A temporada de 2021 do Sport é para ser esquecida ou, diante de tantos problemas dentro e fora de campo, é melhor se lembrar do que aconteceu para não cometer os mesmos erros? Ao menos, um sentimento pode ser unânime entre direção, jogadores, comissão técnica e torcida: decepção. Abaixo, relembre os principais pontos que marcaram a história do Sport ao longo deste ano.
O Sport deveria ter começado o ano com o novo mandato do presidente. No entanto, por causa da pandemia da covid-19, as eleições do Sport só aconteceram em abril, contrariando os candidatos de oposição. Quando o pleito foi realizado, Milton Bivar foi reeleito como executivo para mais dois anos, na votação mais acirrada da história do Sport:
Milton Bivar teve 1.023 votos, seguido de Nelo Campos, que terminou com 985. Sem tanto alcance, Delmiro Gouveia e Eduardo Carvalho tiveram 232 e 119 votos, respectivamente.
Só que dois meses depois, Milton Bivar enviou uma carta ao comentarista Ralph de Carvalho, da Rádio Jornal, e informou que estava renunciado ao cargo de presidente executivo do Sport, alegando diversos motivos para tal decisão, além da própria saúde. Diante dessa saída, o Conselho Deliberativo do Sport agendou novas eleições, como prevê o estatuto do Leão da Ilha do Retiro.
Se o primeiro processo eleitoral do Sport em 2021 já repercutiu negativamente, devido aos adiamentos, o segundo também teve 'seus problemas'. A candidatura de Nelo Campos foi impugnada por questões de documentação incompleta. Com isso, Leonardo Lopes concorreu ao cargo e teve Yuri Romão como vice.
A vitória da chapa Sport na Raça, da oposição, fez com que o clube começasse o ano de novo, no meio da temporada, quando a Série A já estava em andamento. O tempo passou e a campanha não era boa. O Sport era frequentador assíduo da zona de rebaixamento. Houve a necessidade de reforçar o time, já comandado por Gustavo Florentín e não pelo técnico Umberto Louzer, que foi demitido do cargo.
Neste momento, surgiram os erros nas inscrições de jogadores do Sport. Os jogadores Saulo, Vander Vieira, Nicolás Aguirre e Jeferson foram contratados e, por causa da então direção de futebol, nem puderam entrar em campo pelo Sport na Primeira Divisão.
Os quatros primeiros até tiveram os nomes publicados no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), mas a inscrição na Série A não foi feita. Enquanto Jefferson nem regularizado foi e acabou sendo emprestado para o rival Náutico na Série B do Brasileirão.
Em outubro, depois de todo esse vendaval, o presidente Leonardo Lopes alegou problemas pessoas e pediu licença do cargo. Até o momento, Yuri Romão segue como presidente interino do Sport.
Com tantos problemas extracampo, não era de se estranhar que o desempenho do Sport durante o ano fosse ruim. E isso aconteceu. Além de terminar como lanterna do Grupo B da Copa do Nordeste, perdeu a final do Campeonato Pernambucano para o Náutico, que finalizou um jejum de mais de 50 anos sem o Timbu vencer o Leão em um decisão de título, e ser o único time da Série A de 2021 eliminado na primeira fase da Copa do Brasil (derrota para a Juazeirense, na Bahia).
Na Série A, o Sport estava pelo segundo ano consecutivo. Na temporada de 2020, conseguiu evitar o rebaixamento. Algo que não voltou a se repetir em 2021. A queda para a Série B veio com três rodadas de antecedência, sendo o quarto do Sport desde o formato de pontos corridos. (2009, 2012, 2018 e 2021).
O que começou ruim terminou da mesma forma. Logo no começo de dezembro, o Sport foi punido pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF em seis meses sem inscrever novos jogadores. A punição ocorreu por dívida de R$ 2,5 milhões, sendo R$ 1,5 milhões com representantes do volante Rithely, R$ 250 do meia Thomaz e o restante envolvendo Nelsinho Baptista. Fora esses três, o Sport acumula outros 37 casos na CNRD. Ou seja, outros punições podem surgir.
A solução desses débitos fica para 2022, pois a CBF está em recesso e novas inscrições só serão liberadas no dia 19 de janeiro. Além disso, a CNRD suspendeu suas atividades e só volta no dia 3 de janeiro. Até lá, o Sport espera ter resolvido essa pendência e não começar a nova temporada sem as contratações.
Como se não nada fosse suficiente para 12 meses, a 'novela' (ou série com várias temporadas?) Diego Souza voltou. O Sport demostrou interesse, fez proposta, recebeu contraproposta, acatou alguns pedidos e Diego Souza decidiu permanecer no Grêmio, mesmo depois do clube gaúcho ter divulgado que a atacante e outros atletas não teriam o contrato renovado para o próximo ano.
Apesar da concorrência do Vasco e o vazamento nas redes sociais da primeira proposta do Sport para ter Diego Souza, a esperança na Ilha do Retiro era alta para a volta do ídolo. Porém, na última semana de 2021, o Grêmio mudou de ideia e ofereceu um salário bem acima do atual patamar do Sport e Diego Souza aceitou, tendo levando em consideração também o fato da familiar querer ficar em Porto Alegre.
A reapresentação dos atletas e da comissão técnica do Sport, para iniciar a pré-temporada de 2022, está marcada para o dia 04 janeiro, sendo a estreia no dia 22 ou 23 de janeiro contra o CRB na Copa do Nordeste. Além da competição regional, o Sport tem pela frente a disputa do Campeonato Pernambucano, a Copa do Brasil e a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B.
Antes dos jogos oficiais, a diretoria tenta a volta da Taça Ariano Suassuna, com o envolvimento dos ídolos Durval e Magrão (perspectiva de homenagens aos atletas). Resta aos rubro-negros acompanharem as 'cenas dos próximos capítulos' e torcer por dias mais felizes para o Sport!