da Secretaria Estadual de Saúde deixaram as médias móveis de casos e mortes por covid-19 em Pernambuco em alta de 36% e 69%, respectivamente, em comparação aos números de 14 dias atrás. A tendência, em relação aos infectados, se repete há quatro dias, e no número de óbitos, há 10.
A média móvel contabiliza a média dos últimos sete dias e compara com 14 dias atrás. Variações acima de 15%, sejam para mais ou menos, indicam tendência de alta ou queda respectivamente. Quando o índice fica abaixo de 15%, é considerada tendência de estabilidade. O indicador é considerado a melhor forma de medir o comportamento da pandemia.
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Nesta quinta (18), o Estado registrou mais 2.139 casos do novo coronavírus. Desses, 130 (6%) são casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e 2.009 (94%) são leves. Agora, Pernambuco totaliza 325.315 casos confirmados da doença, sendo 34.050 graves e 291.265 leves. A média móvel aponta em 1.727 casos.
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Também foram confirmados 53 óbitos, ocorridos entre 22 de julho de 2020 e 17 de março de 2021. Com isso, o Estado totaliza 11.563 mortes pela Covid-19. Assim, a média móvel ficou em 42 mortes.