Há um mês, a confirmação da morte da vendedora Patrícia Roberta Gomes da Silva, de 22 anos, chocava os estados de Pernambuco e da Paraíba. Foi no dia 27 de abril de 2021 que o corpo da jovem residente em Caruaru, no Agreste pernambucano, foi encontrado em João Pessoa. Em entrevista à TV Jornal Interior, os pais da jovem, Paulo Roberto e Vera Lucia, contam como vêm lidando com a perda da segunda filha.
"A gente ainda está tentando voltar à realidade. Estávamos olhando as fotos dela agora e lembrando, e é como se isso não tivesse acontecido. Ao mesmo tempo, queremos acordar desse pesadelo. A saudade ainda é muito grande. Eu estou destruído por dentro. Só espero que a justiça seja feita", desabafou o pai.
A mãe de Patrícia também falou sobre o momento de luto. "É duro demais. Já é a segunda filha que perdemos. O que nos resta agora são só as lembranças e as fotos, para a gente lembrar os momentos que passamos. Passaram 30 dias, eu ainda fico pensando que vou escutá-la dizendo ‘mainha, cheguei, estou em casa, boa noite, te amo’. O que nos resta são os áudios que ela mandava para nós, é como se a gente não acreditasse ainda", disse.
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Patrícia viajou para a capital paraibana no dia 23 de abril para encontrar Jonathan Henrique, de 23 anos, um antigo amigo, que, hoje, é indiciado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver contra a vítima e está preso.
Nessa segunda-feira (24), a juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, abriu ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) o processo do caso, que tramita em sigilo desde o dia 28 de abril, quando o suspeito passou por audiência de custódia. Além do indiciamento contra Jonathan, a namorada dele, Ivyna Maria, também é indiciada por ocultação de cadáver.
Crime
Dois dias depois da jovem ter saído de Caruaru, em 25 de abril, a vendedora se mostrou aflita numa troca de mensagens de WhatsApp com a mãe, porque estaria trancada no apartamento de Jonathan. Depois, avisou que estava tudo bem e não mais respondeu à mãe.
Na madrugada do dia 27 de abril, vizinhos entraram em contato com a polícia para denunciar terem visto o suspeito saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão. Uma vizinha teria seguido e visto quando o tonel caiu, e desconfiou que pudesse se tratar de um corpo. Pouco depois, o suspeito foi filmado por câmeras de segurança saindo de moto levando o mesmo volume estranho.
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O corpo, que estava com fitas isolantes e sacos plásticos, foi encontrado a cerca de dois quilômetros do prédio onde o tatuador mora. Isso aconteceu horas após familiares da vítima procurarem a Delegacia de Homicídios de João Pessoa para registrar uma queixa de seu desaparecimento.
O sepultamento da jovem aconteceu no dia 29 de abril no cemitério de Caruaru. Por causa do avançado estado de decomposição, o caixão permaneceu lacrado e o velório foi feito de forma rápida.