Neta e bisneto do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes de Alencar, João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT) disputam, neste domingo (29), o comando da Prefeitura do Recife pelos próximos quatro anos. De acordo com pesquisas, Ibope/JC/Rede Globo e Datafolha, divulgadas neste sábado (28), o segundo turno deve ser acirrado, pois ambos os candidatos estão com 50% dos votos válidos nos dois levantamentos. Abaixo, você confere um material especial produzido pelo JC, com a trajetória dos postulantes, imagens, proposta e artigos, escritos pelo socialista e pela petista, nos quais apontam caminhos para enfrentar os desafios da capital pernambucana.
>> Ibope/JC/Rede Globo no Recife, votos válidos: João Campos, 50%; Marília Arraes, 50%
>> Datafolha no Recife, votos válidos: João Campos, 50%; Marília Arraes, 50%
Filho do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, e bisneto do também ex-governador do Estado, Miguel Arraes, o candidato a prefeito do Recife João Campos (PSB), de 27 anos, transformou o discurso de que sua juventude e sua herança política podem ser fatores positivos, que agregam a sua capacidade de tirar promessas do papel. "Estou pronto para ser prefeito do Recife", pontuou o socialista em diversas ocasiões durante sua campanha, corroborado por sua candidata a vice-prefeita Isabella de Roldão.
No entanto, diferente do primeiro turno das eleições, em que houve mais espaços para apresentar suas propostas e pretensões para os próximos quatro anos - com um apelo forte as grandes figuras políticas de sua família como uma forma de credenciá-lo em sua primeira disputa majoritária. Foi neste segundo turno de campanha que sua atuação como parlamentar na Câmara dos Deputados e sua postura de enfrentamento ao PT, se tornaram mais evidentes.
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Ao declarar que o “Recife não vai andar para trás”, João Campos partiu para um comparativo dos oitos anos de gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB) em relação aos 12 anos de PT à frente da Prefeitura do Recife. Ele garante que dará continuidade a projetos que considera importantes para a capital pernambucana, a exemplo do Compaz e da Faixa Azul. A três dias da eleição ele também havia declarado que que não “haverá indicação política do PT”, em seu governo - cravando, ao menos no âmbito municipal, o distanciamento de vez com a sigla petista.
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Assim como seu pai e o apadrinhado político dele, Geraldo Julio, a promessa de um grande hospital, também fez parte das suas principais propostas nesta campanha. Em sua primeira disputa majoritária João Campos prometeu que, se eleito, construirá o Hospital da Criança do Recife, na Zona Oeste da cidade. O carro chefe de toda a campanha continuou sendo o Crédito Popular, benefício que irá conceder linha de crédito de R$ 3 mil, a juros de 0.99%, para empreendedores.
Entre as críticas e acusações de corrupção contra a sua adversária Marília Arraes (PT), o currículo de parlamentar também foi bastante explorado como estratégia de ataque. Criador da CPI do Óleo, coordenador da Comissão Externa de Acompanhamento dos Trabalhos Externos do Ministério da Educação (Comex/MEC) e presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Renda Básica, foram alguns dos pontos trazidos para o debate sob a narrativa de que mesmo com um ano e meio de mandato, João Campos possui uma trajetória competitiva, com capacidade de diálogo, inclusive com outros partidos.
Para os analistas políticos consultados pelo JC, é possível fazer algumas avaliações sob o ponto de vista entre prós e contras que pesam para o candidato a prefeito do Recife pela coligação da Frente Popular (PSB,PDT,PP, PSD, PROS, Rede Sustentabilidade, Solidariedade, Republicanos, MDB, PSD e PCdoB).
Segundo o historiador e cientista político, Alex Ribeiro, ter uma coligação robusta pode proporcionar uma sustentação considerável ao seu governo. “Além disso, na Câmara de Vereadores seu partido, o PSB, elegeu 12 legisladores, quase um 1/3 da Casa José Mariano. O que o ajudará num possível governo. Outro ponto positivo é a estrutura partidária que o PSB tem no âmbito do Executivo. É uma legenda que já está à frente da Prefeitura e também no governo do estado. Um diálogo mais restrito entre essas duas instituições ajuda no desenvolvimento do Recife e do Estado como um todo”, avaliou.
A referência ao legado de Eduardo Campos também seria outra questão positiva para o socialista, segundo a cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho) . “Muitas pessoas remetem a era Eduardo como sendo a melhor da história do Estado. Alguns temem romper com esse modelo e isso representar perdas”, comenta Lapa.
Sobre as questões que pesam contra a escolha do eleitor por João Campos, estão as tramas familiares, sua juventude de certa forma e a fadiga da população as gestões do PSB não só no âmbito estadual quanto no municipal.
“Mesmo antes da campanha iniciar, fala-se da hegemonia do PSB e da família Campos no cenário local. Fala-se que João representa a continuidade de um projeto de poder, que já sinais de cansaço e desgaste. Desvencilhar-se desse sentimento é um desafio para ele. O sentimento predominante é de mudança (vide a votação somada de todos seus opositores no primeiro turno). Como representar mudança sem protagonizar rompimento?”, declara a docente. Outro ponto seria falta de pulso para comandar a prefeitura de uma das principais capitais do país. “Que seria então comandada pela sua mãe (Renata Campos), que é um personagem oculto e, ao mesmo tempo, presente na narrativa da campanha deste ano”, complementa Priscila Lapa.
As propostas do candidato a prefeito João Campos passam por áreas da saúde, educação, saneamento básico, mobilidade, causa animal, emprego e renda e outros setores. Entre as promessas voltada para a primeira infância, o socialista garante que irá aumentar em 50% o número de creches e criar o Praças da Infância, espaço para atividades físicas e recreativas, inclusive de crianças com deficiência.
Outro projeto, voltado para quem anda de bicicleta pela cidade, trata da ampliação da malha cicloviária em 100 km, ligando a via da Zona Sul a Zona Norte. Para o centro do Recife, uma das questões mais debatidas nesta eleição, João Campos promete criar um escritório de otimização para a gestão dos bairros centrais, requalificar as avenidas Dantas Barreto e Guararapes para estimular a moradia, e transformar a rua do Bom Jesus numa via exclusiva para pedestres e ciclistas. Para estimular o emprego e renda, consta entre os projetos do socialista o Embarque Digital, que irá disponibilizar 500 bolsas em cursos com formação tecnóloga para estudantes da rede municipal de ensino, para que possam atuar profissionalmente na área de tecnologia. Além disso terá a agência Desenvolve Recife, que será um centro de empreendedorismo reunindo Sala do Empreendedor, Agência do Trabalho, cursos de capacitação e Crédito Popular.
O candidato a prefeito João Campos escreveu um artigo, para o Jornal do Commercio, sobre suas pretensões para o Recife para os próximos quatro anos, caso seja eleito.
"Um tempo novo pede uma nova forma de enfrentar os problemas
A pandemia causada pelo novo coronavírus veio ao mundo para escancarar as mazelas sociais, deixar ainda mais expostas as marcas históricas de décadas, séculos e milênios de distorções e contrastes entre as pessoas e suas classes sociais. No Brasil, não seria diferente. Todos sofreram, sem exceção, com os impactos da covid-19, mas, principalmente, aqueles que sempre precisaram de uma atenção maior do poder público. No Recife, embora muito tenha sido feito nos últimos anos, ainda há muito a fazer e, diante do que ocorreu, o desafio é enorme para os próximos anos. Dito isto, considerando o cenário atual de eleição, como deveria agir o próximo prefeito? A resposta é uma só: um tempo novo pede uma nova forma de enfrentar os problemas.
E o que eu quero dizer com “uma nova forma de enfrentar os problemas”? É preciso ter capacidade de superação, inovar, saber ousar, expandir conquistas que podem ser maiores, alcançar mais pessoas e, especialmente, fazer o que falta. Nas visitas e reuniões políticas que conduzo em cada comunidade ou bairro do Recife, esclareço que não estou participando do pleito eleitoral para enaltecer o que foi entregue. Fundamentalmente, estou aqui para trabalhar pelo que falta. A respeito disso, cabem muitas ações e iniciativas capazes de mudar para melhor a realidade das pessoas.
O programa Crédito Popular do Recife, que será o maior entre as capitais do Brasil, é um bom exemplo de realização que dará oportunidade real àqueles recifenses que planejam abrir ou já têm o seu pequeno negócio. O crédito mexe com a economia ao mesmo tempo em que gera emprego e renda. Na educação, que é a prioridade para toda uma vida, vamos duplicar o atual número de vagas em creches, alfabetizar as crianças na idade certa (até os 7 anos de idade) e qualificar os jovens pelo Embarque Digital para que eles possam atender à demanda emergencial de tecnologia da informação, que vem de empresas como o Porto Digital.
O nosso programa de governo contempla uma série de projetos que atendem a todos os setores e segmentos. E para tornar realidade o que estamos propondo, vamos fazer algo que condiz com a nossa forma de atuar na política: dialogar e unir as pessoas em torno dos objetivos comuns. É nisso que eu acredito e é assim que se faz mais. Apesar de não ter sido fácil chegar até aqui, nós fomos firmes e nos mantemos coerentes em nosso caminho. Sofremos muitos ataques, mas resistimos e vamos vencer porque o futuro a gente faz agora.
Enfim, a trajetória que eu fiz me trouxe até aqui. O meu aprendizado na política, a minha vivência, tudo me motivou, me desafiou a querer fazer ainda mais. E eu sei que eu tenho muito a contribuir, colocar a minha cabeça e o meu coração a serviço disso, de cuidar da cidade, das pessoas, dialogar, ouvir, ter maturidade e crescer no desafio. Só que eu não vou fazer nada disso sozinho. Junto com todas e todos, vamos fazer o Recife largar na frente com base na boa política e na verdade, por um sonho coletivo."
Recifense, mãe e deputada federal. Essas são as três características apontadas primeiramente por Marília Arraes ao falar de si. Candidata a prefeita do Recife (PT) na disputa do segundo turno que será definido neste domingo (29), Marília foi acrescentando novas camadas na sua narrativa ao longo da campanha: Resgate das gestões do PT no Recife, o Lulismo, um programa de governo voltado ao cuidado com as pessoas e o combate às desigualdades sociais e a experiência de 12 anos na política.
No segundo turno, a candidata manteve a sua postura crítica ao PSB e de associação do seu adversário João Campos à atual gestão municipal, mas adotou um tom mais ameno tanto na propaganda eleitoral como nos debates, afirmando que não entraria no mesmo jogo praticado pelo seu adversário. O socialista que apostou em uma ofensiva contra ela, passando pela sua filiação ao PT até por denúncias de irregularidades no seu mandato de vereadora.
Já desde o final do primeiro turno, Marília passou a fazer uma defesa mais incisiva das ações PT quando governou a cidade, entre os anos de 2001 e 2011, apesar de não citar diretamente os ex-prefeitos. As recentes declarações apoio à ela tanto de João Paulo (PCdoB) como de João da Costa (PT), acabaram por fortalecer esse discurso. Ela costuma citar o Programa Aluno nos Trinques, Recife Sem Palafitas, obras estruturais nos morros e construção de habitacionais, que promete retomar caso seja eleita prefeita do Recife.
"Esse cuidar das pessoas tem uma dupla conotação: é física e infraestrutural e a outra ideia de cuidar das pessoas são os programas sociais", resume o cientista político e professor da Faculdade Damas, Elton Gomes.
Passa também por essa linha o Programa Florescer. Através da construção de creches comunitárias, Marília quer zerar a demanda de vagas para crianças de 0 a 4 anos. De acordo com o programa, as mães das crianças poderão passar uma capacitação para trabalhar nesses equipamentos. A candidata vem defendendo que as creches beneficiam não só as crianças, mas também as mães.
O fato de ser mulher e mãe é apontado por Marília como uma credencial. "Sou mãe, recife nunca teve uma mãe, nossa prioridade serão diferentes", disse, no debate da TV Jornal, no dia 24 de novembro. Segundo o cientista político Arthur Leandro, com isso ela ganha espaço entre os que defendem pautas identitárias a partir do discurso da representação feminina "e de minorias que não são minorias numéricas, são minorias do ponto de vista do exercício de poder, de vocalização", disse. "Então Marília convence quando fala em favor do direito das mulheres, porque ela é mulher, claro, mas ela consegue também um diálogo com os segmentos do movimento negro, LGBT", completa o especialista.
Outro carro-chefe da sua candidatura é o Programa Retomada, um modelo híbrido de empréstimo com auxílio popular. A proposta é oferecer uma linha de crédito de R$ 1 mil a R$ 5 mil microempreendedores. A prefeitura arcaria com 50% do valor e o tomador o restante, em 24 vezes sem juros. Os recursos virão de um fundo de aval abastecido com 1% da Receita Corrente Líquida Anual, estimada em R$ 50 milhões.
Elton Gomes questiona a viabilidade da proposta, considerando a situação econômica dos municípios, agravada pela pandemia da covid-19, e amarras jurídicas.
"Os municípios têm uma capacidade de arrecadação pequena, quem dirá entrar no mercado como doadores ou ofertadores de carteira de crédito. Não há dinheiro suficiente para emprestar e não se pode criar um dispositivo como esse, porque as leis orçamentárias não contemplam esse instrumento que diz que você vai destinar x por cento da Receita Corrente para disponibilizar sob a forma de empréstimo", diz Elton.
Na área da educação, Marília propõe não só zerar a fila de creches como melhorar os índices desta área, através, por exemplo, da formação continuada dos professores e da manutenção da infraestrutura das escolas. "Isso tem parâmetro com a realidade. Desconfie de especialistas de coisas que nunca aconteceram. A proposta para a educação é boa, a maneira como apresenta essa ideia de valorizar o serviço público", pontuou Elton Gomes.
A petista recebeu outros apoios além dos ex-prefeitos recifenses nesta reta final da disputa. Na lista, nomes como Armando Monteiro (PTB), o prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PL), o presidente da Fundaj, Antonio Campos, o Podemos, partido da Delegada Patrícia, o seu candidato a vice, Léo Salazar, e até mesmo políticos de partidos da Frente Popular, como os vereadores Benjamin da Saúde (PSB) e Aline Mariano (PP).
Várias denominações políticas com algo em comum: Oposição ao PSB. "Mesmos os atores que não estão diretamente envolvidos com esta eleição de segundo turno, sabem que essa não é uma eleição sem consequência. Então Marília consegue mobilizar apoios menos porque o PT é o partido preferencial dessas lideranças, mas é basicamente porque eles não gostam do PSB, eles ambicionam a cadeira do governo do estado, as vagas de deputados e senadores e eles ambicionam as prefeituras, então Marília se torna meio aliada natural dos inimigos do PSB", pontua Arthur Leandro.
Marília liderada a coligação Recife Cidade da Gente, formada pelo PT, PSOL, PTC e PMB. A aliança com o PSOL foi consolidada a partir da indicação do advogado João Arnaldo para compor a vaga de vice da petista. Já o apoio do ex-presidente Lula, segundo Arthur Leandro, pode ser considerado neutro. O petista pediu votos para a candidata, gravou para o seu programa eleitoral. Não veio presencialmente ao Recife por ser do grupo de risco da covid-19.
"Lula traz votos e tira votos. No momento atual não se explora a imagem de Lula basicamente porque quem vai votar em Marília por ser do PT já sabe que Lula está com ela. Agora, essa proporção de eleitores, seja de indecisos, seja de eleitores que dizem que vão votar nulo ou em branco, tendem a rejeitar o nome de Lula, então o fato de Lula estar ao lado de Marília não a ajuda para esse momento como se esperava que ajudasse", explicou.
Uma denúncia contra Marília que tem estremecido a sua candidatura é uma ação de improbidade no Ministério Público para investigar a "existência de funcionários fantasmas" no seu gabinete, sobre os mesmos fatos relatados em um inquérito policial arquivado pelo MPPE em 2018. Há também um áudio atribuído ao deputado federal Túlio Gadêlha sugerindo que ela se utiliza da prática de rachadinha. O parlamentar negou o fato e pediu perícia do áudio.
"Isso gera um ruído perante o eleitorado que é negativo, até porque o tempo de reação da direção de campanha de Marília tem sido lento. Você não pode deixar o seu eleitor, seja o eleitor atual, seja o potencial, ter uma versão alternativa dos fatos. Se você deixa sem resposta, o silêncio é interpretado como validade daquilo que está sendo dito, então é necessário dar uma resposta no sentido de silenciar o adversário", disse Arthur Leandro.
A pedido do Jornal do Commercio, a candidata a prefeita Marília Arraes (PT) escreveu um artigo sobre suas pretensões para o Recife para os próximos quatro anos, caso seja eleita.
O Recife vai voltar a ser o Recife
O Recife é uma cidade que tem o sorriso como marca registrada. Nos morros, no centro, na periferia, por todos os cantos, a gente se acostumou a ver energia e garra nas pessoas, mesmo com todas as adversidades. Porque o Recife não abaixa a cabeça. Nos últimos anos, percebemos que a alegria em ser recifense foi dando vez a um sentimento de abandono, que, com a nossa candidatura, se transformou em uma onda de mudança.
O Recife precisa de cuidado. Precisa de um olhar minucioso e carinhoso sobre seus problemas, que afetam a população no dia a dia. São questões que não se podem empurrar com a barriga ou fazer de conta que não existem. Moradia digna, transporte público de qualidade, creches que possibilitem às mulheres terem sua independência e às crianças um espaço para que sejam cuidadas.
Nos próximos quatro anos, não vamos reinventar a roda. Vamos usar o que temos de melhor - nossa criatividade, nossa capacidade de superar as dificuldades, nossa autoestima - para devolver ao povo do Recife o que ele merece e precisa: qualidade de vida.
A começar pela questão da moradia. Um gestor comprometido com a melhoria de vida do povo não pode fechar os olhos e dormir tranquilo sabendo que existem milhares de pessoas vivendo em condições subumanas. Nas palafitas que voltaram a tomar conta das beiras dos rios nos últimos oito anos. Nas encostas que ameaçam cair a cada gota de chuva.
Vamos trabalhar para dar a cada pessoa que está nessa situação a possibilidade de viver dignamente. Com o programa Palafita Zero, vamos buscar recursos para acabar com essa ferida, construindo residências dignas para essa população e não simplesmente levando-as para locais distantes: os residenciais serão construídos perto de onde elas moram, porque as raízes de convivência e pertencimento precisam ser mantidas.
Nos morros e nos altos, nossa proposta é erradicar os pontos de risco, com obras estruturadoras, que envolvem engenharia, pedra, cal e cuidado. Lonas plásticas e tinta colorida não resolvem o problema. O que dará tranquilidade aos moradores dessas comunidades é um trabalho sério e comprometido com a qualidade de vida.
Eu sou mulher e mãe. Milhares de mulheres e mães do Recife sofrem na pele diariamente um problema que deve ser resolvido com urgência: a falta de vagas nas creches. Sendo mulher e mãe, vou trabalhar todo dia para que a gente ofereça espaços para que essas mulheres e mães possam deixar seus filhos, com estrutura adequada e atendimento humanizado, e possam buscar sua independência. Porque, em 2020, lugar de mulher é onde ela quiser.
É como andar de bicicleta. A gente não desaprende. É o mesmo com o sorriso do recifense. Ele está já aparecendo. Ele se abre quando vê a possibilidade de resgatarmos a nossa cidade das mãos do atraso, do abandono, do descaso. E é com esse sorriso quente e escancarado que nós vamos nos abraçar para tornar o Recife aquela cidade que a gente se acostumou a ser e não esqueceu de quem é. Recife Cidade Inteligente, cidade da gente.