O governo de Pernambuco garantiu ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) que até o fim de fevereiro irá ampliar em mais de 80% a frota de ônibus em circulação na Região Metropolitana do Recife. Assim, o sistema passará a operar com dois mil ônibus. Até então, estava com 1.700 coletivos. Nesta segunda-feira (1/02), o primeiro reforço começou com mais 50 dos 255 veículos prometidos inicialmente, passando a atender parte das 130 linhas que mais têm apresentado problemas de superlotação. Um reforço de 50 veículos tinha sido feito na semana passada.
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As garantias foram formalizadas ao TCE-PE, que abriu uma auditoria para acompanhar a situação do transporte público por ônibus no Grande Recife. Segundo o vice-presidente do tribunal, Ranilson Ramos - quem provocou as duas reuniões sobre o tema já realizadas com o Estado - outros 50 coletivos operam a partir do dia 8/2, e os 100 restantes até o fim de fevereiro. “A ideia é alcançar efetivamente dois mil ônibus no fim do mês. É isso que queremos inicialmente. Estamos com a retomada das aulas que, mesmo com o ensino híbrido (remoto e presencial), provoca um aumento de demanda e esse reforço precisa ser feito. São 180 mil alunos voltando às aulas e isso terá impacto no transporte, sem dúvida. Não sabemos quanto tempo essa pandemia vai demorar e, por isso, o transporte público tem que ser ampliado”, disse o conselheiro.
Na noite que antecedeu a primeira reunião com o TCE-PE, o governo de Pernambuco já tinha anunciado a ampliação prevista de 255 ônibus, destacando que ela vai custar mais R$ 10 milhões ao sistema, custo que será coberto como subsídio pelo Estado. Mas, pós TCE-PE, mais 50 coletivos serão lançados na frota, que até hoje estava operando com 70% da capacidade e 60% da demanda de passageiros. O secretário de Desenvolvimento Urbano de Pernambuco, Marcelo Bruto, e o secretário de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo, foram os garantidores do investimento.
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Ranilson Ramos, no entanto, disse que, mesmo com o protocolo de ações que o governo de Pernambuco apresentou para melhorar o sistema de ônibus durante a pandemia de covid-19, o sentimento não é de satisfação. E que, por isso, a auditoria do órgão vai acompanhar a situação de perto. "Reconhecemos o esforço do governo do Estado, mas temos que avançar mais. A implantação do sistema de informação com o passageiro, por exemplo, é algo urgente. Estamos verificando esse ponto, assim como a questão da desorganização no embarque nos terminais integrados. A auditoria vai acompanhar tudo isso”, garantiu.
A auditoria será presidida pelo conselheiro Marcos Loreto, que já relator das contas da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação de Pernambuco. O órgão vai acompanhar as ações do poder público para minimizar os problemas de superlotação das linhas que operam na RMR.