Reeducação alimentar não tem que ser um martírio. Mas seria inocente acreditar que mudar hábitos alimentares é um processo fácil e que nenhum momento a pessoa teria vontade de escapar da rotina saudável. E aí que está o perigo: da fugida do cardápio proposto pelo nutricionista para a desistência do plano é um pulo. Então, a dica é saber quais beliscar as coisas certas quando bater aquela vontade de comer algo diferente.
Para a nutricionista comportamental Reneta Beserra (@nutricionista.renatabeserra), é preciso entender que uma reeducação alimentar não precisa significar cortar alimentos da sua dieta. E sim colocá-los de forma consciente na rotina. "A palavra dieta, geralmente, vem carregada por uma conotação ruim, de algo restritivo. Então temos que mudar essa cultura e entender que é possível manter alguns hábitos do paciente, só que reestruturado esse consumo. Fica mais fácil seguir o plano alimentar e levar pra a vida. Então, existe espaço para qualquer alimento. Pode. Está permitido... contanto que exista um equilíbrio."
Por isso, é possível lançar mão de alguns lanches, ou "belisquetes", nas horas que a tentação de fugir da rotina bater: chocolate 70% cacau, oleaginosas, barrinhas de boa qualidade (de frutas ou de nuts), chips de queijo ou de raízes (batata doce, macaxeira), açaí caseiro, sorvete fit, são algumas das opções. Outros produtos como chicletes zero açúcar ou paçoca - famosa entre as pessoas com hábitos mais fitness - também podem ser consumidos, mas para esses é preciso estar atento à qualidade do adoçante usado na fórmula e na quantidade ingerida. "No caso do chiclete, mesmo o sem açúcar, uma sugestão é mastigar coco ou filetes de cenoura", comenta renata Beserra.
"O problema não é o alimento, eles não engordam por sim só, mas o consumo desestruturado. Assim, até um alimento com conotação saudável, como a batata doce, em excesso pode gerar ganho de peso. Mas se consumida de forma correta é uma grande aliada", analisa Renata Beserra.
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Vontade de comer doce
A nutricionista explica que é normal o corpo pedir uma recarga de açúcar no fim do dia, quando os níveis de serotonina estão mais baixos. Esse hormônio gera uma sensação e reduz a ansiedade, então existe uma explicação fisiológica para isso. Nesse caso, o ideia seria incluir doces mais naturais, como as frutas frescas ou secas, ou mesmo um chocolate 70% cacau. Essa versão é liberada porque possui uma quantidade bem menor de açúcares, gorduras e, consequentemente, carboidratos. Uma barra de 50 g de chocolate amargo 70% cacau contém apenas 16 gramas de carboidratos contra os 30 gramas de uma barra do mesmo tamanho de chocolate ao leite.
Fazer sorvete ou açaí caseiro também é outra opção. Renata Beserra sugere pegar a banana madura, cortar em rodelas e levar ao freezer. Quando estiver congelada é só triturar num liquidificador e saborear. A massa fica homogênea e ainda mais gostosa se finalizada com frutas secas e castanhas. O caminho semelhante pode ser adotado para fazer o seu próprio açaí. "Pega uma poupa pura de açaí e bate com banana. Isso dá o doce e a cremosidade de um sorvete. Depois pode polvilhar com granola (mas sem exageros)", ensina.
E o desejo por salgados?
Assim como com o sabor doce, às vezes sentimos uma vontade quase incontrolável de abocanhar algo salgado, como uma saborosa pizza ou hambúrguer. A dica de Renata Beserra é, no caso do hambúrguer, fazer em casa usando carnes trituradas de boa qualidade. A nutricionista sugere usar patinho ou filé mignon em detrimento de comprar pronto, por causa da quantidade de conservantes. Para substituir as pizzas, é possível fazer uma opção fit na frigideira. "Bate ovo com polvilho (pode substituir por farelo de aveia) e assa na frigideira. Depois é só rechear como já se faz na pizza tradicional", explica.
No lugar de snacks como batatas fritas, salgadinhos e afins, a nutricionista orienta investir numa receiat de grão de bico crocante, chips de queijo ou chips de raízes. Fazer pipoca com milho na panela e um fio de azeite também é uma opção saudável que substitui a pipoca de microondas, por exemplo. "Falar de quantidades seria leviano, porque é algo individual, depende do plano de cada um. Mas é possível ter lanches saudáveis que saciem a tentação de um belisquete. Basta não exagerar no consumo", finaliza Renata Beserra.
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